Cem mortos em combates entre tribos em Darfur
De acordo com membro de tribo em guerra, conflito no oeste do Sudão já causou 100 mortes
Da Redação
Publicado em 11 de agosto de 2013 às 12h18.
Novos confrontos entre duas tribos árabes em Darfur, região do oeste do Sudão atingida pela violência há mais de uma década, deixaram no sábado uma centena de mortos perto de Adila, anunciaram neste domingo fontes tribais.
Estes combates são travados entre a tribo dos Ma'alia e a dos Rezeigat nas imediações de Adila, a leste de Darfur, uma área até o momento relativamente afastada deste tipo de confrontos, que ocorrem, sobretudo, no norte e no oeste do país.
"Enfrentamos os Ma'alia (...), destruímos uma de suas bases e matamos cerca de 70. Perdemos 30 homens", declarou um membro da tribo Rezeigat.
"A tensão segue alta", acrescentou.
"Esperamos novos combates hoje", afirmou um membro da tribo Ma'alia, acusando os Reizeigat de terem atacado e incendiado várias localidades.
Ele não forneceu um balanço de vítimas, mas afirmou que membros de sua tribo mataram 40 adversários.
Segundo a missão de paz conjunta da ONU e da União Africana, a Operação Híbrida da União Africana e das Nações Unidas em Darfur (Unamid), a rivalidade entre as tribos é a principal fonte de tensão, que já deixou cerca de 300.000 novos deslocados nos cinco primeiros meses de 2013, o dobro do total de 2012 e 2011.
Em julho, outra facção dos Rezigat no norte de Darfur assinou um tratado de paz com a tribo árabe rival dos Beni Hussein, que colocou fim a um conflito distinto que, segundo um deputado, deixou centenas de mortos em poucas semanas.
Em outro conflito, entre os Miseriya e os Salmat, as duas tribos árabes acordaram há duas semanas um cessar-fogo, depois que os confrontos custaram a vida de mais de 200 pessoas no oeste de Darfur.
Segundo os especialistas, estes combates ilustram uma mudança na dinâmica do conflito em Darfur, na medida em que o governo já não pode controlar estas tribos árabes, que forneceram um grande contingente de combatentes Janjaweed, os milicianos que atuam neste setor.
Neste contexto, o Conselho de Segurança da ONU pediu em julho uma reorganização da Unamid.
Os Janjaweed, cuja brutalidade comoveu o mundo, constituíram durante anos um apoio importante para as forças de Cartum em sua luta contra os rebeldes de Darfur. Em 2003, estes rebeldes, provenientes da tribo Fur, se revoltaram para denunciar a dominação econômica e política das elites árabes.
O longo e devastador conflito deixou ao menos 300.000 mortos e 1,8 milhão de deslocados, segundo a ONU. Cartum fala de 10.000 mortos.
Especialistas alertaram para a deterioração das relações entre Cartum e as tribos, mais ainda quando as autoridades distribuíram armas para que combatam os rebeldes. Estas armas são utilizadas agora para tentar solucionar rivalidades locais sobre terras, água e recursos minerais.
Segundo um membro dos Rezeigat, os combates próximos a Adila estavam relacionados a uma disputa territorial.
Antes do aumento da violência nos últimos meses, os campos de deslocados de Darfur já recebiam 1,4 milhão de pessoas.
No entanto, o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) anunciou na terça-feira ter reduzido suas atividades de ajuda humanitária porque Cartum não renovou as autorizações de 20 de seus 37 membros de pessoal expatriado.
Novos confrontos entre duas tribos árabes em Darfur, região do oeste do Sudão atingida pela violência há mais de uma década, deixaram no sábado uma centena de mortos perto de Adila, anunciaram neste domingo fontes tribais.
Estes combates são travados entre a tribo dos Ma'alia e a dos Rezeigat nas imediações de Adila, a leste de Darfur, uma área até o momento relativamente afastada deste tipo de confrontos, que ocorrem, sobretudo, no norte e no oeste do país.
"Enfrentamos os Ma'alia (...), destruímos uma de suas bases e matamos cerca de 70. Perdemos 30 homens", declarou um membro da tribo Rezeigat.
"A tensão segue alta", acrescentou.
"Esperamos novos combates hoje", afirmou um membro da tribo Ma'alia, acusando os Reizeigat de terem atacado e incendiado várias localidades.
Ele não forneceu um balanço de vítimas, mas afirmou que membros de sua tribo mataram 40 adversários.
Segundo a missão de paz conjunta da ONU e da União Africana, a Operação Híbrida da União Africana e das Nações Unidas em Darfur (Unamid), a rivalidade entre as tribos é a principal fonte de tensão, que já deixou cerca de 300.000 novos deslocados nos cinco primeiros meses de 2013, o dobro do total de 2012 e 2011.
Em julho, outra facção dos Rezigat no norte de Darfur assinou um tratado de paz com a tribo árabe rival dos Beni Hussein, que colocou fim a um conflito distinto que, segundo um deputado, deixou centenas de mortos em poucas semanas.
Em outro conflito, entre os Miseriya e os Salmat, as duas tribos árabes acordaram há duas semanas um cessar-fogo, depois que os confrontos custaram a vida de mais de 200 pessoas no oeste de Darfur.
Segundo os especialistas, estes combates ilustram uma mudança na dinâmica do conflito em Darfur, na medida em que o governo já não pode controlar estas tribos árabes, que forneceram um grande contingente de combatentes Janjaweed, os milicianos que atuam neste setor.
Neste contexto, o Conselho de Segurança da ONU pediu em julho uma reorganização da Unamid.
Os Janjaweed, cuja brutalidade comoveu o mundo, constituíram durante anos um apoio importante para as forças de Cartum em sua luta contra os rebeldes de Darfur. Em 2003, estes rebeldes, provenientes da tribo Fur, se revoltaram para denunciar a dominação econômica e política das elites árabes.
O longo e devastador conflito deixou ao menos 300.000 mortos e 1,8 milhão de deslocados, segundo a ONU. Cartum fala de 10.000 mortos.
Especialistas alertaram para a deterioração das relações entre Cartum e as tribos, mais ainda quando as autoridades distribuíram armas para que combatam os rebeldes. Estas armas são utilizadas agora para tentar solucionar rivalidades locais sobre terras, água e recursos minerais.
Segundo um membro dos Rezeigat, os combates próximos a Adila estavam relacionados a uma disputa territorial.
Antes do aumento da violência nos últimos meses, os campos de deslocados de Darfur já recebiam 1,4 milhão de pessoas.
No entanto, o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) anunciou na terça-feira ter reduzido suas atividades de ajuda humanitária porque Cartum não renovou as autorizações de 20 de seus 37 membros de pessoal expatriado.