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Coalizão de Merkel vence regionais na Alemanha, mas extrema direita avança

O partido radical Alternativa para a Alemanha (AfD) é o que mais cresceu no leste do país, enfraquecendo alianças da chanceler

Angela Merkel: coalizão da chanceler ficou enfraquecida (Ronny Hartmann/Getty Images)
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EFE

Publicado em 1 de setembro de 2019 às 16h22.

A extrema direita alemã mostrou neste domingo o seu poder no leste do país, mas não chegou a desbancar os partidos estabelecidos da grande coalizão da chanceler Angela Merkel , que notoriamente se enfraqueceu.

A União Democrata-Cristã (CDU), da chanceler, defendeu a sua posição de primeira força na Saxônia nas eleições regionais realizadas neste domingo, algo que o Partido Social-Democrata (SPD) também conseguiu em Brandeburgo, que circunda Berlim.

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De acordo com as projeções de voto da televisão alemã "ZDF", às 14 horas (de Brasília), os conservadores saxãos obtiveram 33,1% dos votos - uma queda de seis pontos percentuais a respeito dos resultados nas regionais de 2014. Os social-democratas de Brandeburgo ficaram com 26,8%, cinco pontos percentuais a menos que no pleito de quatro anos atrás.

O partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) não cumpriu o objetivo declarado de se tornar a primeira força, mas chegou a 28% na Saxônia e a 24,5% em Brandeburgo, o que triplica, no primeiro caso, e dobra, no segundo, os seus resultados de 2014.

A AfD, uma legenda excluída como aliada ou parceiro de governo pelo restante dos partidos, obteve essas porcentagens com líderes como Andreas Kalbitz, muniquense transformado em candidato em Brandeburgo e representante da corrente mais radical do partido.

Surgiram revelações sobre Kalbitz na semana final antes do pleito. A imprensa alemã divulgou que ele participou de uma manifestação neonazista em Atenas, onde exibiu uma suástica em um hotel.

É uma das muitas informações a respeito da sua biografia, todas elas relacionadas com o neonazismo, o que aparentemente não abalou o seu eleitorado nessa metade do país.

Avanço

O partido radical é o que mais cresceu em votos no leste alemão, enquanto A Esquerda, partido que nos anos seguintes à reunificação capitalizou o chamado voto de protesto, perdeu oito pontos em cada um dos chamados 'Länder'.

Os Verdes, ao contrário, ratificaram o seu ritmo ascendente e, após anos sendo um partido quase marginal no leste, se colocaram em um sólido 10% em Brandeburgo e 8% na Saxônia.

Apesar de terem ficado abaixo das próprias expectativas, as duas legendas poderiam ser peças chave para futuras coalizões nesses estados federados, já que as coalizões atuais - CDU e SPD na Saxônia e SPD com A Esquerda em Brandeburgo - não terão a maioria necessária.

As regionais nos dois 'Länder', com 5,5 milhões de eleitores do total de 82 milhões habitantes da Alemanha, foram realizadas ainda antes da metade da legislatura presente e mostram a queda de votos encadeados da coalizão de Merkel em Berlim.

O CDU, da chanceler, partia com uma posição mais sólida que o SPD, já que o primeiro-ministro saxão, Michael Kretschmer, que é do partido, não teve que sofrer tanto para defender a posição de primeira força do estado, obtida desde a reunificação.

As próximas eleições regionais serão realizadas no dia 27 de outubro, em Turíngia, outro 'Land' do leste da Alemanha. O estado atualmente é governado por uma coalizão entre A Esquerda, Os Verdes e o SPD, Mas a previsão é de um forte crescimento da extrema direita, desta vez na sua versão mais radical. EFE

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