Cartes desiste de renúncia à Presidência e não tomará posse como senador
Cartes apresentou a renúncia em maio para poder assumir como senador em 30 de junho junto aos demais de legisladores eleitos no pleito
EFE
Publicado em 26 de junho de 2018 às 12h50.
Última atualização em 26 de junho de 2018 às 12h51.
Assunção - O presidente do Paraguai , Horacio Cartes, anunciou nesta terça-feira que retira sua renúncia à Presidência, apresentada no final de maio para que tomasse posse como senador, e que não prosperou no Congresso em uma primeira tentativa por conta da oposição de alguns legisladores governistas.
"Vejo com grande tristeza que alguns legisladores não desejam que seja cumprida a vontade popular de 22 de abril, por isso que retiro minha renúncia ao cargo de Presidente da República", explicou Cartes em sua conta do Twitter.
Com essa decisão, Cartes terminará seu mandato em 15 de agosto, quando Mario Abdo Benítez, também do Partido Colorado e ganhador das eleições de 22 de abril, assumir o cargo.
O anúncio acontece um dia depois da frente Honra Colorada, corrente do partido liderado por Cartes, ter anunciado a ruptura de negociações com o movimento Colorado Añetete, capitaneado por Abdo Benítez.
Cartes apresentou a renúncia em maio para poder assumir como senador em 30 de junho junto aos demais de legisladores eleitos no pleito.
Dois dias depois de apresentar sua renúncia no Congresso, esta ficou em aberto devido à falta de quórum após vários legisladores abandonarem a sessão, entre eles alguns do Colorado Añetete.
Essa postura é a mesma da oposição, que antes das eleições impugnou essa candidatura, que posteriormente foi rejeitada e autorizada pela Suprema Corte.
Os opositores alegam que a Constituição estabelece que um ex-presidente só pode ser senador vitalício, sem voto, e não senador ativo, que é o que pretende Cartes.
Até ontem, quando a Honra Colorada anunciou a ruptura de negociações com o Colorado Añetete, legisladores cartistas dialogavam com esse setor para conseguir os votos necessários para que a renúncia de Cartes fosse aceita em uma segunda sessão no Senado antes do dia 30 de junho.