Abdo, presidente do Paraguai: Bolsonaro afirmou que não quer prejudicá-lo (Marcos Brindicci/Reuters)
Da Redação
Publicado em 1 de agosto de 2019 às 18h56.
Última atualização em 2 de agosto de 2019 às 07h23.
Brasil e Paraguai anulam acordo energético sobre Itaipu
Paraguai e Brasil decidiram anular um ato bilateral para a distribuição de energia hidrelétrica de Itaipu, assinado em maio passado. O documento “será devolvido às instâncias técnicas para a negociação da contratação de energia elétrica da Itaipu Binacional”, afirma um comunicado oficial divulgado nesta quinta-feira, 01. O presidente paraguaio, Mario Abdo, viu seu governo mergulhar em uma profunda crise política após detalhes do acordo sobre Itaipu, firmado entre Brasil e Paraguai em maio passado, virem à tona. O documento se tornou conhecido na semana passada, e elevaria os custos para a estatal de eletricidade do Paraguai em mais de 200 milhões de dólares, segundo declarou um ex-presidente da entidade. Como resultado, Abdo foi acusado de traição pela oposição.
Com anulação, parlamentares desistem do impeachment de Abdo
Depois que Brasil e Paraguai cancelaram o acordo polêmico, parlamentares paraguaios recuaram nesta quinta-feira da ameaça de pedir o impeachment do presidente Mario Abdo. O presidente pediu desculpas pela maneira como lidou com a polêmica sobre a assinatura do acordo energético com o Brasil. “Quem tiver que ser responsabilizado por má conduta será responsabilizado”, disse Abdo em uma mensagem à nação, acrescentando que agradecia os parlamentares por decidirem proceder de uma maneira “que não rompe com o processo democrático”. Na quarta-feira, alguns parlamentares disseram que pressionariam pelo impeachment de Abdo e do seu vice-presidente, Hugo Velázquez, após um escândalo que levou à renúncia do ministro das Relações Exteriores e de três outras autoridades. Bolsonaro disse apoiar Abdo, que emergiu como um de seus primeiros aliados na região. “O problema do Paraguai é que o impeachment você faz em 72 horas”, disse Bolsonaro a repórteres na manhã desta quinta-feira. “A gente não quer prejudicar o Paraguai”.
Ataque mata 27 pessoas no Iêmen
Ao menos 27 pessoas morreram e várias ficaram feridas nesta quinta-feira, 1, em dois ataques contra as forças de segurança em Aden, sul do Iêmen, anunciaram fontes oficiais do país. O ataque aconteceu no momento em que policiais se reuniam para saudar a bandeira nacional. Segundo o informe, os terroristas teriam usado um míssil e um drone no ataque contra o quartel da polícia em Al-Jalaa. Poucos minutos antes, um atentado suicida com carro-bomba foi executado na entrada do quartel-general localizado no bairro Sheikh Othman, no centro de Aden. Os dois ataques tiveram como alvos as forças do Cinturão de Segurança, agentes de polícia treinados e equipados pelos Emirados Árabes Unidos, um dos pilares da coalizão militar liderada pela Arábia Saudita, que atua desde 2015 no Iêmen contra os rebeldes houthis. Os ataques aconteceram após um período de relativa calma. No início de julho, os Emirados Árabes Unidos anunciaram a intenção de reduzir suas tropas no Iêmen.
Irã diz que novas sanções dos EUA a seu chanceler são “infantis”
Um dia depois de o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, anunciar sanções contra o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irã, Javad Zarif, o presidente iraniano, Hassan Rohani, declarou nesta quinta-feira, 1, que os americanos “perderam a capacidade de agir e pensar de maneira sensata”. Rohani também classificou a ação americana como um comportamento pueril. “Está absolutamente claro que os alicerces da Casa Branca foram abalados pelas palavras e a lógica de um diplomata informado e dedicado”, disse o presidente iraniano. As sanções implicam no congelamento dos ativos que Zarif possa ter nos Estados Unidos ou que sejam controlados por instituições americanas, anunciou o governo americano. No Twitter, o chanceler disse que as restrições “não têm efeito” porque nem ele nem sua família possuem propriedades ou interesses fora do Irã.
Holanda proíbe uso de burca em lugares públicos
O uso de todos os tipos de peças de roupa que escondam o rosto – entre elas capuzes e véus islâmicos, como a burca e o niqab – está proibido em espaços públicos da Holanda a partir desta quinta-feira, 1. A aprovação da lei que entrou em vigor hoje provocou um longo debate e muitas críticas. A norma, ratificada no ano passado pelo Senado, define a proibição como “parcial” e não “total”, porque só limita o uso destas peças em áreas públicas como escolas, hospitais, transporte público e edifícios governamentais. Nas ruas, sua utilização ainda é liberada. Segundo estimativas, entre 200 e 400 mulheres usam os dois tipos de véu islâmico na Holanda, entre uma população de 17 milhões de pessoas. A Holanda segue os passos de Dinamarca, França e Bélgica, onde a proibição se estende inclusive às ruas, depois que o Tribunal Europeu de Direitos Humanos decidiu em 2014 que leis para vetar o uso de burcas e niqabs não violam as liberdades religiosas.
Ministro da Venezuela entra na lista de fugitivos mais procurados dos EUA
O ministro da Indústria da Venezuela, Tareck El Aissami, foi incluído pelo Serviço de Imigração dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês) na lista dos 10 fugitivos mais procurados pelo país. “Você já viu este fugitivo mais procurado? Ele é procurado por tráfico internacional de narcóticos”, escreveu o ICE em sua conta no Twitter, ao lado de uma foto do ministro, que já foi vice-presidente do governo de Nicolás Maduro e é alvo de sanções dos EUA. A agência norte-americana acrescentou em seu site que Aissami sofreu sanções em fevereiro de 2017 pelo Escritório para o Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac) do Departamento do Tesouro dos EUA por desempenhar “um papel significativo no tráfico internacional de narcóticos”. Em resposta, Aissami negou as acusações e disse que os EUA “não poderão deter o curso irreversível nem a vontade do povo venezuelano de ser uma potência, um país livre e soberano”.