China anuncia sanções contra empresas dos EUA por vendas de armas a Taiwan
Pequim considera Taiwan parte da China e ameaça regularmente recorrer à força em caso de proclamação formal de independência de Taipé
AFP
Publicado em 26 de outubro de 2020 às 07h32.
Última atualização em 26 de outubro de 2020 às 07h32.
A China anunciou nesta segunda-feira sanções contra empresas, pessoas e instituições americanas envolvidas em um projeto de venda de armas de mais de um bilhão de dólares a Taiwan , uma ilha considerada por Pequim como território chinês.
O porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Zhao Lijian, afirmou à imprensa que os fabricantes de armas Lockheed Martin, Boeing Defense e Raytheon estão envolvidos, entre outros, nas medidas de represália, que não foram reveladas em detalhes.
O governo dos Estados Unidos anunciou na semana passada a venda a Taiwan de 135 mísseis de defesa com capacidade de alcançar a China.
Washington, que se esforça para contra-atacar a influência da China na região, também decidiu vender a Taiwan lança-foguetes táticos por 436 milhões de dólares e equipamentos de imagem para o reconhecimento aéreo por US$ 367 milhões, o que eleva o total dos contratos a 1,8 bilhão de dólares.
Pequim considera Taiwan parte da China e ameaça regularmente recorrer à força em caso de proclamação formal de independência de Taipé ou de intervenção estrangeira, especialmente americana.
O porta-voz chinês disse que as sanções têm o objetivo de "proteger os interesses nacionais" e serão aplicadas contra os que se "comportaram mal no processo de venda de armas a Taiwan".
"Continuaremos adotando as medidas necessárias para salvaguardar a soberania nacional e os interesses em termos de segurança", destacou Zhao.
Washington rompeu relações diplomáticas com Taipé em 1979 para reconhecer Pequim, mas continua sendo o aliado mais importante da ilha e seu principal fornecedor de armas.
A China aumentou a pressão militar e diplomática sobre Taiwan desde a eleição em 2016 da presidente Tsai Ing-wen, que rejeita a visão de Pequim de que a ilha é parte de "uma só China".