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China e América Latina se reúnem com apoio do BID

No início do encontro entre empresários, documento foi assinado para a criação de uma linha de comércio em US$ 200 mi entre as regiões

Luis Moreno, presidente do BID: banco quer presença da China em outras cúpulas (Brendan Hoffman/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2010 às 14h52.

Chengdu, China - Ministros, altos cargos e empresários de diferentes setores da China e da América Latina inauguraram hoje na cidade interior de Chengdu a 4ª Cúpula Empresarial Chinês-Latino-Americana, que pela primeira vez é realizada sob os auspícios do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

A cúpula, que reúne 1 mil empresários de setores como energético, serviços, petroquímico e tecnológico, foi inaugurada pelo vice-governador do Banco Popular da China, Ma Delun, e o presidente do BID, o colombiano Luis Alberto Moreno, quem destacou o grande momento que vive a relação comercial entre as economias.

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"China se transformou em acionista do BID há quase dois anos, por isso decidimos que era importante um evento deste tipo e foi um tremendo êxito e esperamos que seja uma tradição que possamos repetir no próximo ano em Lima (onde ocorre a próxima edição da cúpula)", destacou Moreno à Agência Efe.

Na inauguração do fórum, Moreno anunciou a assinatura de dois memorandos de entendimento com as autoridades chinesas, um deles com o China Eximbank (entidade encarregada de financiar os intercâmbios exteriores do país asiático) a fim de criar uma linha de comércio entre as regiões no valor de US$ 200 milhões.


A cúpula contou com a presença de ministros de economia, comércio e finanças de vários países latino-americanos, entre estes alguns sem laços diplomáticos com a China, como Honduras, Guatemala e Paraguai.

Com relação a isso, o ministro das Finanças de Honduras, William Chong, garantiu à Efe que seu Governo "está abrindo negócios com todo o mundo, independentemente de ter ou não relações diplomáticas".

Além disso, acrescentou, o presidente do Taiwan "foi claro e enfático dizendo que Honduras pode ter relações empresariais, comerciais e econômicas com a China".

"Damos as boas-vindas ao investimento chinês, é uma potência mundial e América Central não pode estar isolada, ressaltou o ministro, descendente de antepassados chineses e que participou como conferente na cúpula.

A presença de ministros de países aliados de Taiwan maquiou a ausência, apesar dos organizadores chineses terem prometido, dos chefes da pasta econômica de grandes sócios latino-americanos como Brasil, Venezuela, Bolívia e Equador.

Como estava previsto, a ministra de Comércio Exterior da Costa Rica, Anabel González, destacou que China "vem se transformando em um parceiro comercial e de investimento muito importante para a América Latina, particularmente vital nesta época de crise global".


Fóruns como o de Chengdu demonstram que, diante das tensões que China mantém com parceiros comerciais do mundo desenvolvido como a UE ou os EUA, "a cooperação sul-sul oferece oportunidades muito interessantes", assinalou à Efe González, embora tenha ressaltado que ainda há algo de desconhecimento entre os mercados chinês e latino-americano, pelo grande tamanho de ambos.

Chama a atenção o fato de que a cúpula ocorra em Chengdu, capital da província que sofreu um forte terremoto em 2008 (mais de 90 mil mortos) e uma zona menos desenvolvida que a pujante costa oriental chinesa.

O país asiático realizou nos últimos anos várias cúpulas empresariais nessa cidade, para que as empresas estrangeiras conheçam aéreas do país com maior potencial de investimento e crescimento.

A parte chinesa espera que na cúpula avance a cooperação em setores como as telecomunicações e energia hidroelétrica.

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