Carros correm até o topo da lista de emissores de gás estufa
Emissões do transporte poderiam subir com o maior ritmo entre as fontes de emissões de importância até 2050
Da Redação
Publicado em 9 de abril de 2014 às 17h51.
Berlim - A maior ameaça emergente ao clima global poderia estar no bolso lateral da sua calça – ou onde quer que você guarde as chaves do carro .
As emissões do transporte poderiam subir com o maior ritmo entre as fontes de emissões de importância até 2050, dirão as Nações Unidas em um relatório cuja publicação está agendada para 13 de abril. Os gases que capturam o calor emitidos pelos veículos poderiam crescer 71 por cento frente aos níveis de 2010, principalmente pelas economias emergentes, conforme um esboço vazado do estudo mais abrangente já feito pela ONU sobre as causas da mudança do clima.
A alta das receitas em países como a China, a Índia e o Brasil produziu uma demanda explosiva por carros e por bens de consumo que devem ser enviados por estradas, ferrovias, navios ou transporte aéreo. A nova poluição , medida em milhões de toneladas de gases estufa, poderia superar todas as reduções obtidas por meio de iniciativas como subsídios ao transporte público e a economia de combustível.
Reduzir os gases causados pelo transporte “será desafiador, sendo que o crescimento contínuo da atividade de transporte de passageiros e cargas poderia superar todas as medidas de mitigação, a menos que as emissões do transporte possam ser fortemente desacopladas do crescimento do PIB”, escreveram os autores do relatório.
A advertência no relatório de 2.061 páginas forma a terceira parte do estudo da ONU sobre o aquecimento global. Centenas de cientistas e funcionários do governo se reunirão pelo menos até 11 de abril em Berlim para finalizarem a redação de um documento menor que resume suas descobertas. Este funcionará como guia para os enviados da ONU na sua tentativa de montar um plano para lutar contra a mudança do clima e impedir as temperaturas de subirem até níveis perigosos.
Taxa mais rápida
Embora o transporte somente tenha representado cerca de 27 por cento do “uso final” total de energia em 2010, segundo o relatório, as emissões de veículos mais do que dobraram desde 1970.
As emissões se expandiram a uma taxa mais rápida do que qualquer outro setor de uso final da energia, alcançando 7 gigatoneladas de CO² em 2010. Os veículos em estradas foram responsáveis por cerca de 80 por cento do aumento. O relatório examina quatro setores de uso final: o transporte, a indústria, a construção e a agricultura e silvicultura.
O tráfego nas estradas continuará sendo uma fonte potente de emissões. As vendas globais de carros crescerão 4 por cento para 70,2 milhões em 2014 em relação ao ano passado, e projeta-se que cresçam 27 por cento até 2020, conforme a IHS Inc. A empresa de pesquisa espera que a demanda atinja seu pico em cerca de 100 milhões de unidades.
Vendas de carros
O estudo do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), patrocinado pelas Nações Unidas, está desenhado para influir nos governos do mundo. Enviados de 194 países pretendem adotar um acordo para a luta contra a mudança climática no ano que vem e usarão o relatório da ONU para orientarem suas discussões. Um esboço do estudo foi obtido pela Bloomberg News de uma pessoa com acesso oficial aos documentos e que solicitou o anonimato.
As emissões globais devem cair cerca de 12 por cento dos níveis de 2012 até 2020 para evitar que as temperaturas se elevem 2 graus Celsius desde a época prévia à Revolução Industrial, conforme o Grantham Research Institute on Climate Change and the Environment da London School of Economics. O instituto estima que a produção de carbono não cairá com os atuais compromissos pelo clima.
“Nos países menos desenvolvidos, priorizar o acesso dos pedestres e integrar os serviços de transporte público e não motorizado pode aumentar os níveis de prosperidade econômica e social”, escreveram os autores. “Em economias emergentes de rápido crescimento, investimentos no transporte de massa e em outras infraestruturas de transporte com baixas emissões de carbono podem ajudar a evitar uma dependência de métodos com uso intensivo de carbono no futuro”.
Berlim - A maior ameaça emergente ao clima global poderia estar no bolso lateral da sua calça – ou onde quer que você guarde as chaves do carro .
As emissões do transporte poderiam subir com o maior ritmo entre as fontes de emissões de importância até 2050, dirão as Nações Unidas em um relatório cuja publicação está agendada para 13 de abril. Os gases que capturam o calor emitidos pelos veículos poderiam crescer 71 por cento frente aos níveis de 2010, principalmente pelas economias emergentes, conforme um esboço vazado do estudo mais abrangente já feito pela ONU sobre as causas da mudança do clima.
A alta das receitas em países como a China, a Índia e o Brasil produziu uma demanda explosiva por carros e por bens de consumo que devem ser enviados por estradas, ferrovias, navios ou transporte aéreo. A nova poluição , medida em milhões de toneladas de gases estufa, poderia superar todas as reduções obtidas por meio de iniciativas como subsídios ao transporte público e a economia de combustível.
Reduzir os gases causados pelo transporte “será desafiador, sendo que o crescimento contínuo da atividade de transporte de passageiros e cargas poderia superar todas as medidas de mitigação, a menos que as emissões do transporte possam ser fortemente desacopladas do crescimento do PIB”, escreveram os autores do relatório.
A advertência no relatório de 2.061 páginas forma a terceira parte do estudo da ONU sobre o aquecimento global. Centenas de cientistas e funcionários do governo se reunirão pelo menos até 11 de abril em Berlim para finalizarem a redação de um documento menor que resume suas descobertas. Este funcionará como guia para os enviados da ONU na sua tentativa de montar um plano para lutar contra a mudança do clima e impedir as temperaturas de subirem até níveis perigosos.
Taxa mais rápida
Embora o transporte somente tenha representado cerca de 27 por cento do “uso final” total de energia em 2010, segundo o relatório, as emissões de veículos mais do que dobraram desde 1970.
As emissões se expandiram a uma taxa mais rápida do que qualquer outro setor de uso final da energia, alcançando 7 gigatoneladas de CO² em 2010. Os veículos em estradas foram responsáveis por cerca de 80 por cento do aumento. O relatório examina quatro setores de uso final: o transporte, a indústria, a construção e a agricultura e silvicultura.
O tráfego nas estradas continuará sendo uma fonte potente de emissões. As vendas globais de carros crescerão 4 por cento para 70,2 milhões em 2014 em relação ao ano passado, e projeta-se que cresçam 27 por cento até 2020, conforme a IHS Inc. A empresa de pesquisa espera que a demanda atinja seu pico em cerca de 100 milhões de unidades.
Vendas de carros
O estudo do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), patrocinado pelas Nações Unidas, está desenhado para influir nos governos do mundo. Enviados de 194 países pretendem adotar um acordo para a luta contra a mudança climática no ano que vem e usarão o relatório da ONU para orientarem suas discussões. Um esboço do estudo foi obtido pela Bloomberg News de uma pessoa com acesso oficial aos documentos e que solicitou o anonimato.
As emissões globais devem cair cerca de 12 por cento dos níveis de 2012 até 2020 para evitar que as temperaturas se elevem 2 graus Celsius desde a época prévia à Revolução Industrial, conforme o Grantham Research Institute on Climate Change and the Environment da London School of Economics. O instituto estima que a produção de carbono não cairá com os atuais compromissos pelo clima.
“Nos países menos desenvolvidos, priorizar o acesso dos pedestres e integrar os serviços de transporte público e não motorizado pode aumentar os níveis de prosperidade econômica e social”, escreveram os autores. “Em economias emergentes de rápido crescimento, investimentos no transporte de massa e em outras infraestruturas de transporte com baixas emissões de carbono podem ajudar a evitar uma dependência de métodos com uso intensivo de carbono no futuro”.