Ditadura chilena exigia declarações para negar desaparecidos
Segundo os relatórios oficiais, 3,2 mil pessoas morreram pelas mãos do regime
Da Redação
Publicado em 3 de agosto de 2012 às 20h33.
Santiago do Chile - A ditadura de Augusto Pinochet exigiu declarações dos cidadãos chilenos que certificavam que seus parentes, vítimas da repressão, estavam no exterior, uma medida que tinha intenção de negar a existência de presos desaparecidos.
Assim aponta a carta, datada no dia 11 de abril de 1977, enviada pelo então diretor da Direção Nacional de Inteligência (Dina), Manuel Contreras, que atualmente encontra-se preso, ao Ministério das Relações Exteriores. A carta faz parte dos arquivos procedentes da Chancelaria que estão depositados no Museu da Memória de Santiago.
''Adjunto ao presente ofício, se remetem em memorando s/n., uma relação de declarações pessoais de 14 indivíduos e 11 declarações juradas, na qual familiares certificam que seus parentes se encontram no exterior'', indica a carta citada.
No entanto, não se sabe ao certo se esses indivíduos mencionados estavam efetivamente vivos e no exterior, assim como o procedimento e os motivos precisos que levaram às autoridades a obter este tipo de declarações, inéditas até agora.
Perguntada a respeito, a presidente do Agrupamento de Familiares de Detidos Desaparecidos, Lorena Pizarro, declarou à Agência Efe que não tinha conhecimento da existência destes documentos.
''Não tinha ideia da existência disso. Não tínhamos ideia dessa barbaridade. Certamente, deve ter sido uma das artimanhas que a ditadura utilizou para desacreditar a luta da oposição e a existência da prática do desaparecimento no país'', manifestou.
Além disso, segundo os relatórios oficiais, outras 3,2 mil pessoas morreram pelas mãos do regime, das quais mil ainda estão em condições de presas desaparecidas, uma prática que a ditadura negou durante anos.
Santiago do Chile - A ditadura de Augusto Pinochet exigiu declarações dos cidadãos chilenos que certificavam que seus parentes, vítimas da repressão, estavam no exterior, uma medida que tinha intenção de negar a existência de presos desaparecidos.
Assim aponta a carta, datada no dia 11 de abril de 1977, enviada pelo então diretor da Direção Nacional de Inteligência (Dina), Manuel Contreras, que atualmente encontra-se preso, ao Ministério das Relações Exteriores. A carta faz parte dos arquivos procedentes da Chancelaria que estão depositados no Museu da Memória de Santiago.
''Adjunto ao presente ofício, se remetem em memorando s/n., uma relação de declarações pessoais de 14 indivíduos e 11 declarações juradas, na qual familiares certificam que seus parentes se encontram no exterior'', indica a carta citada.
No entanto, não se sabe ao certo se esses indivíduos mencionados estavam efetivamente vivos e no exterior, assim como o procedimento e os motivos precisos que levaram às autoridades a obter este tipo de declarações, inéditas até agora.
Perguntada a respeito, a presidente do Agrupamento de Familiares de Detidos Desaparecidos, Lorena Pizarro, declarou à Agência Efe que não tinha conhecimento da existência destes documentos.
''Não tinha ideia da existência disso. Não tínhamos ideia dessa barbaridade. Certamente, deve ter sido uma das artimanhas que a ditadura utilizou para desacreditar a luta da oposição e a existência da prática do desaparecimento no país'', manifestou.
Além disso, segundo os relatórios oficiais, outras 3,2 mil pessoas morreram pelas mãos do regime, das quais mil ainda estão em condições de presas desaparecidas, uma prática que a ditadura negou durante anos.