Brasil votou contra sanções porque não deve ao FMI, diz chanceler
Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou hoje (9) que o Brasil votou contra as sanções ao Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) porque não deve ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e pode seguir suas convicções. O chanceler negou que a posição brasileira, acompanhada pelos turcos, seja de isolamento. […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou hoje (9) que o Brasil votou contra as sanções ao Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) porque não deve ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e pode seguir suas convicções. O chanceler negou que a posição brasileira, acompanhada pelos turcos, seja de isolamento. Mais uma vez, o diplomata reiterou o direito de os iranianos desenvolverem seu programa nuclear.
"O Brasil não está defendendo o Irã, mas defendendo a paz, concebida pelos Estados Unidos e a Agência Internacional de Energia Atômica [Aiea]", disse o chanceler, em audiência pública na Câmara dos Deputados.
Em seguida, Amorim ratificou a defesa do voto brasileiro contrário às sanções. "Felizmente o Brasil não deve ao FMI e votou de acordo com suas convicções. Não me sinto isolado, eu me sinto em boa companhia. Não vejo esse desgaste e não percebo isso. Eu ando sem segurança e converso com as pessoas nas ruas", disse ele.
O Conselho de Segurança aprovou, na manhã de hoje, um novo pacote de sanções ao Irã. Dos 15 países que compõem o órgão, 12 votaram a favor das sanções apenas o Brasil e a Turquia foram contra e o Líbano absteve-se de votar. A maioria dos países acredita que o programa nuclear iraniano ameaça a comunidade internacional por supostamente esconder a produção de armas atômicas.
O pacote aprovado hoje estabelece uma série de restrições que afetarão as áreas de comércio, militar, empresas marítimas e operações bancárias. Algumas medidas são aumentar a fiscalização aos carregamentos de exportação destinados ao Irã, a suspensão da venda de armas pesadas para os iranianos e uma rigorosa inspeção nos navios com bandeira do Irã.