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Cresce tensão venezuelana com silêncio do Conselho Eleitoral

Líderes opositores esperavam que o CNE publicasse na quarta-feira o mapa do caminho do referendo

Venezuela: líderes opositores esperavam que o CNE publicasse na quarta-feira o mapa do caminho do referendo (Carlos Eduardo Ramirez / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2016 às 09h57.

Opositores venezuelanos tentarão mais uma vez, nesta quinta-feira, marchar até a sede do poder eleitoral para exigir a data de ratificação das assinaturas que permitirão a realização do referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro , em meio ao aumento da tensão política e social no país.

Quase 40 dias depois de ter apresentado ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), 1,8 milhão de assinaturas para abrir o processo, a opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) ainda não completou o primeiro passo no processo do referendo, que busca com urgência para este mesmo ano.

Líderes opositores esperavam que o CNE publicasse na quarta-feira o mapa do caminho do referendo, depois de ter sido anunciado na terça-feira que, das 1,8 milhão de assinaturas, 1,3 milhão são válidas, seis vezes mais que as 200.000 exigidas por lei para ativar a consulta.

Diante do silêncio eleitoral, a oposição anunciou que nesta quinta-feira seus deputados - que são maioria no Parlamento - se dirigirão cedo ao gabinete do órgão eleitoral para exigir a data de ratificação das assinaturas, um processo que deve ser feito em cinco dias com máquinas de registro de impressão digital.

Paralelamente, uma marcha de estudantes e de outros setores opositores partirá pela manhã da Plaza Venezuela ao CNE, a quarta vez em que tentarão chegar à sede do organismo, já que as manifestações anteriores foram bloqueadas e dissolvidas com gás lacrimogêneo pelas forças de segurança.

"As senhoras (reitoras) do CNE estão desafiando todo um país que quer paz", advertiu no Twitter o ex-candidato presidencial Henrique Capriles, que liderou as marchas.

O presidente Maduro sustenta que a oposição não se interessa pelo referendo, e que quer gerar violência para provocar uma intervenção estrangeira.

Válvula de escape

Acusando-o de servir ao governo, a MUD sustenta que o CNE demora para evitar que o referendo seja feito até 2017 - quando são completados quatro anos do mandato presidencial -, já que, se for feito este ano e Maduro perder, serão convocadas eleições. Caso o referendo seja realizado no próximo ano e Maduro sair derrotado, será substituído pelo vice-presidente nomeado pelo governante.

Segundo as pesquisas, de seis a sete em cada dez venezuelanos é favorável a uma mudança de governo. Para revogar o mandato de Maduro, a oposição precisa de mais de 7,5 milhões de votos, com os quais foi eleito em 2013 após a morte de Hugo Chávez.

"Este é um país polarizado, não pode se dar ao luxo de um árbitro que não termina de decidir as coisas, que não está sendo claro, apesar do clima político. As pessoas não entendem a demora", opinou Ignacio Avalos, diretor da ONG Observatório Eleitoral Venezuelano (OEV).

Enquanto isso, a tensão social cresce, os protestos se tornaram cotidianos, diante do agravamento da escassez de alimentos e remédios e da alta do custo de vida. A inflação é a mais alta do mundo: 180% em 2015 e o FMI prevê 700% para o encerramento deste ano.

"Marcharemos até que chegue a mudança que finalmente nos tirará desta crise que afeta nossas universidades e o resto do país", disse o presidente da Federação de Centros Universitários da Universidade Central da Venezuela, Hasler Iglesias.

Para a oposição, o referendo "é uma válvula de escape para os venezuelanos".

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Opositores venezuelanos tentarão mais uma vez, nesta quinta-feira, marchar até a sede do poder eleitoral para exigir a data de ratificação das assinaturas que permitirão a realização do referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro , em meio ao aumento da tensão política e social no país.

Quase 40 dias depois de ter apresentado ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), 1,8 milhão de assinaturas para abrir o processo, a opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) ainda não completou o primeiro passo no processo do referendo, que busca com urgência para este mesmo ano.

Líderes opositores esperavam que o CNE publicasse na quarta-feira o mapa do caminho do referendo, depois de ter sido anunciado na terça-feira que, das 1,8 milhão de assinaturas, 1,3 milhão são válidas, seis vezes mais que as 200.000 exigidas por lei para ativar a consulta.

Diante do silêncio eleitoral, a oposição anunciou que nesta quinta-feira seus deputados - que são maioria no Parlamento - se dirigirão cedo ao gabinete do órgão eleitoral para exigir a data de ratificação das assinaturas, um processo que deve ser feito em cinco dias com máquinas de registro de impressão digital.

Paralelamente, uma marcha de estudantes e de outros setores opositores partirá pela manhã da Plaza Venezuela ao CNE, a quarta vez em que tentarão chegar à sede do organismo, já que as manifestações anteriores foram bloqueadas e dissolvidas com gás lacrimogêneo pelas forças de segurança.

"As senhoras (reitoras) do CNE estão desafiando todo um país que quer paz", advertiu no Twitter o ex-candidato presidencial Henrique Capriles, que liderou as marchas.

O presidente Maduro sustenta que a oposição não se interessa pelo referendo, e que quer gerar violência para provocar uma intervenção estrangeira.

Válvula de escape

Acusando-o de servir ao governo, a MUD sustenta que o CNE demora para evitar que o referendo seja feito até 2017 - quando são completados quatro anos do mandato presidencial -, já que, se for feito este ano e Maduro perder, serão convocadas eleições. Caso o referendo seja realizado no próximo ano e Maduro sair derrotado, será substituído pelo vice-presidente nomeado pelo governante.

Segundo as pesquisas, de seis a sete em cada dez venezuelanos é favorável a uma mudança de governo. Para revogar o mandato de Maduro, a oposição precisa de mais de 7,5 milhões de votos, com os quais foi eleito em 2013 após a morte de Hugo Chávez.

"Este é um país polarizado, não pode se dar ao luxo de um árbitro que não termina de decidir as coisas, que não está sendo claro, apesar do clima político. As pessoas não entendem a demora", opinou Ignacio Avalos, diretor da ONG Observatório Eleitoral Venezuelano (OEV).

Enquanto isso, a tensão social cresce, os protestos se tornaram cotidianos, diante do agravamento da escassez de alimentos e remédios e da alta do custo de vida. A inflação é a mais alta do mundo: 180% em 2015 e o FMI prevê 700% para o encerramento deste ano.

"Marcharemos até que chegue a mudança que finalmente nos tirará desta crise que afeta nossas universidades e o resto do país", disse o presidente da Federação de Centros Universitários da Universidade Central da Venezuela, Hasler Iglesias.

Para a oposição, o referendo "é uma válvula de escape para os venezuelanos".

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