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Chávez diz que chanceler venezuelano deve ir à posse na Colômbia

A crise entre Chávez e Uribe teve início em 2007 após a Colômbia bombardear um acampamento rebelde no Equador

"Estamos muito otimistas", limitou-se a comentar Chávez durante entrevista coletiva com Lula (.)
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Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2010 às 23h51.

Caracas - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse nesta sexta-feira que seu chanceler provavelmente participará da posse do novo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, apesar da ruptura de relações entre os países vizinhos.

O gesto poderia ser o primeiro passo para resolver o impasse político, desatado no mês passado, quando o governo de Álvaro Uribe, que está de saída, denunciou que a Venezuela permite a presença de guerrilheiros em seu território.

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"Estamos muito otimistas", limitou-se a comentar Chávez durante entrevista coletiva ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Santos receberá a Presidência colombiana das mãos de Uribe, que se despedirá no sábado como o presidente mais popular da história do país por seu combate às guerrilhas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército da Libertação Nacional (ELN), além do bom desempenho econômico.

Contudo, o novo presidente também herdará uma tensa relação com seu vizinho socialista, enquanto empresários e exportadores pressionam o governo para normalizar os laços com o país e recuperar o milionário intercâmbio comercial binacional.

A crise entre Chávez e Uribe teve início em 2007 após a Colômbia bombardear um acampamento rebelde no Equador. No ano passado, o presidente venezuelano ordenou a suspensão das compras em seu país vizinho por considerar que um acordo entre Bogotá e Washington para o uso conjunto de bases militares colombianas ameaça seu projeto socialista.

"Obviamente, nós queremos ter as melhores relações, mas vocês já sabem a posição e esperamos que este seja o início de uma solução", disse o vice-presidente colombiano, Francisco Santos.

Tranquilidade

Chávez se reuniu nesta sexta-feira com o ex-presidente argentino Néstor Kirchner e com Lula, que tentam mediar o impasse entre Colômbia e Venezuela.


"Encontrei o presidente Chávez muito bem, também encontrei o presidente Santos bem, quero ser justo. Que tenhamos a vontade e a tranquilidade de nos dar o tempo necessário", disse Kirchner, que é secretário-geral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul).

A crise se intensificou duas semanas atrás, quando Bogotá denunciou à Organização dos Estados Americanos (OEA) que cerca de 1.500 guerrilheiros das Farc e do ELN se refugiam em território venezuelano.

Chávez rejeitou imediatamente as acusações e rompeu as relações com a Colômbia, que já estavam severamente abaladas desde o ano anterior por um acordo entre Colômbia e Estados Unidos para o uso de bases militares no país sul-americano.

Além disso, o presidente socialista colocou em alerta as forças armadas e posteriormente disse que ordenou mobilizar unidades de infantaria e aéreas.

"Nós somos soldados da paz. Me acusam de ser guerreador, de que estou preparando uma guerra ... Queremos paz, nossa guerra é contra o atraso, contra a miséria, contra a pobreza", disse Chávez.

Mais tarde nesta sexta-feira, Lula e Kirchner viajarão para Bogotá, onde participarão no sábado da posse de Santos.

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