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Consultas anteriores ao referendo da Escócia em outras áreas

Antes do referendo na Escócia, houve consultas separatistas em outras regiões do mundo, como em Québec, Porto Rico e nas ex-repúblicas iugoslavas

Bandeiras do Reino Unido (E) e da Escócia: referendo escocês será em 18 de setembro (Simon Dawson/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2014 às 13h01.

Antes do referendo do próximo dia 18 de setembro na Escócia , houve consultas separatistas em outros territórios do mundo, como na província canadense de Québec, em Porto Rico, nas ex-repúblicas iugoslavas e da extinta União Soviética, no Timor-Leste, na Eritréia e no Sudão do Sul.

Nos casos de Québec e Porto Rico, a independência foi rejeitada, e em outros, como os da antiga Iugoslávia e algumas ex-repúblicas soviéticas, a segregação esteve acompanhada de um processo bélico.

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Em Québec (com 80% da população francófona e 9% anglófona) o movimento nacionalista convocou dois referendos, em 1980 e 1995. Em ambos a independência foi rejeitada.

Porto Rico, território americano desde 1989 e a partir de 1952 Estado Livre Associado (ELA) aos EUA, realizou em 1991 um referendo para que seus habitantes se pronunciassem sobre seu status político. O "não" venceu com 53%.

No referendo de 14 de dezembro de 1993, não vinculativo para Washington, a vigente fórmula do ELA conseguiu mais apoios, com 48,6%, enquanto a anexação obteve 46,3% e a independência 4,4%.

A última vez que os porto-riquenhos foram questionados sobre a modificação do atual status e a mudança de sua Carta Magna ocorreu no dia 6 de novembro de 2012, dia das eleições a governador. Entre os votantes, 61,1% optaram pela anexação, 33,3% pelo Estado Livre Associado e 5,5% pela independência.

Quanto à antiga Iugoslávia, após a eleição em 1989 do ultranacionalista Slobodan Milosevic como presidente sérvio, a Eslovênia - em 1990 - e Croácia e Macedônia - em 1991 - foram as primeiras a proclamar sua independência mediante um referendo.

Em 1992, foi a vez da Bósnia-Herzegovina (com a oposição sérvia), sendo seguido de uma guerra civil.

Após 14 anos, no referendo realizado em Montenegro em maio de 2006, os independentistas alcançaram 55,4% dos votos, o que representou a separação das últimas duas repúblicas ex-iugoslavas que permaneciam unidas (Sérvia e Montenegro), já que em junho o parlamento proclamou a independência.

No Kosovo, a então província autônoma sérvia de maioria albanesa, o parlamento local proclamou unilateralmente em 2008 sua independência da Sérvia, que foi apoiada pela maioria dos países da União Europeia e dos EUA, mas não pela Rússia, China e Espanha, e nem pela minoria sérvia desse território.

A desintegração da União Soviética esteve acompanhada da separação das repúblicas bálticas - Estônia, Letônia e Lituânia -, após referendos. Foi seguida pela Armênia, Azerbaijão, Geórgia, Ucrânia, Turcomenistão e Uzbequistão.

Por outro lado, não houve consultas independentistas na Bielorrússia, Tadjiquistão, Cazaquistão, Quirguistão, Moldávia e na Rússia.

A república da Geórgia, no Caúcaso, realizou em 31 de março de 1991 um referendo para se separar da então União Soviética que a levou à independência.

Na região georgiana da Abecásia houve uma declaração separatista em 1992, ano no qual explodiu a guerra.

Em 1994 foi aprovada uma nova Constituição e em 1999 realizado um referendo no qual o "sim" venceu com 97%, o que representou sua independência, embora não tenha sido reconhecida internacionalmente.

As tensões se reproduziram em 2004, quando o recém-eleito presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, prometeu restaurar a integridade territorial da Geórgia recuperando a Ossétia do Sul (que também tinha proclamado sua independência após uma consulta separatista) e a Abecásia.

Em 2008, a Geórgia voltou a enviar tropas à Ossétia do Sul e à Abecásia, e em agosto desse mesmo ano as autoridades afirmaram que tinham expulsado as tropas georgianas com o apoio russo.

Em 26 de agosto, a Rússia reconheceu a independência da Ossétia do Sul e da Abecásia.

No Timor-Leste foi realizada em 1999 uma consulta popular apoiada pela ONU, com a vitória da opção independentista, o que marcou o final de 25 anos de ocupação por parte da Indonésia. Em 2002, o Timor-Leste se tornou um país independente.

Na África, a Eritréia realizou em 1993 um referendo que aprovou sua independência da Etiópia, e o Sudão do Sul se constituiu como estado em 2011 após outra consulta e após 24 anos de guerra civil sudanesa.

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