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Dalai Lama mantém negociações informais para ir ao Tibete

O Dalai Lama indicou que está mantendo negociações informais com a China para realizar uma peregrinação histórica ao Tibete

Dalai Lama: ele pode voltar ao Tibete após mais de meio século no exílio (Nicholas Kamm/AFP)
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Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2015 às 19h27.

Dharamsala - O Dalai Lama indicou nesta quinta-feira que está mantendo negociações informais com a China para realizar uma peregrinação histórica ao Tibete, depois de mais de meio século no exílio.

O líder espiritual tibetano disse ter deixado claro seu desejo de realizar a peregrinação a um monte sagrado de seu país natal a contatos na China, incluindo ex-membros do Partido Comunista.

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"Ainda não está fechado, ainda não, mas a ideia está ali", declarou o líder de 79 anos em uma entrevista à AFP, em Dharamshala, a cidade do norte da Índia onde reside.

"Não foi formal ou sério, mas informal... Expressei este desejo, e alguns dos meus amigos também mostraram seu sincero interesse ou preocupação", acrescentou.

"Nos últimos tempos, alguns funcionários chineses, por exemplo, o vice-secretário do partido comunista na região autônoma do Tibete, também mencionaram a possibilidade de minha visita com uma peregrinação a este local sagrado".

O Dalai Lama expressa há tempos seu desejo de visitar o monte Wutai Shan, que os tibetanos consideram sagrado.

Seus comentários desta quinta-feira chegam em meio a especulações sobre uma diminuição das tensões com a China, que no passado acusou o líder espiritual de ser um separatista e de buscar a secessão.

O monge exilado, que se retirou da política em 2011, declarou que luta para conseguir uma maior autonomia para as províncias tibetanas.

No mês passado, foi divulgada a publicação de um blog anônimo em um site chinês que descrevia o retorno do Dalai Lama em termos positivos, antes de ser apagada.

Alguns especialistas viram uma indicação de que a China poderia estar suavizando o tom - uma opinião compartilhada pelo Dalai Lama.

Nesta quinta-feira, ele avaliou positivamente os comentários do presidente chinês Xi Jinping sobre a importância do budismo na sociedade chinesa e disse ser otimista sobre o atual líder em Pequim.

"Isso é algo muito novo, um Partido Comunista dizendo algo sobre espiritualidade", declarou o líder exilado, que, há pouco, descreveu Xi como "com a mente mais aberta" que seus antecessores.

O Dalai Lama, que desfrutou de uma estreita relação com o pai de Xi, antes de fugir do Tibete em 1959, após uma revolta frustrada, também elogiou o líder chinês por sua mão de ferro diante da corrupção dos funcionários.

"Estas coisas mostram que ele (Xi) está tratando estes problemas de uma forma mais realista", disse o Dalai Lama.

Mas criticou o tratamento dado pela China aos seus dissidentes, incluindo o escritor uigor Ilham Tohti, que foi condenado à morte na prisão por separatismo.

"Dissidentes foram detidos - alguns intelectuais - como o caso recente do escritor uigur", disse.

"Eles não estão contra o governo , nem contra o povo. Então acredito que, em última análise, não são necessariamente daninhos".

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