Caso Lamia gera polêmica com operação de linha militar boliviana
Polêmica envolve operações do Transporte Aéreo Militar (TAM), que realiza voos comerciais com passageiros desde 1945
AFP
Publicado em 9 de dezembro de 2016 às 10h03.
O governo boliviano anunciou nesta quinta-feira a suspensão das operações do Transporte Aéreo Militar (TAM), que realiza voos comerciais com passageiros desde 1945, por violação de normas de vigilância da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), mas a notícia foi desmentida pelo ministério da Defesa.
"Esta suspensão terá vigência até que se conclua o processo de certificação junto à Autoridade de Aeronáutica Civil e outros requisitos legais correspondentes", informou o ministério de Obras Públicas, Serviços e Habitação.
Mas em seguida, o ministro da Defesa, Reymi Ferreira, declarou que "o TAM segue voando e seguirá voando enquanto não houver uma decisão do presidente" (Evo Morales).
A medida coincide com a investigação sobre as responsabilidades das autoridades aeronáuticas bolivianas no acidente envolvendo o voo da Chapecoense e a companhia aérea Lamia, cujo aparelho caiu na região de Medellín matando 71 das 77 pessoas a bordo.
"O TAM não é a Lamia. O TAM não visa o lucro. Primeiro está a segurança dos passageiros", reagiu Ferreira. "A prova está em que o presidente voa em um avião pilotado por militares, cuja manutenção é feita por técnicos militares".
Segundo o ministério de Obras Públicas, a suspensão das operações comerciais doTAM envolve o não cumprimento "de procedimentos para a vigilância da segurançaoperacional estabelecidos pela OACI".
O TAM possui uma dezena de aviões que opera com preços reduzidos para cerca de 20 destinos, muitos não cobertos pelas empresas aéreas convencionais.