Coronavírus no mundo: Irã tem 2.750 mortes; Argentina amplia quarentena
Na Espanha, diretor de emergências em saúde testa positivo para coronavírus; Moscou confirmou mais de mil casos e autoridades anunciam interdição parcial
Reuters
Publicado em 30 de março de 2020 às 09h47.
Última atualização em 31 de março de 2020 às 00h55.
O total de mortes pelo novo coronavírus no Irã cresceu para 2.757, com o registro de 117 casos fatais nas últimas 24 horas, disse um porta-voz do Ministério da Saúde na TV estatal nesta segunda-feira, acrescentando que o total de infecções confirmadas subiu para 41.495.
"Nas últimas 24 horas, tivemos 117 novas mortes e 3.186 casos confirmados de pessoas infectadas pelo coronavírus", afirmou o porta-voz, pedindo que os iranianos fiquem em suas casas.
Argentina
O presidente da Argentina , Alberto Fernández, disse no domingo que o país prolongará o período de quarentena nacional obrigatória até a metade de abril visando frear a disseminação do coronavírus, que já matou mais de 30 mil pessoas em todo o mundo.
A quarentena, que impede que trabalhadores de setores não essenciais saiam de casa, a não ser para comprar mantimentos e remédios, praticamente esvaziou as ruas do país, e sua importante indústria de grãos passa por alguns transtornos.
A medida rígida deveria durar até o final de março, mas agora vigorará ao menos até o encerramento do final de semana da Páscoa, disse Fernández, o que significa que seria suspensa no dia 12 de abril.
"Prorrogaremos a quarentena até o final da Páscoa. O que visamos conseguir? Manter a transmissão do vírus sob controle", disse ele em um pronunciamento televisionado.
Fernández acrescentou que os resultados iniciais do isolamento compulsório em vigor desde 20 de março parecem "bons". O país registrou 820 casos de coronavírus e 20 mortes, mas o aumento de casos deu alguns sinais de desaceleração nos últimos dias.
Medidas sociais
Enquanto isso, para aliviar a paralisia e o sofrimento econômico de muitos argentinos, o presidente decretou no domingo a suspensão dos despejos por 180 dias e a proibição do aumento no valor de aluguéis e parcelas de empréstimos hipotecários.
"É uma guerra contra um exército invisível que nos ataca em lugares onde às vezes não o esperamos. É chocante a velocidade com que o vírus cresce. Com a quarentena, procuramos tempo para nos preparar e fornecer suprimentos", justificou.
Ao destacar que o modelo escolhido pela Argentina foi elogiado por organizações internacionais, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o presidente afirmou que a luta contra a pandemia deve resultar "em um ensinamento de que a humanidade não deve ser tão infeliz e tão egoísta com os que foram esquecidos para o desenvolvimento". (Com agências internacionais).
Rússia: Moscou supera mil casos
Autoridades da capital da Rússia anunciaram uma interdição parcial, ordenando aos moradores que fiquem em casa a partir desta segunda-feira, sua medida mais dura até o momento para frear a disseminação do coronavírus depois que o número de casos oficiais em Moscou ultrapassou a marca dos mil.
A ordem veio dias depois de o prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, um aliado próximo do presidente Vladimir Putin, fazer um apelo aos moscovitas para evitarem locais públicos, viagens não essenciais e caminhadas – uma recomendação que muitos ignoraram durante um período de clima atipicamente quente no final de semana.
"É óbvio que nem todos nos ouviram", escreveu Sobyanin em seu site ao anunciar as medidas de quarentena mais rigorosas, alertando que as autoridades endurecerão continuamente o controle do cumprimento das novas regras.
Os moscovitas só poderão sair para comprar mantimentos e remédios nas lojas mais próximas, obter tratamento médico urgente, levar cães para passear ou tirar o lixo, explicou.
Aqueles que precisarem ir ao trabalho também terão permissão de sair de casa, disse, acrescentando que as autoridades adotarão um sistema de passes que permitirá que as pessoas circulem pela cidade nos próximos dias.
"Uma sucessão de acontecimentos extremamente negativa que vemos nas maiores cidades da Europa e dos Estados Unidos causa grande preocupação com a vida e a saúde de nossos cidadãos", disse Sobyanin.
Espanha
O diretor do Centro de Coordenação de Alertas e Emergências em Saúde da Espanha , Fernando Simón, que lidera a resposta ao surto de coronavírus e mantém contato regular com o premiê Pedro Sánchez, testou positivo para o Covid-19, disse uma autoridade de saúde nesta segunda-feira.
Falando em uma coletiva de imprensa em que substituiu Simón, Maria José Sierra disse que a tendência das infecções diárias havia mudado desde a introdução de medidas de confinamento, com novos casos crescendo cerca de 12% por dia, em comparação aos cerca de 20% registrados antes de 25 de março.