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Crise econômica garante vitória fulminante do PP na Espanha

Partido de oposição venceu as eleições municipaís como uma vantagem de 10% sobre os socialistas

Reunidos em Madri, simpatizantes do Partido Popular comemoram o resultado da eleição (Dani Pozo/AFP)

Reunidos em Madri, simpatizantes do Partido Popular comemoram o resultado da eleição (Dani Pozo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2011 às 13h42.

Madri - O conservador Partido Popular (PP) comemora nesta segunda-feira os excelentes resultados nas eleições locais e regionais do domingo na Espanha, nas quais obtiveram uma margem de vantagem de 10% sobre os socialistas, em um contexto de crise econômica e protestos populares.

Com 100% dos resultados apurados, o PP teve 37,53% dos votos, contra 27,79% do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE). A taxa de participação foi de 67%.

A diferença de 10% - ou mais de dois milhões de votos - é um grande constraste em relação ao resultado da eleição anterior, em 2007, quando os dois partidos terminaram quase empatados.

"O PP arrasou com os socialistas, em uma vitória acachapante, um tsunami que afogou o PSOE", escreveu o jornal El País, indicando que "este desastre sem precedentes deixa o PSOE à beira de uma grave crise".

O El Mundo também falou em "tsunami", anunciando em sua manchete que "A Espanha exige a mudança". A vitória do PP é "o início do caminho para a maioria absoluta em 2012", estima o diário, afirmando ainda que "a Espanha real fulminou o PSOE e exige eleições gerais já".

Ao admitir a derrota, no próprio domingo, o presidente do governo José Luis Rodríguez Zapatero estimou que "estes resultados têm uma claríssima relação com os efeitos da crise econômica", e disse que "era razoável esperar que o PSOE recebesse hoje um castigo nas urnas".


Para o analista político José María Ridao, entretanto, "não foi a crise que produziu isso, e sim a gestão da crise" nas mãos do executivo socialista.

Além disso, Zapatero fomentou "o voto do medo", afirmou Ridao. O presidente não hesitou em advertir sobre os riscos de uma vitória da direita, e lidou com a crise desde o primeiro momento através de medidas populistas que aumentaram o gasto público, antes de anunciar os drásticos cortes orçamentários do ano passado.

O resultado foi que "ele desmobilizou seu eleitorado e mobilizou completamente o eleitorado oposto", do PP, cujo principal objetivo é "expulsar Zapatero".

Nesta segunda-feira, a Puerta del Sol da capital Madri voltou a amanhecer ocupada por centenas de jovens do movimento 15 de Maio, que exigem mudanças políticas e econômicas.

"Ficamos pelo menos até domingo, e não descartamos permanecer ainda mais", declarou uma porta-voz do movimento, nascido espontaneamente nas redes sociais da internet.

"Não percebemos uma desmobilização depois das eleições, ao contrário, estamos cada vez mais estruturados, as pessoas vêm nos ajudar", acrescentou.

Acampados no monumento-símbolo da cidade, jovens, idosos e principalmente desempregados varrem a praça e distribuem refeições.

Mais de 60.000 pessoas participaram das manifestações na última sexta-feira, pedindo uma "democracia real" e demonstrando seu repúdio contra o legislativo espanhol.


©AFP / Dani Pozo

Partidários do PP comemoram resultados de eleições em Madri

O desemprego espanhol, que disparou dos 8% registrados antes da crise para mais de 21%, é um recorde na União Europeia, e continua subindo.

Até o rei da Espanha manifestou-se nesta segunda-feira sobre a situação do mercado de trabalho em seu país.

"É necessário não apenas investir na profissionalização, na modernização e na formação das empresas, mas também dar um estímulo urgente ao emprego juvenil", afirmou o rei Juan Carlos I, ao discursar para uma associação empresarial.

Entre os jovens com menos de 25 anos, o nível de desemprego na Espanha chega a assustadores 44%.

"Para isto, devemos unir esforços para trabalhar junto com nossas instituições, agentes econômicos e sociais e o conjunto da sociedade", indicou o monarca.

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