Exame Logo

Com Fillon na direita, pressão sobre a esquerda francesa aumenta

Depois de cinco anos no poder, os socialistas e a esquerda da França em geral estão profundamente divididos

François Fillon: planos do candidato de cortar empregos no setor público e suas visões conservadoras podem tirar votos da candidata da legenda de extrema-direita, Marine Le Pen (Sergei Supinsky/AFP)
R

Reuters

Publicado em 28 de novembro de 2016 às 08h37.

Paris - O governista Partido Socialista da França se viu nos holofotes nesta segunda-feira depois que a definição do candidato presidencial da centro-direita aumentou a pressão para que a esquerda, do presidente François Hollande, encontre seu próprio concorrente.

A escolha dos conservadores por François Fillon, no domingo, com uma vantagem folgada, como nome do partido Os Republicanos para a eleição presidencial de abril oferece um lampejo de oportunidade a Hollande, seus socialistas e a esquerda do país como um todo.

Veja também

Os planos de Fillon de cortar empregos no setor público e suas visões conservadoras em temas como o casamento gay podem tirar votos da candidata da legenda de extrema-direita Frente Nacional, Marine Le Pen, mas também afastar eleitores centristas.

Mas, depois de cinco anos turbulentos no poder, marcados pelo desemprego galopante e uma série de ataques de militantes islâmicos, os socialistas e a esquerda em geral estão profundamente divididos.

Como resultado, pesquisas de opinião levam a crer que serão Fillon e Le Pen que irão disputar a Presidência em um segundo turno, com maior chance de vitória do primeiro.

Hollande tem duas semanas para decidir se concorre ou não à primária de seu partido em janeiro. No final de semana, o mais formidável de seus adversários em potencial, o primeiro-ministro, Manuel Valls, fez críticas duras a seu chefe e se recusou a descartar concorrer contra ele.

O porta-voz do governo, Stéphane Le Foll, procurou minimizar a especulação midiática sobre uma prejudicial disputa Valls-Hollande.

"Àqueles que dizem que pode haver uma eleição primária com o presidente e o primeiro-ministro, digo que não haverá uma primária entre o presidente e o primeiro-ministro", afirmou Le Foll à rádio Europe 1.

Mas as dores de cabeça da esquerda não terminam aí. O ex-ministro da Economia de Hollande, Emmanuel Macron, lançou sua própria campanha visando o eleitorado de centro, e o polêmico esquerdista e ex-membro do Partido Socialista Jean-Luc Mélenchon também irá concorrer como independente.

Uma pesquisa de opinião da empresa Harris feita no domingo mostrou cada um destes rebeldes com mais de 13 por cento de votos no primeiro turno da votação presidencial de abril de 2017 - mais do que Hollande ou Valls obteriam se a eleição fosse realizada agora.

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesFrançaPolítica

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame