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Cresce nº de primeiras-damas que seguem carreira dos maridos

A longa lista das esposas dos presidentes da América Latina que decidem entrar na carreira política continua a crescer


	Marta Linares: esposa do presidente do Panamá se candidatou à vice-presidência do Panamá nas eleições de 04 de maio
 (LG전자/Wikimedia Commons)

Marta Linares: esposa do presidente do Panamá se candidatou à vice-presidência do Panamá nas eleições de 04 de maio (LG전자/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2014 às 17h53.

Bogotá - A longa lista de primeiras-damas latino-americanas que decidem seguir a carreira política de seus maridos continua a crescer, com a candidatura da esposa do presidente do Panamá, Marta Linares, à vice-presidência do Panamá nas eleições de 4 de maio, e a incógnita sobre a participação de Nadine Heredia na disputa no Peru.

A esposa do presidente panamenho, Ricardo Martinelli, pode chegar à vice-presidência por ser companheira de chapa do candidato governista, a mesma via usada pela vice-presidente da República Dominicana, Margarita Cedeño, esposa do três vezes presidente Leonel Fernández e agora número dois do governo de Danilo Medina.

Assim como em 2012 na República Dominicana, os críticos de Martinelli, que não pode ser candidato, afirmam se tratar de uma reeleição encoberta e alegam que haver impedimentos constitucionais para que Linares seja candidata à vice, mas o Tribunal Eleitoral rejeitou esse argumento.

José Domingo Arias, cabeça de chapa à presidência do Panamá é, segundo as últimas pesquisas, o favorito para ganhar as eleições com 37% das intenções de voto.

Quando anunciou sua candidatura à vice-presidência, em janeiro, Linares declarou que "durante estes cinco anos trabalhei de forma responsável e silenciosa".

Nada silencioso foi o trabalho de Nadine Heredia, a esposa do presidente peruano, Ollanta Humala, que estaria na liderança em algumas pesquisas.

Sua suposta ingerência em assuntos governamentais foi a origem de várias crise políticas, a última agora em março, quando o parlamento resistiu a dar um voto de confiança ao gabinete de ministros.

A própria sogra de Nadine, Elena Tasso, fez comentários contra do protagonismo da esposa de Ollanta: "Eu sei que a mulher sempre deve apoiar o marido, mas discretamente".


Entre os admiradores da popular Nadine, que é presidente do Partido Nacionalista, está o escritor Mario Vargas Llosa, que hoje assinalou que "já é hora de o Peru ter uma presidente mulher e ela tem condições absolutamente magníficas de sê-lo".

O autor de "A casa verde" acredita, no entanto, que Nadine não deveria ser candidata presidencial em 2016, por estar impedida pela legislação eleitoral por ser parente direta do líder, mas sim em 2021.

O presidente Humala defendeu o trabalho e as condições políticas de sua esposa.

O país da América Latina com mais tradição de "dupla" presidencial é Argentina.

Primeiro foram Juan Domingo Perón e "Evita" e depois outra vez Perón com sua terceira esposa, Isabel Martínez, que em 1973, como sua companheira de chapa, foi escolhida vice-presidente. Em 1974, após a morte dele, assumiu a presidência.

Depois vieram Néstor Kirchner e Cristina Kirchner. Morto em 2010, Kirchner foi presidente de 2003 a 2007 e depois passou a faixa para ela, que está na metade de seu segundo mandato presidencial consecutivo.

Como líder do Partido Justicialista (PJ, peronista), Kirchner elegeu a sua esposa como candidata para as eleições de 2007.

Xiomara Castro, primeira-dama de Honduras de 2006 a 2009 como esposa de Manuel Zelaya, foi a segunda candidata mais votada nas últimas eleições presidenciais do país em 2013.

Zelaya, derrubado por um golpe de Estado em 2009, não podia ser candidato, já que Honduras não permite a reeleição.

A primeira-dama nicaraguense, Rosario Murillo, não precisou ser candidata para ter poder.

Seu marido, o presidente Daniel Ortega, que em 2011 ganhou um terceiro mandato nas urnas de maneira muito questionada, delegou metade do poder a ela, como primeira-dama e porta-voz do governo, mas na prática cumpre o papel de ministra da presidência.

Um caso à parte é o da guatemalteca Sandra Torres, que foi primeira-dama e se separou de Álvaro Colom quando ele ainda era presidente para escapar da lei que proíbe parentes de líderes, incluídos esposos e esposas, de postular à presidência. A justiça a impediu de se candidatar às eleições de 2011 apesar do divórcio.

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