Crise de fome pode afetar milhares no Sudão do Sul, diz ONU
3,7 milhões de pessoas estão à beira da crise de fome no Sudão do Sul, que não recebe ajuda de emergência, alertou a ONU
Da Redação
Publicado em 3 de abril de 2014 às 10h06.
Genebra - Aproximadamente 3,7 milhões de pessoas estão à beira da crise de fome no Sudão do Sul, que não recebe ajuda de emergência devido à falta de fundos para seu financiamento, alertou nesta quinta-feira a ONU .
De acordo com o organismo, se nada for feito para contornar essa situação, o país mais jovem do planeta viverá uma catástrofe até o próximo mês de janeiro.
"Estamos em uma corrida contra o tempo. Se não plantamos agora, em abril e maio, não vamos colher nada no próximo mês de janeiro, o que produzirá uma catástrofe como não vemos desde meados dos anos 80", advertiu em entrevista coletiva Toby Lanzer, coordenador humanitário das Nações Unidas para o Sudão do Sul.
Lanzer explicou que a ONU necessita alimentar, oferecer água potável, alojar e dar atendimento médico de emergência para mais de um milhão de pessoas e não pode porque não tem fundos para financiar tais ajudas.
"De fato, neste primeiro trimestre do ano, recebemos menos dinheiro que no primeiro trimestre do ano passado, quando ainda não tinha explodido o conflito como o que vivemos agora".
Até o momento, o organismo recebeu apenas US$ 406 milhões dos US$ 617 milhões que havia solicitado para fazer frente à emergência e não desperdiçar a estação de plantio.
"Se não plantamos e não colhermos, enfrentaremos uma catástrofe sem precedentes que afetará 7 milhões de pessoas e fazer frente a essa emergência custará muito mais dinheiro", advertiu Lanzer.
Segundo dados da ONU, desde que a violência explodiu no início de dezembro, mais de um milhão de pessoas deixaram seus lares, das quais 800 mil são deslocadas internas e outras 254 mil cruzaram as fronteiras paa se refugiar nos países vizinhos.
Esta situação de crise se agrava pelo fato do Sudão do Sul abrigar cerca de 220 mil refugiados sudaneses.
"Nunca pensei que veria as pessoas abandonar suas casas e buscar refúgio em Darfur. Mas, a situação é tão desesperada que é o que está ocorrendo no Sudão do Sul", declarou o coordenador humanitário da ONU para o país.
O conflito no Sudão do Sul começou em 15 de dezembro de 2013, quando as autoridades sul-sudanesas tiveram que fazer frente a um ataque de militares rebeldes, enquanto o governo acusou o ex-vice-presidente Riak Machar, rival político do líder, Salva Kiir, por uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Desde então, o país vive um confronto quase que generalizado, com milhares de mortos e à beira de uma guerra civil.
"O problema é político, mas também étnico, de rivalidades anteriores. É preciso lembrar que a criação do Estado chegou após 50 anos de guerra interrompida, havia receios subjacentes que não foram levados em conta. Não houve um processo de reconciliação profundo, e o que parecia que podia ser controlado, se transformou em um conflito generalizado", completou Lanzer.
O governo e os insurgentes alcançaram um cessar-fogo no último dia 23 de janeiro em Adis-Abeba, mas ambas as partes se acusam mutuamente de violar a trégua, especialmente nos estados de Unidade, Jonglei e Alto Nilo.
"Não acho que um acordo de paz possa ser alcançado a curto prazo", finalizou Lanzer.
Genebra - Aproximadamente 3,7 milhões de pessoas estão à beira da crise de fome no Sudão do Sul, que não recebe ajuda de emergência devido à falta de fundos para seu financiamento, alertou nesta quinta-feira a ONU .
De acordo com o organismo, se nada for feito para contornar essa situação, o país mais jovem do planeta viverá uma catástrofe até o próximo mês de janeiro.
"Estamos em uma corrida contra o tempo. Se não plantamos agora, em abril e maio, não vamos colher nada no próximo mês de janeiro, o que produzirá uma catástrofe como não vemos desde meados dos anos 80", advertiu em entrevista coletiva Toby Lanzer, coordenador humanitário das Nações Unidas para o Sudão do Sul.
Lanzer explicou que a ONU necessita alimentar, oferecer água potável, alojar e dar atendimento médico de emergência para mais de um milhão de pessoas e não pode porque não tem fundos para financiar tais ajudas.
"De fato, neste primeiro trimestre do ano, recebemos menos dinheiro que no primeiro trimestre do ano passado, quando ainda não tinha explodido o conflito como o que vivemos agora".
Até o momento, o organismo recebeu apenas US$ 406 milhões dos US$ 617 milhões que havia solicitado para fazer frente à emergência e não desperdiçar a estação de plantio.
"Se não plantamos e não colhermos, enfrentaremos uma catástrofe sem precedentes que afetará 7 milhões de pessoas e fazer frente a essa emergência custará muito mais dinheiro", advertiu Lanzer.
Segundo dados da ONU, desde que a violência explodiu no início de dezembro, mais de um milhão de pessoas deixaram seus lares, das quais 800 mil são deslocadas internas e outras 254 mil cruzaram as fronteiras paa se refugiar nos países vizinhos.
Esta situação de crise se agrava pelo fato do Sudão do Sul abrigar cerca de 220 mil refugiados sudaneses.
"Nunca pensei que veria as pessoas abandonar suas casas e buscar refúgio em Darfur. Mas, a situação é tão desesperada que é o que está ocorrendo no Sudão do Sul", declarou o coordenador humanitário da ONU para o país.
O conflito no Sudão do Sul começou em 15 de dezembro de 2013, quando as autoridades sul-sudanesas tiveram que fazer frente a um ataque de militares rebeldes, enquanto o governo acusou o ex-vice-presidente Riak Machar, rival político do líder, Salva Kiir, por uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Desde então, o país vive um confronto quase que generalizado, com milhares de mortos e à beira de uma guerra civil.
"O problema é político, mas também étnico, de rivalidades anteriores. É preciso lembrar que a criação do Estado chegou após 50 anos de guerra interrompida, havia receios subjacentes que não foram levados em conta. Não houve um processo de reconciliação profundo, e o que parecia que podia ser controlado, se transformou em um conflito generalizado", completou Lanzer.
O governo e os insurgentes alcançaram um cessar-fogo no último dia 23 de janeiro em Adis-Abeba, mas ambas as partes se acusam mutuamente de violar a trégua, especialmente nos estados de Unidade, Jonglei e Alto Nilo.
"Não acho que um acordo de paz possa ser alcançado a curto prazo", finalizou Lanzer.