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Chilenos combatem incêndio que já matou 15 em Valparaíso

Governo decretou alerta sanitário na região, o que facilitará a entrega de ajuda, a compra de insumos e o socorro aos afetados

Voluntários e bombeiros levam ajuda à região devastada pelo fogo na cidade chilena de Valparaíso, em 14 de abril de 2014 (Martin Bernetti/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2014 às 23h06.

Valparaíso - Treze helicópteros, sete aviões e 2.000 militares e policiais lutavam nesta segunda-feira para controlar os focos do mais grave incêndio da história da cidade chilena de Valparaíso, que já matou 15 pessoas.

"O incêndio não está controlado. No entanto, diminuiu muito sua intensidade", explicou à imprensa local o diretor da Secretaria Nacional de Emergência (Onemi) em Valparaíso, Guillermo de la Maza.

O governo decretou alerta sanitário na região, o que facilitará a entrega de ajuda, a compra de insumos e o socorro aos afetados.

O número de mortos subiu para 15 na noite desta segunda-feira, após um corpo calcinado ser localizado no setor de Olivillo.

"Até o momento, temos 15 pessoas mortas", anunciou o comandante da I Zona Naval, almirante Julio Leiva, acrescentando que dois membros da força ficaram feridos durante os trabalhos de resgate.

O almirante não descartou um recrudescimento dos focos de incêndio "durante esta noite", mas estimou que na terça-feira haverá condições mais favoráveis, como temperatura mais baixa, aumento da umidade e menos vento.

A ministra da Saúde, Helia Molina, explicou que o alerta sanitário, vigente a partir desta terça-feira, permitirá acelerar a entrega de recursos como banheiros químicos, medicamentos e outros insumos.

"Não é um alerta sanitário para praga ou epidemia, é uma precaução para evitarmos problemas, porque a situação nos albergues facilita a propagação de infecções".

"Detectamos a existência de muitos albergues informais onde as pessoas têm se agrupado de forma natural, mas não existem as condições sanitárias necessárias e vamos cuidar para que tenham banheiros, água potável e comida".

No início desta segunda-feira, os focos de incêndio que voltaram a arder com força no domingo queimaram mais 250 casas, informou o ministro do Interior, Rodrigo Peñailillo.


A presidente Michelle Bachelet suspendeu uma viagem prevista para a Argentina e se reuniu nesta segunda com os ministros do comitê de emergências.

As autoridades esperam controlar o fogo entre 48 e 72 horas. Depois pretendem investigar a origem das chamas, avaliar os danos e estabelecer as tarefas de reconstrução.

"O quadro é desolador", afirmou o porta-voz do governo, Álvaro Elizalde, que também anunciou a chegada de aviões argentinos para cobrir zonas desprotegidas.

O incêndio já destruiu completamente 2.000 casas. Também deixou 8.000 desabrigados e 10.000 deslocados. De acordo com as autoridades, 1.200 pessoas dormiram pela segunda noite seguida em abrigos.

Das 15 pessoas mortas, algumas não conseguiram sair a tempo de suas casas, como um casal de idosos que se negou a deixar a residência. Os dois foram encontrados carbonizados, abraçados na cama, afirmaram vizinhos à imprensa local.

O incêndio, iniciado na tarde de sábado, queimou 850 hectares até o momento. Ele tem um perímetro de 22 quilômetros e quase seis quilômetros de comprimento, segundo a Corporação Nacional Florestal (Conaf).

As chamas afetaram uma área onde muitas pessoas vivem em casas de madeira e feitas de outros materiais frágeis, algumas sem licença de construção.

A região do porto de Valparaíso, declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 2003, permanecia a salvo das chamas.

Perda total

Na escola Grecia, um dos oito abrigos para os atingidos, Carlos Gaona disse ter dormido pouco, "por causa das sirenes dos bombeiros e das pessoas que continuam chegando".

"Perdemos tudo. Somos uma família de sete pessoas, e a primeira noite no abrigo foi triste. Principalmente para as crianças que nunca tinham passado por isso, mas nos trataram bem", declarou Ericka Cáceres à AFP .

Muitas pessoas perderam todos os seus pertences no incêndio, devido à rápida propagação e à complexa geografia da região. Além disso, também contribuiu para a tragédia o acúmulo de lixo no topo das colinas, onde começou o fogo.

Os chilenos se mobilizaram pelas vítimas de Valparaíso.

Os moradores da cidade que não foram atingidos ajudaram os necessitados, distribuindo água, comida e roupas.

Também foram organizadas nesta segunda partidas de futebol beneficentes e campanhas para cuidar dos animais feridos. O Twitter ficou cheio de mensagens de apoio, com a hashtag #FuerzaValpo.

Dupla reconstrução

No domingo, foi declarado estado de catástrofe, medida de exceção que permite que as Forças Armadas assumam a segurança, que será mantida pelo tempo que for necessário, de acordo com o governo.

Em relação aos 8.000 desabrigados, estão sendo estudadas as possibilidades de se construir casas de emergência e oferecer ajuda financeira e psicológica.

O governo se comprometeu também a seguir "trabalhando simultaneamente na ajuda e no plano de reconstrução no norte", mais precisamente na região de Tarapacá, atingida por um terremoto de 8,2 de magnitude há duas semanas.

Apesar das tragédias, Bachelet pretende manter o cumprimento das 50 medidas anunciadas para seus 100 primeiros dias de governo. Entre elas, está o pontapé inicial a seu ambicioso programa de reformas, na educação, na área tributária e na Constituição.

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Valparaíso - Treze helicópteros, sete aviões e 2.000 militares e policiais lutavam nesta segunda-feira para controlar os focos do mais grave incêndio da história da cidade chilena de Valparaíso, que já matou 15 pessoas.

"O incêndio não está controlado. No entanto, diminuiu muito sua intensidade", explicou à imprensa local o diretor da Secretaria Nacional de Emergência (Onemi) em Valparaíso, Guillermo de la Maza.

O governo decretou alerta sanitário na região, o que facilitará a entrega de ajuda, a compra de insumos e o socorro aos afetados.

O número de mortos subiu para 15 na noite desta segunda-feira, após um corpo calcinado ser localizado no setor de Olivillo.

"Até o momento, temos 15 pessoas mortas", anunciou o comandante da I Zona Naval, almirante Julio Leiva, acrescentando que dois membros da força ficaram feridos durante os trabalhos de resgate.

O almirante não descartou um recrudescimento dos focos de incêndio "durante esta noite", mas estimou que na terça-feira haverá condições mais favoráveis, como temperatura mais baixa, aumento da umidade e menos vento.

A ministra da Saúde, Helia Molina, explicou que o alerta sanitário, vigente a partir desta terça-feira, permitirá acelerar a entrega de recursos como banheiros químicos, medicamentos e outros insumos.

"Não é um alerta sanitário para praga ou epidemia, é uma precaução para evitarmos problemas, porque a situação nos albergues facilita a propagação de infecções".

"Detectamos a existência de muitos albergues informais onde as pessoas têm se agrupado de forma natural, mas não existem as condições sanitárias necessárias e vamos cuidar para que tenham banheiros, água potável e comida".

No início desta segunda-feira, os focos de incêndio que voltaram a arder com força no domingo queimaram mais 250 casas, informou o ministro do Interior, Rodrigo Peñailillo.


A presidente Michelle Bachelet suspendeu uma viagem prevista para a Argentina e se reuniu nesta segunda com os ministros do comitê de emergências.

As autoridades esperam controlar o fogo entre 48 e 72 horas. Depois pretendem investigar a origem das chamas, avaliar os danos e estabelecer as tarefas de reconstrução.

"O quadro é desolador", afirmou o porta-voz do governo, Álvaro Elizalde, que também anunciou a chegada de aviões argentinos para cobrir zonas desprotegidas.

O incêndio já destruiu completamente 2.000 casas. Também deixou 8.000 desabrigados e 10.000 deslocados. De acordo com as autoridades, 1.200 pessoas dormiram pela segunda noite seguida em abrigos.

Das 15 pessoas mortas, algumas não conseguiram sair a tempo de suas casas, como um casal de idosos que se negou a deixar a residência. Os dois foram encontrados carbonizados, abraçados na cama, afirmaram vizinhos à imprensa local.

O incêndio, iniciado na tarde de sábado, queimou 850 hectares até o momento. Ele tem um perímetro de 22 quilômetros e quase seis quilômetros de comprimento, segundo a Corporação Nacional Florestal (Conaf).

As chamas afetaram uma área onde muitas pessoas vivem em casas de madeira e feitas de outros materiais frágeis, algumas sem licença de construção.

A região do porto de Valparaíso, declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 2003, permanecia a salvo das chamas.

Perda total

Na escola Grecia, um dos oito abrigos para os atingidos, Carlos Gaona disse ter dormido pouco, "por causa das sirenes dos bombeiros e das pessoas que continuam chegando".

"Perdemos tudo. Somos uma família de sete pessoas, e a primeira noite no abrigo foi triste. Principalmente para as crianças que nunca tinham passado por isso, mas nos trataram bem", declarou Ericka Cáceres à AFP .

Muitas pessoas perderam todos os seus pertences no incêndio, devido à rápida propagação e à complexa geografia da região. Além disso, também contribuiu para a tragédia o acúmulo de lixo no topo das colinas, onde começou o fogo.

Os chilenos se mobilizaram pelas vítimas de Valparaíso.

Os moradores da cidade que não foram atingidos ajudaram os necessitados, distribuindo água, comida e roupas.

Também foram organizadas nesta segunda partidas de futebol beneficentes e campanhas para cuidar dos animais feridos. O Twitter ficou cheio de mensagens de apoio, com a hashtag #FuerzaValpo.

Dupla reconstrução

No domingo, foi declarado estado de catástrofe, medida de exceção que permite que as Forças Armadas assumam a segurança, que será mantida pelo tempo que for necessário, de acordo com o governo.

Em relação aos 8.000 desabrigados, estão sendo estudadas as possibilidades de se construir casas de emergência e oferecer ajuda financeira e psicológica.

O governo se comprometeu também a seguir "trabalhando simultaneamente na ajuda e no plano de reconstrução no norte", mais precisamente na região de Tarapacá, atingida por um terremoto de 8,2 de magnitude há duas semanas.

Apesar das tragédias, Bachelet pretende manter o cumprimento das 50 medidas anunciadas para seus 100 primeiros dias de governo. Entre elas, está o pontapé inicial a seu ambicioso programa de reformas, na educação, na área tributária e na Constituição.

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