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Dissidente Ai Weiwei denuncia detenções ilegais e tortura na China

Artista rompeu o silêncio imposto pelo governo chinês, para que ele não divulgasse informações e críticas ao regime na internet

Ai Weiwei abriu, há algumas semanas, uma conta na nova rede social Google+, também censurada na China (David Gray/Reuters)

Ai Weiwei abriu, há algumas semanas, uma conta na nova rede social Google+, também censurada na China (David Gray/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2011 às 07h00.

Pequim - O artista chinês Ai Weiwei, em liberdade desde 23 de junho, rompeu o silêncio que mantinha na internet e, após visitar seu colega Liu Zhenggang na prisão, assegurou que este foi detido ilegalmente devido a suas opiniões.

Ai, que deixou de postar comentários no Twitter - censurado na China - em 3 de abril, data de sua detenção, firmou um acordo com as autoridades pelo qual, após sua libertação, não podia deixar Pequim nem emitir opiniões na internet.

Agora, a volta do artista à atividade desafia esta proibição e denuncia as detenções, segundo sua opinião ilegais, do desenhista Liu Zhenggang, do jornalista Wen Tão, de seu contador Hu Mingfen e de seu primo e motorista, Zhang Jinsong, os quais tiveram "grandes estragos mentais e físicos devido à tortura".

Ai disse que Liu "sofreu um ataque do coração na prisão e estava quase morto".

O dissidente, que há algumas semanas abriu uma conta na nova rede social Google+, também censurada na China, retomou no sábado a atividade no Twitter, embora só para fazer comentários sobre sua perda de peso, fruto dos 80 dias de cativeiro, e para postar algumas fotos.

O artista, que depois de detido foi acusado de evasão fiscal em uma empresa em nome de sua ex-esposa Lu Qing, assegurou após sua libertação que estava bem mas que não podia falar com a imprensa, algo que se estendia, até agora, também à internet.

Ai é o mais conhecido entre as centenas de dissidentes, intelectuais, artistas e advogados acossados, interrogados e detidos desde fevereiro pelas autoridades chinesas, em uma campanha destinada a frear qualquer tentativa de imitar a chamada "Primavera árabe" em território chinês.

Em julho, a Universidade de Belas Artes de Berlim ofereceu ao artista o cargo de professor convidado, o qual, segundo a Anistia Internacional, agradou ao artista, que, no entanto, deve permanecer um ano em Pequim, segundo o acordo firmado com o regime comunista.

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