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China amplia quarentenas e controles em aeroportos após casos importados

A China continental registrou 20 novos casos de infecções em 14 de março, segundo dados da Comissão Nacional de Saúde; Destes, 16 foram importados

Aeroporto: Três dos novos casos importados são de Xangai, incluindo um chinês que vivia na cidade italiana de Milão (Pavel Mikheyev/Reuters)
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Reuters

Publicado em 15 de março de 2020 às 14h28.

Última atualização em 15 de março de 2020 às 21h02.

Xangai/Pequim - A China intensificou controles sobre viajantes internacionais no aeroporto de Pequim e disse que colocará em quarentena de forma centralizada todos que chegarem à capital, depois que novos casos de coronavírus vindos do exterior superaram infecções transmitidas localmente pelo segundo dia.

A China, onde a epidemia começou em dezembro, parece agora enfrentar uma ameaça maior de novas infecções provenientes de fora de suas fronteiras, à medida que continua a desacelerar a propagação do vírus internamente.

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A China continental registrou 20 novos casos de infecções em 14 de março, contra 11 no dia anterior, segundo dados da Comissão Nacional de Saúde (NHC) neste domingo.

Desses, 16 foram importados, incluindo 5 na capital Pequim. Três dos casos em Pequim envolveram viajantes da Espanha, enquanto um veio da Itália e outro da Tailândia.

Nesse contexto, o governo de Pequim disse que qualquer pessoa que chegar do exterior será transferida para as instalações de quarentena da cidade por 14 dias, a partir de segunda-feira.

Todas as despesas durante o período serão custeadas pelos que estão em quarentena, disse a vice-secretária geral da cidade, Chen Bei.

Alguns poderão ficar em quarentena em casa após uma avaliação rigorosa, acrescentou Chen, sem fornecer detalhes.

As pessoas que reportarem informações falsas, ocultarem uma doença ou causarem a propagação da epidemia serão punidas de acordo com a regulamentação, advertiu ela.

Pang Xinghuo, vice-diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Pequim, pediu aos moradores de Pequim que não viajem para o exterior para reduzir as chances de infecção.

Aqueles atualmente no exterior que estiveram em contato com pessoas infectadas ou mostram sinais de infecção devem procurar tratamento onde estão e não voltar com sintomas, disse ela.

Pequim redirecionou todos os vôos internacionais que estavam programados para pousar em seu novo Aeroporto Internacional de Daxing para o Aeroporto Internacional de Capital de Pequim e, a partir de domingo, isolou uma área especial para processar esses passageiros, informou o veículo de mídia estatal Beijing News.

Os viajantes que estiverem passando por Pequim para outros destinos receberão assistência especial, segundo o veículo.

A província de Anhui, no leste da China, também disse que quem chega do exterior deve ficar em quarentena centralizada por 14 dias, informou a mídia estatal, sem dar um cronograma.

Outros casos importados

As medidas de Pequim seguem-se às de Xangai, também um centro de vôos internacionais para a China, que intensificou a triagem em aeroportos na semana passada, resultando em alguns passageiros dizendo que tiveram que esperar até sete horas.

Três dos novos casos importados são de Xangai, incluindo um chinês que vivia na cidade italiana de Milão.

As províncias de Zhejiang e Gansu registraram quatro e três infecções, respectivamente, enquanto Guangdong registrou um caso em um nativo chinês que mora nas Filipinas.

O governo de Gansu disse que um de seus casos estava relacionado a um voo fretado do Irã, enquanto os outros eram viajantes da Arábia Saudita. A província de Zhejiang não disse de onde eram seus quatro casos importados.

Os únicos casos com transmissão local na China continental no sábado foram em Wuhan, epicentro da epidemia, onde foram registradas quatro infecções. Foi o décimo dia consecutivo em que a província de Hubei não registrou nenhuma infecção fora de Wuhan.

Mas a situação dentro de Wuhan ainda é "muito severa", disse o vice-diretor do comitê de saúde da cidade, Zheng Yun, em uma coletiva de imprensa.

Ele aconselhou pacientes com outras condições e sem necessidade urgente de ajuda médica a evitarem visitas a hospitais devido ao risco de infecção.

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