Confrontos retornam ao centro do Cairo e deixam cerca de 20 mortos
Mais de mil manifestantes ficaram feridos desde que protestos no sábado passado explodiram
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2011 às 18h51.
Cairo - A violência se instalou no centro do Cairo , onde prosseguem os confrontos entre manifestantes e forças de ordem que deixaram 20 mortos nos últimos três dias.
Nos arredores da Praça Tahrir, milhares de manifestantes responderam com pedras aos disparos de gás lacrimogêneo e balas de borracha pelos agentes de segurança, embora em alguns momentos tenham sido dadas pequenas tréguas que não demoraram a ser rompidas.
Um amplo número de policiais cercava o Ministério do Interior, enquanto o principal foco de tensão seguia sendo a rua que liga Tahrir a este edifício governamental.
Dali procediam muitos dos disparos que durante o dia foram escutados na praça, epicentro da Revolução de 25 de Janeiro, que voltou a ser tomada por um crescente número de manifestantes.
O responsável da segurança do Ministério do Interior egípcio, Sami Sidhom, disse nesta segunda-feira que quem alimenta os distúrbios na Praça Tahrir "não são os ativistas, mas os 'baltaguiya' (pistoleiros)".
"Nós intervimos contra os 'baltaguiya' que estão infiltrados entre os manifestantes. Os manifestantes têm todo o direito a protestar", afirmou Sidhom, que acusou os pistoleiros de atacar a polícia e romper a trégua firmada.
No entanto, o ativista Mahmoud Afifi, do Movimento 6 de Abril, negou em declarações à Agência Efe a existência de infiltrados em suas fileiras e questionou como as forças da ordem poderiam distingui-los ao perpetrar seus ataques.
Dentro do heterogêneo grupo de manifestantes há muitos menores de idade e também torcedores radicais das principais equipes de futebol do país, com sede de vingança por brigas com a polícia, afirmaram à Efe vários dos participantes dos protestos.
Na praça foram montadas novas barracas, depois que no domingo as forças da ordem entraram na área para queimar as que estavam armadas, e hospitais de campanha foram instalados.
Estes centros médicos improvisados vêm apresentando um grande fluxo de pessoas que chegam com desde sintomas de asfixia até ferimentos por munição não letal, explicou à Efe o médico Mohammed Reda.
Segundo os últimos números divulgados pelo Ministério da Saúde, pelo menos 23 pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas desde que explodiram os protestos no sábado passado.
O estopim foi a expulsão pelo uso da força de um grupo de parentes de vítimas da revolução que havia acampado e participado no dia anterior de uma grande manifestação que exigia que os dirigentes militares abandonassem o poder.
A Junta Militar, liderada pelo marechal Hussein Tantawi e que dirige o país desde a queda do presidente Hosni Mubarak em fevereiro deste ano, garantiu a transferência de poder aos civis sem revelar uma data, como exigem os manifestantes há meses.
A próxima manifestação foi convocada por vários partidos e movimentos para esta terça-feira e nela se pedirá ainda a saída de Essam Sharaf do governo, devido à sua gestão dos distúrbios.
Essa é também a causa da renúncia do ministro da Cultura, Emad Abu Ghazi, que nesta segunda-feira confirmou a notícia e recebeu inúmeros elogios.
Em uma tentativa de conter os protestos, a Junta Militar publicou também hoje um decreto que impede que ex-membros do partido de Mubarak concorram nas próximas eleições, uma das principais reivindicações de ativistas e grupos políticos.
O panorama é mais do que incerto a apenas uma semana para o início das eleições legislativas (previstas para 28 de novembro), embora o Executivo mantenha que acontecerão na data fixada.
A violência nas ruas está afetando também a economia do país, já prejudicada nos últimos meses pelo clima de incerteza.
Nesta segunda-feira, a Bolsa do Egito perdeu 4% de seu valor, enquanto pelo menos 16 voos foram cancelados no aeroporto internacional do Cairo e governos como os da Alemanha e Reino Unido manifestaram sua preocupação pelos fatos violentos, que se estendem com a passagem dos dias.
Cairo - A violência se instalou no centro do Cairo , onde prosseguem os confrontos entre manifestantes e forças de ordem que deixaram 20 mortos nos últimos três dias.
Nos arredores da Praça Tahrir, milhares de manifestantes responderam com pedras aos disparos de gás lacrimogêneo e balas de borracha pelos agentes de segurança, embora em alguns momentos tenham sido dadas pequenas tréguas que não demoraram a ser rompidas.
Um amplo número de policiais cercava o Ministério do Interior, enquanto o principal foco de tensão seguia sendo a rua que liga Tahrir a este edifício governamental.
Dali procediam muitos dos disparos que durante o dia foram escutados na praça, epicentro da Revolução de 25 de Janeiro, que voltou a ser tomada por um crescente número de manifestantes.
O responsável da segurança do Ministério do Interior egípcio, Sami Sidhom, disse nesta segunda-feira que quem alimenta os distúrbios na Praça Tahrir "não são os ativistas, mas os 'baltaguiya' (pistoleiros)".
"Nós intervimos contra os 'baltaguiya' que estão infiltrados entre os manifestantes. Os manifestantes têm todo o direito a protestar", afirmou Sidhom, que acusou os pistoleiros de atacar a polícia e romper a trégua firmada.
No entanto, o ativista Mahmoud Afifi, do Movimento 6 de Abril, negou em declarações à Agência Efe a existência de infiltrados em suas fileiras e questionou como as forças da ordem poderiam distingui-los ao perpetrar seus ataques.
Dentro do heterogêneo grupo de manifestantes há muitos menores de idade e também torcedores radicais das principais equipes de futebol do país, com sede de vingança por brigas com a polícia, afirmaram à Efe vários dos participantes dos protestos.
Na praça foram montadas novas barracas, depois que no domingo as forças da ordem entraram na área para queimar as que estavam armadas, e hospitais de campanha foram instalados.
Estes centros médicos improvisados vêm apresentando um grande fluxo de pessoas que chegam com desde sintomas de asfixia até ferimentos por munição não letal, explicou à Efe o médico Mohammed Reda.
Segundo os últimos números divulgados pelo Ministério da Saúde, pelo menos 23 pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas desde que explodiram os protestos no sábado passado.
O estopim foi a expulsão pelo uso da força de um grupo de parentes de vítimas da revolução que havia acampado e participado no dia anterior de uma grande manifestação que exigia que os dirigentes militares abandonassem o poder.
A Junta Militar, liderada pelo marechal Hussein Tantawi e que dirige o país desde a queda do presidente Hosni Mubarak em fevereiro deste ano, garantiu a transferência de poder aos civis sem revelar uma data, como exigem os manifestantes há meses.
A próxima manifestação foi convocada por vários partidos e movimentos para esta terça-feira e nela se pedirá ainda a saída de Essam Sharaf do governo, devido à sua gestão dos distúrbios.
Essa é também a causa da renúncia do ministro da Cultura, Emad Abu Ghazi, que nesta segunda-feira confirmou a notícia e recebeu inúmeros elogios.
Em uma tentativa de conter os protestos, a Junta Militar publicou também hoje um decreto que impede que ex-membros do partido de Mubarak concorram nas próximas eleições, uma das principais reivindicações de ativistas e grupos políticos.
O panorama é mais do que incerto a apenas uma semana para o início das eleições legislativas (previstas para 28 de novembro), embora o Executivo mantenha que acontecerão na data fixada.
A violência nas ruas está afetando também a economia do país, já prejudicada nos últimos meses pelo clima de incerteza.
Nesta segunda-feira, a Bolsa do Egito perdeu 4% de seu valor, enquanto pelo menos 16 voos foram cancelados no aeroporto internacional do Cairo e governos como os da Alemanha e Reino Unido manifestaram sua preocupação pelos fatos violentos, que se estendem com a passagem dos dias.