Chile investiga possível interferência estrangeira em crise social
De acordo com ministro chileno, há um tráfego "desproporcional" de internet "de um país do Leste Europeu", com criação de perfis falsos em redes sociais
EFE
Publicado em 4 de dezembro de 2019 às 06h40.
Última atualização em 4 de dezembro de 2019 às 06h41.
Santiago — O governo do Chile investiga uma possível interferência estrangeira na crise social do país, após detectar há seis semanas um tráfego "desproporcional" de internet "de um país do Leste Europeu", segundo declarou nesta terça-feira o ministro das Relações Exteriores chileno, Teodoro Ribera.
"As organizações internacionais chilenas estão investigando se há ou não interferência internacional direta", disse o ministro aos jornalistas em frente ao Congresso, na cidade de Valparaíso.
Ribera não especificou qual país estaria por trás da suposta interferência, mas garantiu que nos dias após 18 de outubro "houve uma cota significativa de uso da internet proveniente de um país do Leste Europeu para o Chile".
"Há um tráfego excessivo na internet, há perfis falsos sendo criados, mas ressalto novamente que não é novidade. Absolutamente nada novo que hoje existem riscos internacionais para os países e para as democracias", acrescentou, depois de participar de uma comissão parlamentar que estuda uma acusação constitucional contra o presidente Sebastián Piñera por supostas violações aos direitos humanos nos protestos.
As declarações de Ribera chegam um dia depois que o secretário de Estado dos EUA , Mike Pompeo, acusou Cuba e Venezuela de provocarem protestos na América Latina e garantiu que seu país ajudaria governos "legítimos" a evitarem que os protestos se transformassem em "tumultos e violência".
"Continuaremos apoiando os países que tentam impedir que Cuba e Venezuela sequestrem esses protestos, e trabalharemos com governos legítimos para evitar que os protestos se transformem em motins e violência que não reflitam a vontade democrática do povo", disse Pompeu no estado americano do Kentucky.