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Brexit terá consequências significativas para o país, diz Irlanda

Até final de abril o governo divulgará um plano sobre "suas prioridades" nas conversas que a UE manterá com Londres para estabelecer as condições do Brexit

Irlanda: uma "prioridade-chave" é assegurar que continuará "existindo uma fronteira invisível" após o Brexit (Drew Angerer/Getty Images)
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EFE

Publicado em 29 de março de 2017 às 12h20.

Dublin - O governo irlandês afirmou nesta quarta-feira que a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) terá "consequências políticas, econômicas e sociais significativas" para a República da Irlanda, mas acredita que será possível amortecer o impacto do Brexit durante as negociações.

Em comunicado, o Executivo irlandês informou que publicará no final de abril um "plano detalhado" sobre "suas prioridades" nas conversas que a UE manterá com Londres para estabelecer as condições do Brexit.

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"O governo trabalhou muito duro durante mais de dois anos, antes mesmo do referendo britânico, para cooperar com todos os setores da ilha da Irlanda e identificar nossas principais áreas de preocupação e para desenvolver nossas prioridades nas negociações", diz a nota do governo irlandês.

Entre estas áreas de preocupação, o Executivo da Irlanda destaca a proteção do processo de paz na Irlanda do Norte, que passa, segundo Dublin, pela manutenção "de uma fronteira aberta" e da Área de Circulação Comum (CTA, sigla em inglês), estabelecida na década de 1920 para permitir a livre circulação entre o norte e o sul da ilha.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, confirmou hoje que invocou o artigo 50 do Tratado de Lisboa para iniciar um período de, pelo menos, dois anos de negociações para a materialização do Brexit, um gesto que o ministro de Relações Exteriores da Irlanda, Charlie Flanagan, disse que recebeu com "tristeza".

No entanto, Flanagan revelou que está "esperançoso" pelas referências à Irlanda que May incluiu na carta enviada ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, para iniciar um processo que, segundo a primeira-ministra britânica, também não deve prejudicar a República da Irlanda.

No texto da carta entregue pelo embaixador britânico na UE, Tim Barrow, Londres reserva um trecho em particular para a situação na Irlanda do Norte, no qual destaca a importância de proteger o processo paz.

O Executivo britânico quer "evitar o retorno a uma fronteira dura" com a República da Irlanda, o único país do bloco comunitário que terá uma barreira terrestre com o Reino Unido após o Brexit, além da Espanha com Gibraltar.

"Temos a grande responsabilidade de assegurar que não será feito nada que possa colocar em xeque o processo de paz na Irlanda do Norte e que o Acordo de Belfast (também conhecido como Acordo de Sexta-Feira Santa, assinado em 1998) continue vigente", diz a carta.

Flanagan comemorou hoje a inclusão dessas palavras na carta e reiterou o compromisso de seu governo para trabalhar com os 27 Estados-membros da União Europeia a fim de garantir que seu país mantenha uma relação comercial com o Reino Unido "o mais próxima possível".

O ministro acrescentou que uma "prioridade-chave" é assegurar que continuará "existindo uma fronteira invisível" após o Brexit.

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