Conselho de Segurança da ONU rejeita resolução palestina
Resolução recebeu oito votos a favor, dois contra e cinco abstenções, na votação realizada na noite de terça-feira
Da Redação
Publicado em 31 de dezembro de 2014 às 09h16.
Nova York - A proposta palestina para fazer com que a ONU fixasse uma data para o fim das negociações de paz e da ocupação de seus territórios foi rejeitada pelo Conselho de Segurança, com uma votação classificada nesta quarta-feira por Israel como uma vitória.
A resolução recebeu oito votos a favor, dois contra e cinco abstenções, na votação realizada na noite de terça-feira. Para ser adotada, precisava reunir os votos de 9 dos 15 países que integram o Conselho.
Três dos membros permanentes do Conselho de Segurança, França, China e Rússia, votaram a favor da resolução junto com Argentina e Chile - os dois países latino-americanos representados no organismo -, além de Jordânia, Chade e Luxemburgo.
Austrália e Estados Unidos, aliados de Israel, votaram contra. Cinco nações se abstiveram: Grã-Bretanha, Lituânia, Coreia do Sul, Ruanda e Nigéria, que a princípio apoiaria a resolução, mas mudou de ideia no último minuto, segundo fontes diplomáticas.
Autoridades israelenses expressaram imediatamente sua satisfação com o resultado.
"O fracasso da resolução deve ensinar os palestinos que as provocações e as tentativas de impor medidas unilaterais a Israel não levarão a lugar nenhum", estimou o ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman.
Depois de não obter a aprovação da resolução, o presidente palestino, Mahmud Abbas, pediu nesta quarta-feira a adesão ao Tribunal Penal Internacional (TPI).
Os palestinos advertiram que em caso de rejeição de sua resolução buscariam recorrer ao Tribunal Penal Internacional para acusar autoridades israelenses por crimes de guerra na Faixa de Gaza.
A resolução previa, entre outros, um prazo de doze meses para alcançar um acordo final de paz israelense-palestino e a retirada israelense de território palestino até o fim de 2017.
Os palestinos incluíram na segunda-feira mudanças em seu projeto que previa que Jerusalém Oriental, ocupada e anexada, fosse a capital do Estado palestino, exigia o fim dos assentamentos israelenses e reiterava o caráter ilegal do muro de separação.
"Esta resolução encoraja as divisões, não um compromisso", declarou a embaixadora dos Estados Unidos ante a ONU, Samantha Power. "Este texto retoma as preocupações de apenas uma parte", acrescentou.
Além disso, a diplomata americana defendeu a posição dos Estados Unidos, que promovem um diálogo direto, e estimou que "a paz chegará com decisões e compromissos difíceis de alcançar em uma mesa de negociações".
Antes dela, na segunda e terça-feira Jeffrey Rathke, um porta-voz do departamento de Estado americano, havia estimado que as datas fixadas pelo texto palestino estabeleciam prazos arbitrários e ressaltou a preocupação de Washington quanto à segurança de Israel.
Os Estados Unidos não precisaram exercer seu direito de veto, concedido por seu status de membro permanente do Conselho e utilizado outras vezes para bloquear resoluções desfavoráveis para Israel.
O veto dos Estados Unidos poderia ter provocado a ira de países árabes aliados na coalizão que combate os jihadistas da organização Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque.
Resultado lamentável
Em Bruxelas, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, estimou que o resultado da votação coloca em evidência, "mais uma vez", a urgência de retomar verdadeiras negociações entre as partes.
O objetivo comum é alcançar um acordo de paz global que se baseie em dois Estados "vivendo um junto ao outro em paz, segurança e reconhecimento mútuo", declarou em um comunicado.
A comunidade internacional parece cada vez mais preocupada diante do aumento da violência entre palestinos e israelenses, e pela incapacidade de relançar as negociações de paz.
Nos últimos dois dias, o secretário americano de Estado, John Kerry, convocou 12 ministros das Relações Exteriores e o presidente palestino, Mahmud Abbas, para explicar a decisão de seu país de se opor ao texto.
O representante palestino na ONU, Riyad Mansur, acusou o Conselho de não assumir sua responsabilidade e se comprometeu a buscar em outro lugar o reconhecimento do Estado palestino.
"Os palestinos e o mundo não podem esperar mais. Esta mensagem, apesar do resultado lamentável de hoje, é bastante clara", disse ante o Conselho.
"Tenho notícias para os palestinos: não podem se dirigir a um Estado agitando-se e provocando", disse, por sua vez, Israel Nitzan, representante israelense no organismo, que havia pedido para o Conselho de Segurança "parar de entrar no jogo dos palestinos e colocar fim ao seu caminho em direção à loucura".
Nova York - A proposta palestina para fazer com que a ONU fixasse uma data para o fim das negociações de paz e da ocupação de seus territórios foi rejeitada pelo Conselho de Segurança, com uma votação classificada nesta quarta-feira por Israel como uma vitória.
A resolução recebeu oito votos a favor, dois contra e cinco abstenções, na votação realizada na noite de terça-feira. Para ser adotada, precisava reunir os votos de 9 dos 15 países que integram o Conselho.
Três dos membros permanentes do Conselho de Segurança, França, China e Rússia, votaram a favor da resolução junto com Argentina e Chile - os dois países latino-americanos representados no organismo -, além de Jordânia, Chade e Luxemburgo.
Austrália e Estados Unidos, aliados de Israel, votaram contra. Cinco nações se abstiveram: Grã-Bretanha, Lituânia, Coreia do Sul, Ruanda e Nigéria, que a princípio apoiaria a resolução, mas mudou de ideia no último minuto, segundo fontes diplomáticas.
Autoridades israelenses expressaram imediatamente sua satisfação com o resultado.
"O fracasso da resolução deve ensinar os palestinos que as provocações e as tentativas de impor medidas unilaterais a Israel não levarão a lugar nenhum", estimou o ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman.
Depois de não obter a aprovação da resolução, o presidente palestino, Mahmud Abbas, pediu nesta quarta-feira a adesão ao Tribunal Penal Internacional (TPI).
Os palestinos advertiram que em caso de rejeição de sua resolução buscariam recorrer ao Tribunal Penal Internacional para acusar autoridades israelenses por crimes de guerra na Faixa de Gaza.
A resolução previa, entre outros, um prazo de doze meses para alcançar um acordo final de paz israelense-palestino e a retirada israelense de território palestino até o fim de 2017.
Os palestinos incluíram na segunda-feira mudanças em seu projeto que previa que Jerusalém Oriental, ocupada e anexada, fosse a capital do Estado palestino, exigia o fim dos assentamentos israelenses e reiterava o caráter ilegal do muro de separação.
"Esta resolução encoraja as divisões, não um compromisso", declarou a embaixadora dos Estados Unidos ante a ONU, Samantha Power. "Este texto retoma as preocupações de apenas uma parte", acrescentou.
Além disso, a diplomata americana defendeu a posição dos Estados Unidos, que promovem um diálogo direto, e estimou que "a paz chegará com decisões e compromissos difíceis de alcançar em uma mesa de negociações".
Antes dela, na segunda e terça-feira Jeffrey Rathke, um porta-voz do departamento de Estado americano, havia estimado que as datas fixadas pelo texto palestino estabeleciam prazos arbitrários e ressaltou a preocupação de Washington quanto à segurança de Israel.
Os Estados Unidos não precisaram exercer seu direito de veto, concedido por seu status de membro permanente do Conselho e utilizado outras vezes para bloquear resoluções desfavoráveis para Israel.
O veto dos Estados Unidos poderia ter provocado a ira de países árabes aliados na coalizão que combate os jihadistas da organização Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque.
Resultado lamentável
Em Bruxelas, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, estimou que o resultado da votação coloca em evidência, "mais uma vez", a urgência de retomar verdadeiras negociações entre as partes.
O objetivo comum é alcançar um acordo de paz global que se baseie em dois Estados "vivendo um junto ao outro em paz, segurança e reconhecimento mútuo", declarou em um comunicado.
A comunidade internacional parece cada vez mais preocupada diante do aumento da violência entre palestinos e israelenses, e pela incapacidade de relançar as negociações de paz.
Nos últimos dois dias, o secretário americano de Estado, John Kerry, convocou 12 ministros das Relações Exteriores e o presidente palestino, Mahmud Abbas, para explicar a decisão de seu país de se opor ao texto.
O representante palestino na ONU, Riyad Mansur, acusou o Conselho de não assumir sua responsabilidade e se comprometeu a buscar em outro lugar o reconhecimento do Estado palestino.
"Os palestinos e o mundo não podem esperar mais. Esta mensagem, apesar do resultado lamentável de hoje, é bastante clara", disse ante o Conselho.
"Tenho notícias para os palestinos: não podem se dirigir a um Estado agitando-se e provocando", disse, por sua vez, Israel Nitzan, representante israelense no organismo, que havia pedido para o Conselho de Segurança "parar de entrar no jogo dos palestinos e colocar fim ao seu caminho em direção à loucura".