LONDRES: para bancos, empresas aéreas e petroleiras, os efeitos do Brexit já são sentidos na pele / Russell Boyce/ Reuters
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2016 às 21h00.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h12.
Se o Brexit assusta os britânicos sobre o que o futuro lhes reserva, para muitas empresas e investidores, o mundo já mudou. Desde sexta-feira, o principal índice do Reino Unido, FTSE 100, caiu 5,5% e o principal índice bolsa espanhola, o IBEX 35, 14%.
Em alguns setores a queda é ainda mais expressiva. O índice que reúne os principais bancos europeus caiu 21% em apenas dois dias. Analistas do banco de investimentos Jefferies Group cortaram em 72% as estimativas de lucro para do banco britânico Barclays entre 2016 e 2018. As ações da instituição já caíram 31% desde sexta-feira.
As empresas aéreas também sofrem. Durante os últimos 20 anos, a regra básica tem sido que qualquer companhia aérea com sede na União Europeia pode voar para qualquer país do bloco. A saída do Reino Unido mexe, é claro, com as das companhias que mais atuam no país.
As ações da International Airlines Group, dona da British e da Iberia, caíram 29,4% desde sexta-feira. As ações das companhias aéreas americanas que atuam na Europa também sofrem. A American Airlines, por exemplo, tem uma queda de 16,6% em dois dias. Companhias que têm grande parte de seus clientes no Reino Unido também estão sentindo na pele: as montadora francesa Peugeot perdeu 24,5% do valor de mercado em dois dias; a alemã BMW, 10,6%.
No Brasil, as ações dos bancos Bradesco e Itaú Unibanco caíram mais de 6% desde sexta-feira. Além deles, os papéis da Petrobras caíram mais de 10% em dois dias, afetados pelo preço do petróleo – que despencou 7%. Se serve de alívio, analistas afirmam que o pior já passou e que o impacto do Brexit nas ações brasileiras (o Ibovespa caiu 4,4% em dois dias) deve ser limitado. Já nas bolsas de fora…
“Daqui pra frente é difícil dizer o que vai acontecer. Os investidores ainda tentam entender qual o impacto do Brexit em empresas de outros setores”, diz Felipe Hirai, estrategista do Bank of America Merrill Lynch. A volatilidade não deve ir embora tão cedo.