China diz que não abrirá mão de usar a força para reunificar Taiwan
China listou entre suas prioridades a resolução de "conter a independência de Taiwan" e combater forças separatistas no Tibete e na região de Xinjiang
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de julho de 2019 às 07h44.
Última atualização em 24 de julho de 2019 às 07h45.
A China apontou que não vai renunciar ao uso da força em seu esforço para reunificar Taiwan ao continente e prometeu tomar todas as medidas militares necessárias para derrotar "separatistas".
No Livro Branco do Ministério da Defesa, divulgado nesta quarta-feira, a China listou entre suas principais prioridades a resolução de "conter a independência de Taiwan" e combater o que considera forças separatistas no Tibete e na região de Xinjiang, no extremo oeste de seu território.
O documento, publicado de anos em anos, é um esboço da política de defesa nacional da China. O relatório desta quarta-feira destacou a abordagem "defensiva" chinesa, mas também indicou que o país "certamente irá contra-atacar se for atacado". De acordo com o porta-voz do Ministério de Defesa da China, Wu Qian, a ameaça do separatismo de Taiwan está crescendo.
Ele alertou, ainda, que os que buscam a independência da região vão enfrentar um "beco sem saída". "Se alguém ousa separar Taiwan da China, o Exército chinês certamente lutará, defendendo resolutamente a unidade soberana e a integridade territorial do país."
Ilha governada democraticamente, Taiwan se separou da China em meio à guerra civil de 1949. A China afirma que Taiwan faz parte de seu território e busca uma "completa reunificação".
Os Estados Unidos repetidamente levantaram a ira de Pequim ao venderem armas para Taiwan. Embora os americanos não tenham laços diplomáticos formais com os taiwaneses, a lei dos EUA exige o fornecimento de equipamentos e serviços de defesa suficientes para autodefesa de Taiwan.
Instabilidade no pacífico
A China também disse que as iniciativas dos Estados Unidos, do Japão e da Austrália para fortalecer sua presença militar e alianças na Ásia e no Pacífico estão gerando incertezas na região.
No Livro Branco, do Ministério da Defesa, divulgado nesta quarta-feira, os chineses afirmaram que o envio de um sistema de defesa antimísseis dos EUA para a Coreia do Sul "prejudicou gravemente" o equilíbrio estratégico regional.
O relatório, divulgado de anos em anos, também observou a reinterpretação do Japão de sua Constituição após a Segunda Guerra Mundial para permitir que seus militares operassem mais longe de suas costas.
Além disso, o documento apontou que a Austrália está buscando um papel maior na segurança regional ao fortalecer sua aliança com os EUA e seu envolvimento militar. A expansão militar chinesa nos últimos anos provocou preocupações entre outros países do Pacífico.