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Coreia do Sul inicia eleições legislativas cruciais para o presidente

Principal rival do atual presidente, Yoon Suk Yeol, e sua agenda conservadora, é Lee Jae-myung, do Partido Democrata (centro-esquerda)

O presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol (D) e a esposa Kim Keon Hee (C) no aeroporto de Tóquio em 16 de março de 2023 (AFP/Reprodução)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 10 de abril de 2024 às 07h37.

Ossul-coreanos começaram a votar nesta quarta-feira, 10, em eleições legislativas consideradas um plebiscito sobre o presidente do país, Yoon Suk Yeol , e sua agenda conservadora, após uma campanha eleitoral polarizada.

O Partido Democrata (centro-esquerda), de Lee Jae-myung, grande rival do presidente e ferido gravemente há três meses em um ataque com arma branca, poderia reforçar sua maioria na Assembleia Nacional, um parlamento unicameral de 300 membros.

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As seções eleitorais abriram às 6h locais e fecharão às 18h. Os resultados devem ser divulgados na madrugada desta quinta-feira, 11.

Nas eleições presidenciais de 2022, Yoon teve uma vitória apertada sobre Lee. Já no poder, implantou uma política dura em relação à Coreia do Norte, reforçando sua aliança com os Estados Unidos e se aproximando do Japão, antiga potência colonial com a qual mantém disputas históricas.

Desde o começo, no entanto, Yoon foi um presidente impopular, com uma aprovação frequentemente abaixo de 30%. Além disso, seu partido não controla o Parlamento, o que o impediu de avançar com sua agenda socialmente conservadora.

A impopularidade de Yoon deve-se "à ausência de progressos reais nas questões políticas e econômicas internas", explica o cientista político da Universidade Católica da América Andrew Yeo. "Os preços e a inflação continuam altos, a moradia é cara e a polarização política continua elevada."

Fator demográfico

A evolução demográfica do país, de 51 milhões de habitantes, no entanto, joga a favor de Yoon: os eleitores de mais de 60 anos, considerados mais conservadores, superam os de 20 ou 30 anos.

Os eleitores jovens também são menos propensos a participar, por estarem desencantados com a classe política, dominada por homens mais velhos, que desconhecem as suas preocupações, como dificuldades econômicas, a competitividade acadêmica, a pouca oferta de emprego e os preços elevados dos imóveis.

O pastor Jeremiah Shim, 40, diz que os fiéis da sua congregação têm cada vez mais dificuldade de chegar ao fim do mês, devido ao preço elevado dos alimentos.

O tom da campanha também afastou muitos eleitores, com pouco debate político e muitas proclamações estridentes, além de uma onda de discursos de ódio e desinformação digital que pode levar a mais ataques como o sofrido por Lee em janeiro, segundo especialistas.

Novo partido

Um novo partido tenta tirar proveito da polarização, o Reconstruindo Coreia, do ex-ministro da Justiça Cho Kuk, que pode acabar na prisão devido a acusações de corrupção, que ele nega.

Embora não tenha novas propostas políticas significativas, o partido aparece empatado nas pesquisas com o Partido do Poder Popular, de Yoon, e pode se tornar um ator indispensável na nova Assembleia.

Lee, 60, também é investigado em vários casos, entre eles um de supostos subornos relacionados a transferências ilícitas para a Coreia do Norte. O opositor nega todas as acusações.

O Partido Democrata aposta em uma estratégia menos agressiva em relação a Pyongyang e seu líder deu várias declarações a favor da China.

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