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Conselho de Segurança avalia denúncia da AIEA sobre programa nuclear sírio

A reunião do Conselho de Segurança com os responsáveis da AIEA ocorreu depois de o Conselho de Governadores desse organismo denunciar suspeitas em junho

Protesto do Greenpeace contra energia nuclear: OCDE acredita em salto econômico no Japão (Jonathan Nackstrand/AFP)
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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2011 às 13h33.

São Paulo - O Conselho de Segurança se reuniu nesta quinta-feira para avaliar a denúncia da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre o programa nuclear da Síria, país que, segundo os membros ocidentais do principal órgão executivo da ONU, violou suas obrigações.

"A Síria violou suas obrigações nucleares de não-proliferação nuclear", afirmou o embaixador francês perante as Nações Unidas, Gérard Araud, após participar da reunião a portas fechadas que o Conselho de Segurança manteve com os responsáveis da AIEA, que revelaram detalhes das atividades nucleares de Damasco.

Após ouvir as explicações da AIEA, fontes diplomáticas ocidentais assinalaram com preocupação que os detalhes técnicos apresentados pelo organismo da energia atômica levam "à conclusão de que a Síria violou suas obrigações internacionais em matéria de armas nucleares".

A denúncia, que permitiu que o caso seja estudado no Conselho de Segurança, tem relação com a construção de uma instalação que a agência acredita, graças às provas recopiladas, que se tratava de um reator nuclear clandestino, destruído por Israel em 2007.

Os inspetores da AIEA visitaram a região em junho de 2008 durante três dias e coletaram mostras ambientais dos escombros que restaram no lugar, já que, antes de permitir a entrada dos inspetores, as autoridades sírias limparam o local completamente.

No entanto, foram detectadas marcas de urânio produzido artificialmente. Damasco chegou a se negar a colaborar com as investigações, segundo a AIEA.

A embaixadora americana perante a ONU, Susan Rice, emitiu um comunicado ao término da reunião desta quinta-feira no qual assinalou que o relatório da AIEA confirmou "as graves e constantes preocupações" que Washington teve acerca do descumprimento de Damasco do Tratado de Não-Proliferação Nuclear.


"Nossa preocupação aumenta com a contínua rejeição da Síria em colaborar com a investigação da AIEA e seus esforços para esconder o verdadeiro objetivo de sua instalação nuclear clandestina em Dair Alzour", disse Rice, que alertou que essas atividades podem representar "uma ameaça à paz e à estabilidade internacionais".

A reunião do Conselho de Segurança com os responsáveis da AIEA ocorreu depois de o Conselho de Governadores desse organismo denunciar em junho a construção secreta do reator nuclear na Síria bombardeado por Israel.

Segundo a resolução aprovada em Viena, o regime sírio violou seu acordo de salvaguardas com a AIEA ao desenvolver uma usina nuclear com a colaboração da Coreia do Norte.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas tem o poder para ditar sanções contra a Síria a fim de forçar uma maior cooperação por parte do Governo de Damasco, embora, segundo fontes diplomáticas, essa possibilidade é complicada diante das reservas da Rússia e da China em condenar o regime sírio.

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São Paulo - O Conselho de Segurança se reuniu nesta quinta-feira para avaliar a denúncia da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre o programa nuclear da Síria, país que, segundo os membros ocidentais do principal órgão executivo da ONU, violou suas obrigações.

"A Síria violou suas obrigações nucleares de não-proliferação nuclear", afirmou o embaixador francês perante as Nações Unidas, Gérard Araud, após participar da reunião a portas fechadas que o Conselho de Segurança manteve com os responsáveis da AIEA, que revelaram detalhes das atividades nucleares de Damasco.

Após ouvir as explicações da AIEA, fontes diplomáticas ocidentais assinalaram com preocupação que os detalhes técnicos apresentados pelo organismo da energia atômica levam "à conclusão de que a Síria violou suas obrigações internacionais em matéria de armas nucleares".

A denúncia, que permitiu que o caso seja estudado no Conselho de Segurança, tem relação com a construção de uma instalação que a agência acredita, graças às provas recopiladas, que se tratava de um reator nuclear clandestino, destruído por Israel em 2007.

Os inspetores da AIEA visitaram a região em junho de 2008 durante três dias e coletaram mostras ambientais dos escombros que restaram no lugar, já que, antes de permitir a entrada dos inspetores, as autoridades sírias limparam o local completamente.

No entanto, foram detectadas marcas de urânio produzido artificialmente. Damasco chegou a se negar a colaborar com as investigações, segundo a AIEA.

A embaixadora americana perante a ONU, Susan Rice, emitiu um comunicado ao término da reunião desta quinta-feira no qual assinalou que o relatório da AIEA confirmou "as graves e constantes preocupações" que Washington teve acerca do descumprimento de Damasco do Tratado de Não-Proliferação Nuclear.


"Nossa preocupação aumenta com a contínua rejeição da Síria em colaborar com a investigação da AIEA e seus esforços para esconder o verdadeiro objetivo de sua instalação nuclear clandestina em Dair Alzour", disse Rice, que alertou que essas atividades podem representar "uma ameaça à paz e à estabilidade internacionais".

A reunião do Conselho de Segurança com os responsáveis da AIEA ocorreu depois de o Conselho de Governadores desse organismo denunciar em junho a construção secreta do reator nuclear na Síria bombardeado por Israel.

Segundo a resolução aprovada em Viena, o regime sírio violou seu acordo de salvaguardas com a AIEA ao desenvolver uma usina nuclear com a colaboração da Coreia do Norte.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas tem o poder para ditar sanções contra a Síria a fim de forçar uma maior cooperação por parte do Governo de Damasco, embora, segundo fontes diplomáticas, essa possibilidade é complicada diante das reservas da Rússia e da China em condenar o regime sírio.

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