Mundo

Coreia do Sul detecta aumento da atividade nuclear do Norte

"Consideramos que o Norte poderia realizar de surpresa um teste nuclear, ou fazer acreditar que tenta concretizá-lo", anunciou porta-voz do ministério da Defesa

Protesto contra atividade nuclear norte-coreanal: programa nuclear norte-coreano está em nível que permite realizar teste "quando desejar", disse porta-voz ministerial da Coreia do Sul (AFP)

Protesto contra atividade nuclear norte-coreanal: programa nuclear norte-coreano está em nível que permite realizar teste "quando desejar", disse porta-voz ministerial da Coreia do Sul (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2014 às 20h46.

A Coreia do Sul detectou um aumento da atividade em um local de testes nucleares da Coreia do Norte, o que para Seul pode significar que Pyongyang esteja preparando uma quarta prova atômica, informou o ministério sul-coreano da Defesa.

"Nosso Exército percebe atualmente muita atividade sobre e nos arredores do local de testes nucleares de Punggye-ri", anunciou o porta-voz do ministério, Kim Min-Seok.

"Consideramos que o Norte poderia realizar de surpresa um teste nuclear, ou fazer acreditar que tenta concretizá-lo", completou.

O programa nuclear norte-coreano está em um nível que permite realizar um teste "quando desejar", uma vez dada a ordem pelo governo de Pyongyang, disse o porta-voz ministerial.

Hoje, os Estados Unidos declararam que acompanham "muito de perto" as atividades da Coreia do Norte.

"A Coreia do Norte tem um histórico de tomar medidas provocativas, e sempre estamos conscientes da possibilidade de que essa ação seja realizada", frisou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, no Air Force One, ao mesmo tempo em que Obama partia rumo à Ásia para uma viagem de uma semana.

Carney disse que uma ação da Coreia do Norte neste sentido seria uma violação de seus compromissos, mas que isso é algo que "infelizmente eles fizeram muitas vezes".

O porta-voz americano se negou a comentar a validade do relatório do ministro sul-coreano da Defesa.

"Estaremos observando muito de perto", respondeu Carney.

O presidente americano, Barack Obama, é esperado na próxima sexta-feira em Seul, no âmbito de um giro pela Ásia que também o levará a Japão, Malásia e Filipinas.


Segundo a imprensa sul-coreana, Pyongyang poderia realizar um ato de provocação por ocasião da visita de Obama.

O porta-voz Kim Min-Seok anunciou que os militares americanos e sul-coreanos estão compartilhando informações de Inteligência. Além disso, o Estado-Maior Conjunto de Seul instalou uma força-tarefa especial, caso Pyongyang tente fazer uma explosão subterrânea.

Na segunda-feira, a Coreia do Norte criticou a viagem de Obama, considerando-a um movimento "perigoso", que poderia deflagrar uma escalada da tensão militar e levar "as nuvens negras de uma corrida ao armamento nuclear" sobre a península.

A Coreia do Norte já executou três testes nucleares: em outubro de 2006, em maio de 2009 e em fevereiro de 2013, ações proibidas pela ONU e que, em cada uma dessas ocasiões, provocou um aumento das sanções internacionais contra o país asiático.

Analistas não acreditam em novo teste

Vários analistas consultados pela AFP se mostraram céticos quanto a um possível teste nuclear por parte da Coreia do Norte.

O professor Yang Moo-Jin, da Universidade de Estudos Norte-Coreanos em Seul, avalia que um teste nesse momento poderia isolar de modo permanente o único grande aliado do Norte e seu principal benfeitor econômico - a China.

"Seria um grande tapa na cara da China, e a Coreia do Norte pode não se sentir confiante o suficiente para lidar com o recuo de Pequim", explicou Yang.

Um teste nuclear agora enterraria qualquer chance de retomada do diálogo a seis partes sobre o programa nuclear de Pyongyang, que vem sendo defendido pelo governo chinês.

A China disse estar a par dos relatos sobre o possível teste e pediu contenção a todos os envolvidos.

"Pedimos a todas as partes importantes que mantenham a calma (...) e que se atenham ao objetivo de fazer a desnuclearização da península coreana (...) por meio do diálogo", declarou o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Qin Gang.

O especialista norte-coreano Kim Yong-Hyun, da Universidade DongGuk, acredita que "é mais provável que a Coreia do Norte esteja se posicionando para ganhar alguma atenção internacional".

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCoreia do NorteCoreia do SulTestes nucleares

Mais de Mundo

Corte Constitucional de Moçambique confirma vitória do partido governista nas eleições

Terremoto de magnitude 6,1 sacode leste de Cuba

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA