Casos de pólio no Paquistão têm maior alta em 14 anos
"Nós registramos 15 novos casos de pólio nos últimos dois dias e a cifra atingiu 202 este ano", diz alto funcionário do Instituto Nacional de Saúde do Paquistão
Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2014 às 18h41.
O número de casos de pólio detectados este ano no Paquistão atingiu o maior nível em 14 anos, depois do registro de novos afetados pela doença, informaram nesta sexta-feira autoridades sanitárias locais e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Nós registramos 15 novos casos de pólio nos últimos dois dias e a cifra atingiu 202 este ano", afirmou à AFP um alto funcionário do Instituto Nacional de Saúde do Paquistão, acrescentando que o número anual superou o recorde anterior, de 199 casos, no ano 2000.
Uma autoridade da OMS em Islamabad confirmou os dados.
Saira Afzal Tarar, vice-ministro da Saúde paquistanês, afirmou que os casos foram registados em áreas onde "equipes da pólio receberam ameaças".
"Todos estes casos foram registrados em regiões onde tivemos problemas de segurança", declarou Tarar à emissora de TV privada paquistanesa 'Express News'.
O Paquistão é um dos três países do mundo onde a pólio permanece endêmica, mas os esforços para bani-la têm sido afetados nos últimos anos por ataques a equipes de imunização.
Cinquenta e nove pessoas, inclusive trabalhadores de saúde e policiais que trabalhavam para dar-lhes segurança, foram mortos em ataques de insurgentes dirigidos a equipes de vacinação contra a pólio desde dezembro de 2012.
Segundo fontes oficiais, 136 casos foram registrados nas conturbadas áreas tribais do noroeste do país, que fazem fronteira com o Afeganistão e servem de base para militantes talibãs e insurgentes da rede Al Qaeda.
Os militantes alegam que as campanhas de vacinação contra a pólio são um disfarce para operações de espionagem ou uma conspiração do Ocidente para esterilizar os muçulmanos.