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Dissidentes dizem que Irã transfere centro de pesquisa

Grupo disse que centro de pesquisas de armas nucleares e centro de planejamento estão sendo transferidos para um local maior e mais seguro


	Bandeira do Irã em frente a míssil: acusação feita pelo grupo em julho, sobre uma instalação subterrânea secreta no Irã, foi recebida com cautela no âmbito internacional
 (Getty Images)

Bandeira do Irã em frente a míssil: acusação feita pelo grupo em julho, sobre uma instalação subterrânea secreta no Irã, foi recebida com cautela no âmbito internacional (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2013 às 14h30.

Paris/Viena - Um grupo iraniano de oposição no exílio disse nesta quinta-feira ter obtido informações de que um local que qualificou como um centro de pesquisas de armas nucleares em Teerã está sendo transferido pelo governo, para evitar ser detectado antes de negociações com potências mundiais.

A entidade dissidente Conselho Nacional de Resistência do Irã é a mesma que divulgou a existência da instalação de enriquecimento de urânio de Natanz e uma outra de água pesada, em Arak, no Irã, em 2002.

Uma acusação feita pelo grupo em julho, sobre uma instalação subterrânea secreta no Irã, foi recebida com cautela no âmbito internacional. Em 2010, os Estados Unidos expressaram ceticismo sobre uma outra alegação dos dissidentes.

O anúncio do Conselho surge dias antes de o Irã e seis potências mundiais se reunirem em Genebra para tentar pôr fim a anos de impasse sobre o programa nuclear iraniano, com a esperança de avanços pelo fato de o presidente eleito este ano no país, Hassan Rouhani, ser relativamente moderado. O Irã nega ter em operação qualquer atividade relacionada a armas nucleares.

Com sede em Paris, o grupo citou informações de fontes dentro do Irã, ao dizer que um centro de pesquisas de armas nucleares e um centro de planejamento, que chamou de SPND, estão sendo transferidos para um local maior e mais seguro no complexo do Ministério da Defesa em Teerã, a cerca de 1,5 quilômetro de distância da instalação atual.

Segundo o Conselho, o centro emprega cerca de 100 pesquisadores, engenheiros e especialistas, e realiza experimentos em pequena escala com material radiativo.


"Há uma ligação entre esta transferência e a data de Genebra (as conversações) porque o regime precisava evitar o risco de visitas de inspetores (da agência nuclear da ONU)", disse Mehdi Abrichamtchi, que compilou os dados do relatório, em uma entrevista à imprensa em Paris.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão da ONU, não quis comentar o assunto.

O perito nuclear ocidental Mark Fitzpatrick afirmou não considerar digna de crédito a informação do Conselho e disse também que as agências de inteligência dos EUA continuam a acreditar que o Irã ainda está "mantendo a maior parte de seus esforços de produção de armas nucleares congelados".

"Se o Conselho sabe de um centro de pesquisa de armas nucleares e um centro de planejamento no Irã, você pode apostar que a CIA também sabe, e ainda assim não há nenhuma indicação disso em declarações públicas ou vazadas", disse Fitzpatrick, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, com sede em Londres, à Reuters.

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