Cidades devem intensificar esforços do clima, diz Banco Mundial
Estudo do órgão concluiu que as áreas urbanas podem ajudar tornando transportes ecologicamente menos agressivos, usando energia limpa e melhorando reciclagem do lixo
Da Redação
Publicado em 4 de dezembro de 2010 às 11h36.
Cancún - As cidades precisam desempenhar um papel muito maior no combate ao aquecimento global e podem agir mais facilmente do que governos, que estão tendo dificuldade de firmar um acordo da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o clima, disse o Banco Mundial na sexta-feira.
"As dez maiores cidades do mundo emitem mais gases causadores do efeito estufa do que o Japão," afirmou à Reuters Andrew Steer, enviado especial do Banco Mundial para mudanças climáticas. Ele pediu reformas que incluem mudanças no mercado de carbono, para ajudar as cidades a ficarem mais "verdes."
Um estudo do Banco Mundial concluiu que as áreas urbanas, local de habitação de mais da metade da população mundial e responsável por dois terços das emissões de gases causadores do efeito estufa, podem ajudar tornando os transportes ecologicamente menos agressivos, usando energia limpa e melhorando a reciclagem de lixo.
"As cidades são a causa mais importante das mudanças climáticas, e as cidades são a solução potencial mais importante sobre mudanças climáticas," afirmou Steer. E elas têm grande poder econômico.
O relatório afirmou que as 50 maiores cidades do mundo têm um produto interno bruto (PIB) que fica atrás apenas do registrado pelos Estados Unidos, mas à frente da China. Tóquio e Nova York, por exemplo, possuem economias maiores do que Canadá e Turquia.
"Quando você tem 194 países no mundo, nem sempre é fácil conseguir o consenso," afirmou Steer sobre as conversas sobre o clima na ONU, que têm o objetivo de definir um modesto pacote de medidas para diminuir o aquecimento global e seguem até o dia 10 de dezembro, em Cancún, no México.
Mais de mil prefeitos norte-americanos, por exemplo, assinaram em 2008 metas para cortar a emissão de gases do efeito estufa, de acordo com o Protocolo de Kyoto, um acordo que une quase 40 nações no corte de emissões até 2012, mas nunca ratificado por Washington.
E a maioria das grandes cidades do mundo, como Tóquio, Xangai, Nova York e Buenos Aires, está situada próxima a costas e rios e, portanto, elas têm fortes razões para agir e limitar os riscos de enchentes ou aumento no nível dos oceanos.
Ele afirmou que o Banco Mundial é favorável a uma revisão em um mecanismo de mercado da ONU que incentiva investimentos em projetos individuais nas nações em desenvolvimento, como painéis solares no Marrocos ou energia hidrelétrica em Honduras, para permitir uma abrangência maior, de toda uma cidade.