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Capítulo de reparações à Grécia está encerrado, diz Berlim

Reivindicações da Grécia, apresentadas de novo pelo governo liderado pelo Syriza, fundamentam-se em exigências que já foram feitas por seus antecessores

Reivindicações da Grécia, apresentadas de novo pelo governo liderado pelo Syriza, fundamentam-se em exigências que já foram feitas por seus antecessores (John Kolesidis/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de março de 2015 às 12h41.

Berlim - O governo da Alemanha disse nesta quarta-feira que o capítulo de reparações de guerra à Grécia e pagamento de indenizações pelos crimes nazistas está encerrado, e reforçou a necessidade de "resolver conjuntamento" os "sérios problemas" que afetam o país atualmente.

"A Alemanha é muito consciente de sua responsabilidade histórica com as vítimas do nazismo, mas o capítulo das reparações está jurídica e politicamente fechado", disse o porta-voz do governo, Steffen Seibert, após o parlamento grego aprovar a criação de uma comissão para exigir indenizações da Alemanha.

É o momento de deixar "debates emocionais" e se concentrar nos problemas do presente da Grécia, acrescentou na mesma coletiva o ministro de Finanças da Alemanha, Martin Jager, em alusão às negociações iniciadas hoje em Bruxelas sobre o resgate grego.

Seibert não comentou as ameaças do ministro grego de Justiça, Nikos Paraskevopulos, que se mostrou disposto a acionar o Supremo Tribunal e expropriar bens alemães na Grécia, como o Instituto Goethe ou o Colégio Alemão, pelo massacre perpetrado pelos nazistas em Distomo.

"Não vamos manter conversa alguma com a parte grega em relação a essas reivindicações", disse Seibert, que pediu para Atenas "olhar para o futuro".

As reivindicações da Grécia, apresentadas de novo pelo governo liderado pelo Syriza, fundamentam-se em exigências que já foram feitas por seus antecessores, e que Berlim nunca levou em consideração.

Quando fala em capítulo encerrado, a Alemanha se refere aos compromissos globais assinados nos anos 50 com os países que sofreram a ocupação nazista, teoricamente encerrados com o Acordo de Londres de 1953.

Em virtude do acordo, a Grécia recebeu 115 milhões de marcos -cerca de 58 milhões de euros-, mas o trecho sobre reparações propriamente dito ficou em suspenso à espera de um tratado de paz formal.

O tratado nunca foi assinado, mas a Alemanha considera que o caso se encerrou com o "Acordo 2 + 4" -assinado entre as quatro potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial mais as duas Alemanhas- que possibilitou a reunificação alemã em 1990 e a posterior Carta de Paris com o restante dos aliados.

A persistência da reivindicação grega é focada no crédito que o Terceiro Reich forçou Atenas a pagar para a Alemanha -de 476 milhões de marcos do Reich- e cujo valor atual a Grécia estima estar entre sete e 11 bilhões de euros.

A esse crédito se somam as reivindicações pelos estragos causados pela ocupação nazista no país, que algumas estimativas situam em 162 bilhões de euros, aproximadamente a metade da dívida helena.

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Berlim - O governo da Alemanha disse nesta quarta-feira que o capítulo de reparações de guerra à Grécia e pagamento de indenizações pelos crimes nazistas está encerrado, e reforçou a necessidade de "resolver conjuntamento" os "sérios problemas" que afetam o país atualmente.

"A Alemanha é muito consciente de sua responsabilidade histórica com as vítimas do nazismo, mas o capítulo das reparações está jurídica e politicamente fechado", disse o porta-voz do governo, Steffen Seibert, após o parlamento grego aprovar a criação de uma comissão para exigir indenizações da Alemanha.

É o momento de deixar "debates emocionais" e se concentrar nos problemas do presente da Grécia, acrescentou na mesma coletiva o ministro de Finanças da Alemanha, Martin Jager, em alusão às negociações iniciadas hoje em Bruxelas sobre o resgate grego.

Seibert não comentou as ameaças do ministro grego de Justiça, Nikos Paraskevopulos, que se mostrou disposto a acionar o Supremo Tribunal e expropriar bens alemães na Grécia, como o Instituto Goethe ou o Colégio Alemão, pelo massacre perpetrado pelos nazistas em Distomo.

"Não vamos manter conversa alguma com a parte grega em relação a essas reivindicações", disse Seibert, que pediu para Atenas "olhar para o futuro".

As reivindicações da Grécia, apresentadas de novo pelo governo liderado pelo Syriza, fundamentam-se em exigências que já foram feitas por seus antecessores, e que Berlim nunca levou em consideração.

Quando fala em capítulo encerrado, a Alemanha se refere aos compromissos globais assinados nos anos 50 com os países que sofreram a ocupação nazista, teoricamente encerrados com o Acordo de Londres de 1953.

Em virtude do acordo, a Grécia recebeu 115 milhões de marcos -cerca de 58 milhões de euros-, mas o trecho sobre reparações propriamente dito ficou em suspenso à espera de um tratado de paz formal.

O tratado nunca foi assinado, mas a Alemanha considera que o caso se encerrou com o "Acordo 2 + 4" -assinado entre as quatro potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial mais as duas Alemanhas- que possibilitou a reunificação alemã em 1990 e a posterior Carta de Paris com o restante dos aliados.

A persistência da reivindicação grega é focada no crédito que o Terceiro Reich forçou Atenas a pagar para a Alemanha -de 476 milhões de marcos do Reich- e cujo valor atual a Grécia estima estar entre sete e 11 bilhões de euros.

A esse crédito se somam as reivindicações pelos estragos causados pela ocupação nazista no país, que algumas estimativas situam em 162 bilhões de euros, aproximadamente a metade da dívida helena.

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