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Casa Branca nega estimular violência contra congressista muçulmana

Ilhan Omar está no centro da polêmica desde a divulgação de um vídeo em que ela, em referência ao atentado, não o caracterizava como tal

Trump: vídeo divulgado pelo presidente americano causou ainda mais polêmica em torno de Omar (Jim Young/Reuters)
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AFP

Publicado em 15 de abril de 2019 às 06h27.

A porta-voz de Donald Trump , Sarah Sanders, defendeu o presidente das acusações de que ele estimulou a violência contra uma congressista muçulmana depois de tuitar um vídeo com imagens da parlamentar e dos ataques de 11 de setembro de 2001.

A decisão da Casa Branca de dobrar a aposta a respeito de Ilhan Omar aconteceu quando a presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, a democrata mais poderosa do país, disse que conversou com as autoridades sobre a segurança de sua colega e pediu a Trump que apagasse o vídeo.

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Omar está no centro da polêmica desde a divulgação de um vídeo em que ela, em referência ao atentado, não o caracterizava como tal, e sim como "algumas pessoas fizeram algo". Isto foi interpretado por alguns como se a congressista tivesse minimizado o ataque mais violento na história do país.

Na sexta-feira, Trump tuitou um vídeo que exibe este trecho, que os democratas afirmam que foi retirado de contexto, com imagens dos aviões sequestrados utilizados nos ataques contra as Torres Gêmeas em Nova York. Uma música em tom de ameaça acompanha as palavras de Omar.

O vídeo, com mais de 9,4 milhões de visitas até a tarde de domingo, termina com as palavras: "11 DE SETEMBRO 2001 NÓS LEMBRAMOS".

Em um comunicado publicado no Twitter, Omar afirmou no domingo que muitas ameaças que tem recebido são "referências diretas ou respostas ao vídeo do presidente".

"Crimes violentos e outros atos de ódio por extremistas de ultradireita e nacionalistas brancos estão em alta neste país e no mundo. Não podemos seguir ignorando que eles estão sendo estimulados pelo ocupante do gabinete mais importante na Terra".

Democratas importantes, como Beto O'Rourke, Kamala Harris e Alexandria Ocasio-Cortez, saíram em defesa de Omar, acusando o presidente e outros republicanos de retirar deliberadamente de contexto seus comentários e colocar sua vida em risco.

Sanders, no entanto, defendeu Trump e disse que o "presidente não deseja que exista má vontade e nem violência contra ninguém".

Mas acrescentou que "são absolutamente repugnantes os comentários que continua fazendo e já fez. E (os democratas) olham para o outro lado".

Pelosi também falou sobre o tema: "As palavras do presidente pesam uma tonelada. E sua retórica de ódio e incendiária gera um perigo. O presidente Trump deve eliminar seu vídeo desrespeitoso e perigoso.

Em resposta ao presidente, Omar tuitou no sábado: "Ninguém -não importa quão corrupto, inepto ou perverso - pode ameaçar meu amor inabalável pelos Estados Unidos".

"Eu permaneço implacável para continuar lutando por igualdade de oportunidades em nossa busca pela felicidade para todos os americanos", completou.

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