Refugiados: jornal afirma que pelo menos seis estabelecimentos tomaram medidas nesse sentido (Srdjan Zivulovic/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de janeiro de 2016 às 08h27.
Berlim - Uma série de casas noturnas de Freiburg, no sudoeste da Alemanha, decidiu proibir a entrada a refugiados como reação a uma série de supostos incidentes, incluído uma tentativa de estupro, segundo informações do jornal "Badische Zeitung".
A publicação afirma que pelo menos seis estabelecimentos tomaram medidas nesse sentido, entre eles o White Rabbit, considerado liberal, que anunciou a decisão por e-mail.
"Decidimos por enquanto não permitir a entrada no White Rabbit de pessoas que têm status de peticionários de asilo. Não foi um passo fácil, mas não vimos outro caminho para enfrentar determinados problemas", diz o texto.
Entre os incidentes ocorridos, o jornal enumera roubos, assédio sexual e um ataque com faca a seguranças, além da já citada tentativa de estupro.
Outras casas noturnas permitem apenas a entrada de um número limitado de refugiados por noite ou só em noites específicas, e outras cogitam tomar medidas similares.
"Temos a pretensão política de ser uma casa aberta, mas não podemos permitir que as coisas continuem assim", disse ao jornal o administrador da Jazzhaus, Michael Musiol.
Harry Hochuli, chefe da polícia do norte de Freiburg, disse que, exceto por roubos e furtos, não foi registrada uma ascensão da criminalidade em casas noturnas. No entanto, ele também afirmou que muitas vezes os crimes sexuais não são denunciados à polícia.
Hochuli acrescentou, em declarações ao "Badische Zeitung", que a polícia registrou um aumento dos grupos de homens que andam nas ruas à noite.
"Se a muitos é negada a entrada em casas noturnas, a agressividade aumenta e o problema vai para as ruas", disse o policial.
O gerente da Federação Alemã de Hotelaria e Gastronomia, Alexander Hangleiter, advertiu que, embora compreenda a situação dos donos de casas noturnas, a restrição da entrada aos refugiados implica um risco jurídico.
"Se uma casa for denunciada, terá que mostrar que não pratica discriminação", disse Hangleiter.