David Miranda diz que recorrerá de sua detenção até o final
O namorado do jornalista Glenn Greenwald, David Miranda, disse que recorrerá até o final da sentença de tribunal londrino que considerou legal sua detenção
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2014 às 09h50.
Londres - O namorado do jornalista Glenn Greenwald, David Miranda, disse que recorrerá "até o final" da sentença do Tribunal Superior de Londres que nesta quarta-feira considerou legal sua detenção em agosto do ano passado no aeroporto londrino de Heathrow ao amparo das leis antiterroristas.
Em comunicado, David declarou hoje que recorrerá do pronunciamento porque "os valores de liberdade de expressão que estão em jogo são importantes demais para fazer outra coisa que não seja lutar até o final".
Miranda, de 28 anos, foi detido em 18 de agosto quando viajava da Alemanha ao Brasil com documentos para seu casal, o jornalista americano Glenn Greenwald, que divulgou os vazamentos do ex-analista da NSA americana Edward Snowden no jornal "The Guardian".
O brasileiro foi retido durante nove horas e foram confiscados nove pertences dele, entre elas cartões de memória, o celular e o laptop, em virtude da cláusula 7 da lei antiterrorista de 2000, que permite interrogar suspeitos de terrorismo em aeroportos por até nove horas sem acesso direto a advogados.
Depois que Miranda recorreu de sua detenção, com o principal argumento de que não foi apropriado equipará-lo a um terrorista, o Tribunal Superior resolveu hoje que a detenção foi legal e "proporcional, dadas as circunstâncias".
Em resposta a essa sentença, Miranda adiantou que recorrerá inclusive até o Tribunal Europeu de Direitos Humanos pois, embora o Superior lhe denegou a vênia para recorrer, pode transferir o caso à Corte de Apelação.
"Claro que não estou feliz com que um tribunal tenha dito formalmente que eu era um legítimo suspeito de terrorismo, mas os dias do império britânico há tempo terminaram e essa sentença não terá nenhum efeito fora das fronteiras desse país", disse o brasileiro em comunicado postado em "The Intercept", o novo site de Greenwald.
"Estou convencido de que prejudicaram seu país muito mais do que a mim com essa sentença, pois ressalta o que o mundo já sabe: que o Reino Unido despreza as liberdades de imprensa mais básicas", manifesta.
Sobre a decisão judicial, a ministra britânica do Interior, Theresa May, declarou hoje que "apoia completamente o ato totalmente proporcional realizado pela polícia neste caso para proteger a segurança nacional".
No "Intercept", Greenwald, que vive com Miranda no Rio de Janeiro, condena que seu namorado, que quando foi detido transportava material jornalístico da correspondente Laura Poitras em Berlim para o americano em um voo pago pelo jornal britânico "The Guardian", tenha sido tratado como um terrorista.
O blogueiro observa que o argumento de equiparar jornalistas com terroristas "é a mesma teoria que o regime militar do Egito utiliza para processar jornalistas da "Al Jazeera" como terroristas".
"Felicidades ao governo britânico por parte da empresa que já frequentou", escreve Greenwald, que abandonou os Estados Unidos após ter revelado o material de Snowden, por sua vez exilado na Rússia.
Londres - O namorado do jornalista Glenn Greenwald, David Miranda, disse que recorrerá "até o final" da sentença do Tribunal Superior de Londres que nesta quarta-feira considerou legal sua detenção em agosto do ano passado no aeroporto londrino de Heathrow ao amparo das leis antiterroristas.
Em comunicado, David declarou hoje que recorrerá do pronunciamento porque "os valores de liberdade de expressão que estão em jogo são importantes demais para fazer outra coisa que não seja lutar até o final".
Miranda, de 28 anos, foi detido em 18 de agosto quando viajava da Alemanha ao Brasil com documentos para seu casal, o jornalista americano Glenn Greenwald, que divulgou os vazamentos do ex-analista da NSA americana Edward Snowden no jornal "The Guardian".
O brasileiro foi retido durante nove horas e foram confiscados nove pertences dele, entre elas cartões de memória, o celular e o laptop, em virtude da cláusula 7 da lei antiterrorista de 2000, que permite interrogar suspeitos de terrorismo em aeroportos por até nove horas sem acesso direto a advogados.
Depois que Miranda recorreu de sua detenção, com o principal argumento de que não foi apropriado equipará-lo a um terrorista, o Tribunal Superior resolveu hoje que a detenção foi legal e "proporcional, dadas as circunstâncias".
Em resposta a essa sentença, Miranda adiantou que recorrerá inclusive até o Tribunal Europeu de Direitos Humanos pois, embora o Superior lhe denegou a vênia para recorrer, pode transferir o caso à Corte de Apelação.
"Claro que não estou feliz com que um tribunal tenha dito formalmente que eu era um legítimo suspeito de terrorismo, mas os dias do império britânico há tempo terminaram e essa sentença não terá nenhum efeito fora das fronteiras desse país", disse o brasileiro em comunicado postado em "The Intercept", o novo site de Greenwald.
"Estou convencido de que prejudicaram seu país muito mais do que a mim com essa sentença, pois ressalta o que o mundo já sabe: que o Reino Unido despreza as liberdades de imprensa mais básicas", manifesta.
Sobre a decisão judicial, a ministra britânica do Interior, Theresa May, declarou hoje que "apoia completamente o ato totalmente proporcional realizado pela polícia neste caso para proteger a segurança nacional".
No "Intercept", Greenwald, que vive com Miranda no Rio de Janeiro, condena que seu namorado, que quando foi detido transportava material jornalístico da correspondente Laura Poitras em Berlim para o americano em um voo pago pelo jornal britânico "The Guardian", tenha sido tratado como um terrorista.
O blogueiro observa que o argumento de equiparar jornalistas com terroristas "é a mesma teoria que o regime militar do Egito utiliza para processar jornalistas da "Al Jazeera" como terroristas".
"Felicidades ao governo britânico por parte da empresa que já frequentou", escreve Greenwald, que abandonou os Estados Unidos após ter revelado o material de Snowden, por sua vez exilado na Rússia.