Chicago elege a primeira prefeita negra e lésbica
Lori Lightfoot enfrentará problemas como altas taxas de criminalidade, corrupção endêmica, déficits financeiros e falta de recurso
EFE
Publicado em 3 de abril de 2019 às 07h12.
Última atualização em 3 de abril de 2019 às 09h03.
Chicago — A democrata Lori Lightfoot foi eleita na terça-feira, 3, por esmagadora maioria, como a primeira prefeita negra e lésbica de Chicago, a terceira cidade mais populosa dos Estados Unidos .
"Hoje nós não apenas fizemos história, mas iniciamos um movimento de mudança", disse a advogada de 56 anos, que comemorou sua vitória em um hotel na cidade pouco depois do Conselho Eleitoral a declarar vencedora com 73,8%.
"Quando começamos nossa campanha, ninguém confiava em nossas possibilidades. Agora vejam onde chegamos", acrescentou a prefeita eleita, que prometeu colocar "os interesses de todos os moradores da cidade acima dos interesses de alguns poderosos".
Lori enfrentará problemas como altas taxas de criminalidade, brutalidade policial, corrupção endêmica, déficits financeiros e falta de recursos para a educação pública. A cidade de Chicago registrou 561 assassinatos em 2018, 100 a menos que no ano anterior, porém mais que Nova York e Los Angeles - as duas maiores cidades do país -, juntas.
Essas taxas de homicídio levaram o presidente americano, Donald Trump , a ameaçar em 2017 intervir na cidade com forças federais para conter o que ele chamou de "carnificina".
Nas eleições, Lori Lightfoot derrotou a também negra Toni Preckwinkle, presidente do Partido Democrata em Illinois, que obteve 26,2% dos votos. "Esta é claramente uma noite histórica, pois até pouco tempo atrás, duas mulheres negras em um segundo turno para a prefeitura, seria algo impensável", disse Preckwinkle.
No pleito, apenas 29% dos 1,5 milhão dos eleitores participaram, número menor que os 34% participaram do primeiro turno, em fevereiro, quando tinha 14 candidatos na disputa. Esse número foi o resultado do abalo político que levou ao anúncio em setembro do atual prefeito, Rahm Emanuel, de não tentar um terceiro mandato.
O ex-congressista e também ex-chefe do Gabinete dos presidentes Bill Clinton e Barack Obama, que chegou ao poder com as melhores credenciais, entrou em descrédito com a população após um caso de violência policial.
O escândalo ocorreu em 2014, quando um policial branco matou um adolescente negro, com 16 disparos pelas costas. Emanuel perdeu o apoio da comunidade negra depois que seus líderes o acusaram de encobrir o crime. O policial Jason Van Dyke foi condenado a 81 meses de prisão por um assassinato em segundo grau.