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Clube terá que consertar campo que está "torto" há 30 anos

O campo do Club Social y Deportivo Liniers se tornou um "alçapão" para os times que não se adaptam a sua forma trapezoidal

Estádio Juan Antonio Arias, do Club Social y Deportivo Liniers, está fora dos padrões geométricos da Fifa (Reprodução/Google Maps)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2016 às 08h21.

Buenos Aires - O modesto Club Social y Deportivo Liniers, que atua na quinta divisão da Argentina e cujo estádio fica na região metropolitana de Buenos Aires , deverá consertar seu campo, um dos mais peculiares do país, já que há 30 anos está fora dos padrões geométricos da Fifa e se tornou um "alçapão" para os times que não se adaptam a sua forma trapezoidal.

Localizado no partido (município) de La Matanza, a cerca de 30 quilômetros da capital argentina, o estádio Juan Antonio Arias é a sede de um clube que treina 400 jogadores, desde os das categorias de base até os do departamento profissional, e é também uma saída para muitos jovens das áreas pobres vizinhas.

Há mais de 30 anos, os adversários do Liniers vão ao estádio com certo temor porque as linhas demarcadas no gramado geram confusão.

"Os goleiros, quando tomam como referência o gol do outro lado, notam que sua primeira trave não coincide com a que está na outra meta", contou, com bom humor, Oscar Aguirre, técnico da equipe principal.

Em entrevista à Agência Efe, o treinador, que dirige a equipe há mais de 15 anos, relatou as estratégias que adaptou à peculiar disposição do campo, que, segundo ele, mudam a forma de atacar e defender.

"Se atacamos em direção a este gol - afirmou, apontando para um dos gols -, nossos lançamentos têm que vir da esquerda para a direita porque este setor do campo é muito mais largo do que aquele, e do outro lado é o contrário", explicou, antes de lamentar que, com a mudança, o clube vai perder uma característica que o transformou em "lendário".

Os adversários sofrem especialmente nas jogadas de bola parada. "Aconteceram muitos gols olímpicos", disse.

Segundo Oscar, todos os clubes das divisões inferiores da Argentina conhecem a fama do "campo das traves tortas" do Liniers.

Agora, a Associação de Futebol Argentino (AFA) fechou temporariamente o estádio e deu um prazo de três meses para reconfigurá-lo em um polígono retangular, como estabelece o regulamento.

"Após 30 anos, vamos endireitar o campo torto e tentar endireitar o que acontece em nível nacional", ironizou o vice-presidente do clube, Miguel Ángel Narváez, em referência às duras condições nas quais vivem os moradores de La Matanza desde a mudança de governo - de Cristina Kirchner para Mauricio Macri, em dezembro do ano passado.

Além de seu campo torto, o Liniers ganhou fama durante todos estes anos por ajudar os jovens dos bairros próximos, imersos na miséria e na violência há décadas.

"Temos futebol feminino, um refeitório... fazemos inclusão social", contou o dirigente.

Narváez, que se confessa fervoroso ativista social, pôs nas mangas da camisa da equipe o rosto do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007) em homenagem, segundo ele, a "todas as coisas boas" que o ex-presidente argentino, já falecido, fez pelos bairros da região.

"Vamos endireitar o campo, mas com a ressalva de que a direita às vezes não soluciona nada", disse o diretor, que calcula que as obras de remodelação levarão de 20 a 45 dias.

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Buenos Aires - O modesto Club Social y Deportivo Liniers, que atua na quinta divisão da Argentina e cujo estádio fica na região metropolitana de Buenos Aires , deverá consertar seu campo, um dos mais peculiares do país, já que há 30 anos está fora dos padrões geométricos da Fifa e se tornou um "alçapão" para os times que não se adaptam a sua forma trapezoidal.

Localizado no partido (município) de La Matanza, a cerca de 30 quilômetros da capital argentina, o estádio Juan Antonio Arias é a sede de um clube que treina 400 jogadores, desde os das categorias de base até os do departamento profissional, e é também uma saída para muitos jovens das áreas pobres vizinhas.

Há mais de 30 anos, os adversários do Liniers vão ao estádio com certo temor porque as linhas demarcadas no gramado geram confusão.

"Os goleiros, quando tomam como referência o gol do outro lado, notam que sua primeira trave não coincide com a que está na outra meta", contou, com bom humor, Oscar Aguirre, técnico da equipe principal.

Em entrevista à Agência Efe, o treinador, que dirige a equipe há mais de 15 anos, relatou as estratégias que adaptou à peculiar disposição do campo, que, segundo ele, mudam a forma de atacar e defender.

"Se atacamos em direção a este gol - afirmou, apontando para um dos gols -, nossos lançamentos têm que vir da esquerda para a direita porque este setor do campo é muito mais largo do que aquele, e do outro lado é o contrário", explicou, antes de lamentar que, com a mudança, o clube vai perder uma característica que o transformou em "lendário".

Os adversários sofrem especialmente nas jogadas de bola parada. "Aconteceram muitos gols olímpicos", disse.

Segundo Oscar, todos os clubes das divisões inferiores da Argentina conhecem a fama do "campo das traves tortas" do Liniers.

Agora, a Associação de Futebol Argentino (AFA) fechou temporariamente o estádio e deu um prazo de três meses para reconfigurá-lo em um polígono retangular, como estabelece o regulamento.

"Após 30 anos, vamos endireitar o campo torto e tentar endireitar o que acontece em nível nacional", ironizou o vice-presidente do clube, Miguel Ángel Narváez, em referência às duras condições nas quais vivem os moradores de La Matanza desde a mudança de governo - de Cristina Kirchner para Mauricio Macri, em dezembro do ano passado.

Além de seu campo torto, o Liniers ganhou fama durante todos estes anos por ajudar os jovens dos bairros próximos, imersos na miséria e na violência há décadas.

"Temos futebol feminino, um refeitório... fazemos inclusão social", contou o dirigente.

Narváez, que se confessa fervoroso ativista social, pôs nas mangas da camisa da equipe o rosto do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007) em homenagem, segundo ele, a "todas as coisas boas" que o ex-presidente argentino, já falecido, fez pelos bairros da região.

"Vamos endireitar o campo, mas com a ressalva de que a direita às vezes não soluciona nada", disse o diretor, que calcula que as obras de remodelação levarão de 20 a 45 dias.

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