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Deputados democratas aceleram investigações parlamentares contra Trump

No dia 7 de fevereiro, o ex-advogado de Trump, Michael Cohen, deve testemunhar frente ao Comitê de Fiscalização da Câmara, agora presidido por um democrata

Trump: enquanto o governo americano está paralisado, os democratas têm avançado com seus planos para investigar Trump e seu governo (Carlos Barria/Reuters)
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Reuters

Publicado em 23 de janeiro de 2019 às 14h13.

Washington - Democratas da Câmara dos Deputados dos EUA ajustaram discretamente uma regra sobre a realização de depoimentos secretos que deve alavancar suas investigações contra o presidente norte-americano, Donald Trump , suas finanças pessoais e seu governo.

A pouco notada mudança, feita desde que os democratas assumiram o controle da Câmara dos Deputados no início deste mês, permitirá que integrantes dos comitês da Casa ouçam o depoimento de testemunhas intimadas sem a presença de um parlamentar.

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Ao eliminar a complicação das agendas parlamentares, a mudança permitirá que colaboradores trabalhem mais rápido e de forma mais ampla, disseram ex-funcionários e fontes de dentro dos comitês que estão abrindo diversos inquéritos contra Trump e sua Presidência.

A importância da mudança foi destacada, segundo especialistas legais, quando o indicado à Procuradoria-Geral dos EUA, William Barr, sugeriu na semana passada que provavelmente não divulgará aos parlamentares o relatório final do procurador especial Robert Mueller em seu formato original.

Mueller está há diversos meses investigando a interferência russa na eleição presidencial de 2016, qualquer conspiração entre Moscou e a campanha de Trump ou qualquer obstrução de Justiça. Se Barr for confirmado como procurador-geral e impedir o acesso ao relatório de Mueller, a mudança pode ajudar investigadores da Câmara dos Deputados a rapidamente replicar o trabalho do procurador especial.

"Eliminar a exigência de um membro dará muito mais poder aos investigadores colaboradores em diferentes comitês, o que levará a uma autoridade cada vez mais dispersa e agora sem supervisão para investigações", disse Kristina Moore, diretora executiva da companhia FTI Consulting e ex-investigadora do Comitê de Fiscalização da Câmara, quando ele era liderado pelo republicano Darrell Issa.

"Essa mudança nas regras da Câmara dos Deputados representa uma expansão adicional das metas de investigações e de fiscalização da maioria, para a qual todos no setor privado precisam se preparar”, disse Kristina.

A paralisação do governo causada por um impasse entre Trump e os democratas devido à proposta do presidente de construir um muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México tem assumido papel de destaque em Washington há semanas, mas, enquanto isso, democratas têm avançado com seus planos para investigar Trump e seu governo.

No dia 7 de fevereiro, o ex-advogado pessoal de Trump Michael Cohen deve testemunhar frente ao Comitê de Fiscalização da Câmara, agora presidido pelo democrata Elijah Cummings. No dia seguinte, está previsto um depoimento do procurador-geral dos EUA em exercício, Matthew Whitaker, frente ao Comitê Judiciário da Câmara.

Quando os republicanos controlavam a Câmara dos Deputados, até o início de janeiro, um parlamentar do comitê que emitiu a intimação precisava estar presente durante o depoimento da testemunha. Essa regra costumava representar obstáculos, disseram atuais e ex-colaboradores.

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