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Candidato brasileiro à OMC vê caminho alternativo para Doha

Negociações comerciais da Rodada Doha estão estagnadas desde 2008

Roberto Azevêdo: "As negociações são o pilar essencial para que o sistema avance" (Marcello Casal Jr./ABr)
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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Davos - Roberto Azevêdo, candidato brasileiro a comandar a Organização Mundial do Comércio (OMC), considera que a maneira de relançar as negociações da estagnada Rodada de Doha passa por modificar tanto o objetivo como o caminho para alcançá-lo.

"Há diferenças insuperáveis entre os membros se o que estamos tentando é seguir um determinado objetivo. Se modificamos esse objetivo, talvez essas diferenças sejam superadas", disse nesta sexta-feira Azevêdo em entrevista à Agência Efe no marco do Fórum Econômico de Davos (Suíça), onde está para promover sua candidatura.

"Às vezes podem se conseguir coisas muito parecidas por caminhos diferentes. E esses caminhos são o que eu tenho que explorar com os membros (no caso de ser eleito). Mas sim, há caminhos alternativos", acrescentou.

Azevêdo recusou detalhar quais seriam esses caminhos não explorados, argumentando que seriam desativados ao ser expressados.

"No momento que eu os explicitar, esses caminhos voltarão a se tornar imediatamente inviáveis", assinalou.

O candidato acrescentou que, "nas negociações comerciais, o processo é tão importante como a substância".


A Rodada de Doha começou na cidade homônima em novembro de 2001, mas está estagnada desde julho de 2008, após o fracasso de intensas negociações que não conseguiram reunir posturas para se fechar um acordo para liberalizar o comércio mundial.

Desde então o processo vive em um "impasse", segundo as palavras do candidato brasileiro, que "prejudicou a imagem da instituição porque as pessoas tendem a equiparar as negociações com a OMC".

"As negociações são o pilar essencial para que o sistema avance", asseverou Azevêdo.

Diplomata de carreira e embaixador na OMC desde 2008, Azevêdo foi o último candidato a se apresentar ao cargo ocupado nos últimos oito anos pelo francês Pascal Lamy, que o deixará no dia 31 de agosto.

Ele foi antecipado por oito pessoas (seis homens e duas mulheres), entre elas sete que foram ou são ministros de Comércio de seu país, posição que Azevedo não atingiu, o que não lhe parece um impedimento.

Na sua opinião, "nenhum dos outros candidatos esteve no centro do sistema multilateral de comércio durante 15 anos ininterruptos. Isso é um capital enorme".

"Eu tenho a capacidade de conversar com todos os membros de forma aberta porque tenho sua confiança. Tenho a capacidade que necessita um diretor-geral de identificar o problema e saber propor soluções que sejam inovadoras, significativas e factíveis, e isso se consegue com experiência", ressaltou Azevêdo.


Perguntado sobre como desencalhar na prática o processo e do que aprendeu de suas conversas com os outros membros durante este processo de campanha, o diplomata brasileiro se mostrou convencido de que "todos os países querem avançar, o problema é como".

Ele concorda com os outros que na próxima reunião ministerial, em dezembro próximo em Bali, deve ser aprovada alguma parte do "pacote total", que dê confiança e impulso para se continuar progredindo.

"O pacotinho é importante, mas não é suficiente. Além disso, corremos o risco de pulverizar as matérias. O essencial é avançar com a negociação total", disse.

Para isso, considera que antes da pausa do verão (hemisfério norte) o 'pacotinho' deveria estar pronto para ser finalizado nos dois meses restantes antes do encontro de Bali com a ajuda ou não do novo diretor-geral, que assumirá suas funções em 1º de setembro.

"O novo diretor-geral deverá se dar conta se sua intromissão será benéfica ou perniciosa", afirmou.

Se for eleito, liderará o processo; se não for, tentará deixar a OMC, e confessou: "Se depender de mim, não ficarei muito tempo".

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Davos - Roberto Azevêdo, candidato brasileiro a comandar a Organização Mundial do Comércio (OMC), considera que a maneira de relançar as negociações da estagnada Rodada de Doha passa por modificar tanto o objetivo como o caminho para alcançá-lo.

"Há diferenças insuperáveis entre os membros se o que estamos tentando é seguir um determinado objetivo. Se modificamos esse objetivo, talvez essas diferenças sejam superadas", disse nesta sexta-feira Azevêdo em entrevista à Agência Efe no marco do Fórum Econômico de Davos (Suíça), onde está para promover sua candidatura.

"Às vezes podem se conseguir coisas muito parecidas por caminhos diferentes. E esses caminhos são o que eu tenho que explorar com os membros (no caso de ser eleito). Mas sim, há caminhos alternativos", acrescentou.

Azevêdo recusou detalhar quais seriam esses caminhos não explorados, argumentando que seriam desativados ao ser expressados.

"No momento que eu os explicitar, esses caminhos voltarão a se tornar imediatamente inviáveis", assinalou.

O candidato acrescentou que, "nas negociações comerciais, o processo é tão importante como a substância".


A Rodada de Doha começou na cidade homônima em novembro de 2001, mas está estagnada desde julho de 2008, após o fracasso de intensas negociações que não conseguiram reunir posturas para se fechar um acordo para liberalizar o comércio mundial.

Desde então o processo vive em um "impasse", segundo as palavras do candidato brasileiro, que "prejudicou a imagem da instituição porque as pessoas tendem a equiparar as negociações com a OMC".

"As negociações são o pilar essencial para que o sistema avance", asseverou Azevêdo.

Diplomata de carreira e embaixador na OMC desde 2008, Azevêdo foi o último candidato a se apresentar ao cargo ocupado nos últimos oito anos pelo francês Pascal Lamy, que o deixará no dia 31 de agosto.

Ele foi antecipado por oito pessoas (seis homens e duas mulheres), entre elas sete que foram ou são ministros de Comércio de seu país, posição que Azevedo não atingiu, o que não lhe parece um impedimento.

Na sua opinião, "nenhum dos outros candidatos esteve no centro do sistema multilateral de comércio durante 15 anos ininterruptos. Isso é um capital enorme".

"Eu tenho a capacidade de conversar com todos os membros de forma aberta porque tenho sua confiança. Tenho a capacidade que necessita um diretor-geral de identificar o problema e saber propor soluções que sejam inovadoras, significativas e factíveis, e isso se consegue com experiência", ressaltou Azevêdo.


Perguntado sobre como desencalhar na prática o processo e do que aprendeu de suas conversas com os outros membros durante este processo de campanha, o diplomata brasileiro se mostrou convencido de que "todos os países querem avançar, o problema é como".

Ele concorda com os outros que na próxima reunião ministerial, em dezembro próximo em Bali, deve ser aprovada alguma parte do "pacote total", que dê confiança e impulso para se continuar progredindo.

"O pacotinho é importante, mas não é suficiente. Além disso, corremos o risco de pulverizar as matérias. O essencial é avançar com a negociação total", disse.

Para isso, considera que antes da pausa do verão (hemisfério norte) o 'pacotinho' deveria estar pronto para ser finalizado nos dois meses restantes antes do encontro de Bali com a ajuda ou não do novo diretor-geral, que assumirá suas funções em 1º de setembro.

"O novo diretor-geral deverá se dar conta se sua intromissão será benéfica ou perniciosa", afirmou.

Se for eleito, liderará o processo; se não for, tentará deixar a OMC, e confessou: "Se depender de mim, não ficarei muito tempo".

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