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Consumo de heroína aumenta nos EUA

Consumo de heroína volta a aumentar nos EUA devido preço baixo, maior pureza e dificuldade para comprar fármacos opiáceos que exigem receita

Heroína: mortes por overdose de heroína no país aumentaram entre 2000 e 2010 mais de 55% até chegar a 3.094, segundo estatísticas (Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2014 às 06h58.

Washington - Apesar da imagem degradante ligada à droga, o consumo de heroína volta a aumentar nos Estados Unidos , impulsionado pelo baixo preço, sua maior pureza e a crescente dificuldade para comprar fármacos opiáceos que exigem receita.

Os últimos dados da Agência de Abuso de Substâncias e Serviços Mentais dos EUA (SAMHSA) revelam que o número de pessoas que se reconheciam como dependentes de heroína ficou em 620 mil em 2011, registrando um crescimento de mais de 50% desde 2002.

"Estamos coletando dados sobre o consumo de drogas desde 1970, por isso que a tendência é relevante", afirmou à Agência Efe Kay Springer, porta-voz da SAMHSA.

Além disso, as mortes por overdose de heroína no país aumentaram entre 2000 e 2010 mais de 55% até chegar a 3.094, segundo as estatísticas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês).

Este ressurgimento da heroína saltou de maneira dramática à primeira página dos jornais com a morte, no mês passado, do jovem ator Cory Monteith, da popular série "Glee", que morreu por conta de uma overdose de heroína e álcool.

O próprio diretor do Escritório de Política Nacional para o Controle de Drogas dos EUA, Gil Kerlikowske, reconheceu recentemente sua "preocupação" pelo aumento do consumo de heroína no país como substituição dos analgésicos opiáceos com receita.

A realidade é que um frasco de fármacos opiáceos como o OxyContin e o Vicodin custa cerca de US$ 140 nos EUA, enquanto uma dose de heroína nas ruas custa US$ 10.

Os especialistas apontam essa diferença de preços como uma das causas para a mudança destes remédios para heroína.

"É possível conseguir mais pelo mesmo dinheiro. Uma vez viciado em um opiáceo, é difícil sair. Se não pode conseguir o que quer, pega o que encontra", afirmou Amy Roderick, agente especial da Agência Nacional Antidrogas (DEA) em San Diego, em declarações ao jornal "USA Today".


As autoridades americanas, que viram um aumento notável do consumo de fármacos opiáceos legais durante a década de 1990, aumentaram os controles para sua venda e fortaleceram os requisitos para conceder suas receitas.

As overdoses de analgésicos derivados do ópio causam, a cada ano, 15 mil mortes nos EUA, três vezes mais do que a cocaína, heroína e todo o resto das drogas ilegais juntas.

A dependência desses analgésicos se transformou na porta de entrada da heroína, uma droga que nos EUA teve seu auge na década de 70 e 80, mas cujo consumo tinha se mantido em níveis baixos desde então.

"Os passos dados por Washington e outros estados para controlar o mal uso dos fármacos legais foram importantes e bem-sucedidos até certo ponto, mas não conseguiram enfrentar o problema mais amplo dos riscos do consumo e dependência destas substâncias", explicou Linda Richter, do Centro Nacional de Abuso de Substâncias da Universidade de Colúmbia em Nova York, através de um comunicado.

Outro fator que contribuiu para o aumento do consumo é que a heroína procedente do México, que há 20 anos contava com baixos níveis de pureza, foi ganhando qualidade na última década.

O tráfico de heroína do vizinho do sul também cresceu, duplicando-se nos últimos dez anos, de acordo com os dados recolhidos pela DEA.

Por fim, e fruto desta nova realidade, o perfil geográfico de seu consumo variou. Cada vez mais a heroína começa sair de seu habitual ambiente urbano e aparece em localidades rurais que não tinham sofrido as consequências de sua dependência.

O consumo já não se concentra nas grandes urbes do país como Chicago, Nova York e Los Angeles. Estados de perfil muito mais rural, como New Hampshire, Minnesota, Vermont, e Washington reconhecem o uso da droga em suas comunidades e asseguram que suas infraestruturas sanitárias não estão preparadas para este tipo de dependências, o que agrava os problemas.

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Washington - Apesar da imagem degradante ligada à droga, o consumo de heroína volta a aumentar nos Estados Unidos , impulsionado pelo baixo preço, sua maior pureza e a crescente dificuldade para comprar fármacos opiáceos que exigem receita.

Os últimos dados da Agência de Abuso de Substâncias e Serviços Mentais dos EUA (SAMHSA) revelam que o número de pessoas que se reconheciam como dependentes de heroína ficou em 620 mil em 2011, registrando um crescimento de mais de 50% desde 2002.

"Estamos coletando dados sobre o consumo de drogas desde 1970, por isso que a tendência é relevante", afirmou à Agência Efe Kay Springer, porta-voz da SAMHSA.

Além disso, as mortes por overdose de heroína no país aumentaram entre 2000 e 2010 mais de 55% até chegar a 3.094, segundo as estatísticas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês).

Este ressurgimento da heroína saltou de maneira dramática à primeira página dos jornais com a morte, no mês passado, do jovem ator Cory Monteith, da popular série "Glee", que morreu por conta de uma overdose de heroína e álcool.

O próprio diretor do Escritório de Política Nacional para o Controle de Drogas dos EUA, Gil Kerlikowske, reconheceu recentemente sua "preocupação" pelo aumento do consumo de heroína no país como substituição dos analgésicos opiáceos com receita.

A realidade é que um frasco de fármacos opiáceos como o OxyContin e o Vicodin custa cerca de US$ 140 nos EUA, enquanto uma dose de heroína nas ruas custa US$ 10.

Os especialistas apontam essa diferença de preços como uma das causas para a mudança destes remédios para heroína.

"É possível conseguir mais pelo mesmo dinheiro. Uma vez viciado em um opiáceo, é difícil sair. Se não pode conseguir o que quer, pega o que encontra", afirmou Amy Roderick, agente especial da Agência Nacional Antidrogas (DEA) em San Diego, em declarações ao jornal "USA Today".


As autoridades americanas, que viram um aumento notável do consumo de fármacos opiáceos legais durante a década de 1990, aumentaram os controles para sua venda e fortaleceram os requisitos para conceder suas receitas.

As overdoses de analgésicos derivados do ópio causam, a cada ano, 15 mil mortes nos EUA, três vezes mais do que a cocaína, heroína e todo o resto das drogas ilegais juntas.

A dependência desses analgésicos se transformou na porta de entrada da heroína, uma droga que nos EUA teve seu auge na década de 70 e 80, mas cujo consumo tinha se mantido em níveis baixos desde então.

"Os passos dados por Washington e outros estados para controlar o mal uso dos fármacos legais foram importantes e bem-sucedidos até certo ponto, mas não conseguiram enfrentar o problema mais amplo dos riscos do consumo e dependência destas substâncias", explicou Linda Richter, do Centro Nacional de Abuso de Substâncias da Universidade de Colúmbia em Nova York, através de um comunicado.

Outro fator que contribuiu para o aumento do consumo é que a heroína procedente do México, que há 20 anos contava com baixos níveis de pureza, foi ganhando qualidade na última década.

O tráfico de heroína do vizinho do sul também cresceu, duplicando-se nos últimos dez anos, de acordo com os dados recolhidos pela DEA.

Por fim, e fruto desta nova realidade, o perfil geográfico de seu consumo variou. Cada vez mais a heroína começa sair de seu habitual ambiente urbano e aparece em localidades rurais que não tinham sofrido as consequências de sua dependência.

O consumo já não se concentra nas grandes urbes do país como Chicago, Nova York e Los Angeles. Estados de perfil muito mais rural, como New Hampshire, Minnesota, Vermont, e Washington reconhecem o uso da droga em suas comunidades e asseguram que suas infraestruturas sanitárias não estão preparadas para este tipo de dependências, o que agrava os problemas.

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