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Ebola interrompe avanço do combate ao HIV em Serra Leoa

Segundo a ONU, surto da doença causou o fechamento de clínicas de saúde e assustou pacientes

Medicamento para Aids: cerca de 58.000 pessoas estão vivendo com HIV em Serra Leoa, país com cerca de 6 milhões de habitantes (Justin Sullivan/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2015 às 15h04.

Dacar - O surto do Ebola no oeste africano interrompeu o progresso no combate ao HIV em Serra Leoa, fechando clínicas de saúde e assustando pacientes de serem testados ou buscar tratamento, disse a Organização das Nações Unidas.

Em um documento interno visto pela Thomson Reuters Foundation, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) levantou preocupações de que o predomínio do HIV e resistência a drogas no país podem subir.

O pior surto do Ebola matou mais de 9.500 pessoas, infectou mais de 23.500 outras e pressionou os sistemas de saúde, já fracos, de Serra Leoa, Guiné e Libéria.

"Hospitais fecharam porque ficaram lotados de pacientes com Ebola e os pacientes livres do vírus estão com medo de ir e serem contaminados", disse Hakan Bjorkman, que cuida do programa de combate à Aids do Pnud.

"As atividades de prevenção ao HIV nas escolas e conscientização para a população geral foram suspensas devido à restrição do movimento, do encerramento das instituições educacionais e do banimento geral de reuniões públicas", completou.

Cerca de 25 por cento dos pacientes que recebem terapia com antirretrovirais para o vírus que causa Aids estão faltando aos compromissos clínicos em Freetown, capital de Serra Leoa, e arredores, onde estão as comunidades mais afetadas pelo Ebola, disse Bjorkman.

Pelo menos 70 por cento dos testes de HIV foram negados, e serviços de aconselhamento e medidas logísticas mostram que as drogas essenciais para o combate ao HIV estão ou expirando ou saindo rapidamente do estoque, de acordo com um documento do Pnud que foi divulgado internamente em dezembro.

"Se (a questão) não for enfrentada rapidamente, nós arriscamos que o vírus se espalhe para mais pessoas, teremos mais pessoas morrendo de doenças oportunistas, como tuberculose, e o vírus vai ganhar resistência às nossas drogas", disse Bjorkman à Thomson Reuters Foundation, de Genebra, por telefone.

Cerca de 58.000 pessoas estão vivendo com HIV em Serra Leoa, país com cerca de 6 milhões de habitantes. Cerca de um terço dos afetados precisa de antirretrovirais para sobreviver, no entanto, como em junho de 2014, somente 10.673 pessoas receberam o tratamento, de acordo com o relatório.

Bjorkman disse que o Fundo Global para Combate à Aids, Tuberculose e Malária forneceu 55 milhões de dólares para o combate à Aids em Serra Leoa entre 2013 e 2015, mas até agora somente 25 milhões foram gastos, parcialmente por conta do Ebola.

"Nós precisamos começar aconselhamento e testes em grupos de alto risco, procurar os pacientes que faltaram aos tratamentos e recomeçar campanhas em escolas e locais públicos agora que as proibições foram levantados", disse.

Pode haver, no entanto, um impacto positivo do surto do Ebola nas taxas de infecção do HIV no oeste africano.

"As pessoas estão com medo de fazer sexo por conta do Ebola, o que pode ter um impacto em reduzir a infecção do HIV também", disse Bjorkman, destacando que o portador do Ebola precisa também usar preservativos e não só lavar as mãos.

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Dacar - O surto do Ebola no oeste africano interrompeu o progresso no combate ao HIV em Serra Leoa, fechando clínicas de saúde e assustando pacientes de serem testados ou buscar tratamento, disse a Organização das Nações Unidas.

Em um documento interno visto pela Thomson Reuters Foundation, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) levantou preocupações de que o predomínio do HIV e resistência a drogas no país podem subir.

O pior surto do Ebola matou mais de 9.500 pessoas, infectou mais de 23.500 outras e pressionou os sistemas de saúde, já fracos, de Serra Leoa, Guiné e Libéria.

"Hospitais fecharam porque ficaram lotados de pacientes com Ebola e os pacientes livres do vírus estão com medo de ir e serem contaminados", disse Hakan Bjorkman, que cuida do programa de combate à Aids do Pnud.

"As atividades de prevenção ao HIV nas escolas e conscientização para a população geral foram suspensas devido à restrição do movimento, do encerramento das instituições educacionais e do banimento geral de reuniões públicas", completou.

Cerca de 25 por cento dos pacientes que recebem terapia com antirretrovirais para o vírus que causa Aids estão faltando aos compromissos clínicos em Freetown, capital de Serra Leoa, e arredores, onde estão as comunidades mais afetadas pelo Ebola, disse Bjorkman.

Pelo menos 70 por cento dos testes de HIV foram negados, e serviços de aconselhamento e medidas logísticas mostram que as drogas essenciais para o combate ao HIV estão ou expirando ou saindo rapidamente do estoque, de acordo com um documento do Pnud que foi divulgado internamente em dezembro.

"Se (a questão) não for enfrentada rapidamente, nós arriscamos que o vírus se espalhe para mais pessoas, teremos mais pessoas morrendo de doenças oportunistas, como tuberculose, e o vírus vai ganhar resistência às nossas drogas", disse Bjorkman à Thomson Reuters Foundation, de Genebra, por telefone.

Cerca de 58.000 pessoas estão vivendo com HIV em Serra Leoa, país com cerca de 6 milhões de habitantes. Cerca de um terço dos afetados precisa de antirretrovirais para sobreviver, no entanto, como em junho de 2014, somente 10.673 pessoas receberam o tratamento, de acordo com o relatório.

Bjorkman disse que o Fundo Global para Combate à Aids, Tuberculose e Malária forneceu 55 milhões de dólares para o combate à Aids em Serra Leoa entre 2013 e 2015, mas até agora somente 25 milhões foram gastos, parcialmente por conta do Ebola.

"Nós precisamos começar aconselhamento e testes em grupos de alto risco, procurar os pacientes que faltaram aos tratamentos e recomeçar campanhas em escolas e locais públicos agora que as proibições foram levantados", disse.

Pode haver, no entanto, um impacto positivo do surto do Ebola nas taxas de infecção do HIV no oeste africano.

"As pessoas estão com medo de fazer sexo por conta do Ebola, o que pode ter um impacto em reduzir a infecção do HIV também", disse Bjorkman, destacando que o portador do Ebola precisa também usar preservativos e não só lavar as mãos.

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