Exame Logo

Bombas e tiroteio deixam 35 mortos em mesquita da Nigéria

Atiradores explodiram três bombas e abriram fogo contra fiéis na mesquita central de Kano, maior cidade do norte da Nigéria

Agentes de segurança inspecionam local de explosões múltiplas na área da mesquita central de Kano, norte da Nigéria (Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2014 às 17h11.

Kano - Atiradores explodiram três bombas e abriram fogo contra fiéis na mesquita central de Kano, maior cidade do norte da Nigéria , matando pelo menos 35 pessoas nesta sexta-feira, relataram testemunhas e a polícia, um ataque com a marca registrada dos militantes islâmicos do Boko Haram.

"Estas pessoas bombardearam a mesquita. Estou face a face com pessoas gritando", disse Chijjani Usman, repórter local que foi à mesquita na cidade antiga para rezar.

A construção fica próxima do palácio do emir de Kano, a segunda maior autoridade islâmica do país mais populoso da África, embora o próprio emir, ex-presidente do banco central, Lamido Sanusi, não estivesse presente.

Ninguém assumiu a autoria do atentado de imediato, mas as suspeitas recaíram sobre o Boko Haram, movimento jihadista sunita que luta para ressuscitar um califado islâmico medieval na região.

O Boko Haram encara as autoridades religiosas islâmicas tradicionais da Nigéria com desdém, considerando-as uma elite corrupta e mesquinha próxima demais do governo secular.

Os insurgentes já mataram milhares de pessoas em ataques com armas e bombas em igrejas, escolas, delegacias de polícia, bases militares, edifícios do governo e mesquitas que não compartilham sua ideologia islâmica radical.

No mínimo 35 pessoas morreram nesta sexta-feira, afirmou o vice-comissário de polícia, Sanusi N. Lemo, a repórteres em Kano.

“Três bombas foram plantadas no pátio da mesquita e explodiram simultaneamente”, declarou uma fonte de segurança que não quis se identificar.

“Depois de múltiplas explosões, eles também abriram fogo. Não sei dizer sobre mortos, porque todos nós saímos correndo”, acrescentou um membro da equipe do palácio.

Jovens revoltados bloquearam os portões da mesquita diante da polícia, que teve que dispersá-los com gás lacrimogêneo para ter acesso ao local.

A insurgência forçou mais de um milhão de pessoas a fugirem durante sua campanha, concentrada no nordeste nigeriano, informou a Cruz Vermelha a repórteres nesta sexta-feira, um aumento em relação à estimativa de 700 mil refugiados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) em setembro.

Líderes islâmicos às vezes evitam críticas diretas ao Boko Haram por medo de represálias, mas o emir de Kano, enfurecido com atrocidades como o sequestro de 200 alunas do vilarejo de Chibok em abril, tem sido cada vez mais contundente.

Segundo a imprensa local, ele teria conclamado todos os nigerianos neste mês a se defenderem do Boko Haram.

Durante a transmissão de uma recitação do Alcorão, ele teria dito: "Estas pessoas, quando atacam cidades, matam meninos e escravizam meninas. As pessoas precisam se posicionar de maneira resoluta... deveriam adquirir o que puderem para se defender. As pessoas não devem esperar que os soldados as protejam." (Por Nnekule Ikemfuna, com reportagem adicional de Julia Payne, Isaac Abrak e Abraham Terngu, em Abuja)

Veja também

Kano - Atiradores explodiram três bombas e abriram fogo contra fiéis na mesquita central de Kano, maior cidade do norte da Nigéria , matando pelo menos 35 pessoas nesta sexta-feira, relataram testemunhas e a polícia, um ataque com a marca registrada dos militantes islâmicos do Boko Haram.

"Estas pessoas bombardearam a mesquita. Estou face a face com pessoas gritando", disse Chijjani Usman, repórter local que foi à mesquita na cidade antiga para rezar.

A construção fica próxima do palácio do emir de Kano, a segunda maior autoridade islâmica do país mais populoso da África, embora o próprio emir, ex-presidente do banco central, Lamido Sanusi, não estivesse presente.

Ninguém assumiu a autoria do atentado de imediato, mas as suspeitas recaíram sobre o Boko Haram, movimento jihadista sunita que luta para ressuscitar um califado islâmico medieval na região.

O Boko Haram encara as autoridades religiosas islâmicas tradicionais da Nigéria com desdém, considerando-as uma elite corrupta e mesquinha próxima demais do governo secular.

Os insurgentes já mataram milhares de pessoas em ataques com armas e bombas em igrejas, escolas, delegacias de polícia, bases militares, edifícios do governo e mesquitas que não compartilham sua ideologia islâmica radical.

No mínimo 35 pessoas morreram nesta sexta-feira, afirmou o vice-comissário de polícia, Sanusi N. Lemo, a repórteres em Kano.

“Três bombas foram plantadas no pátio da mesquita e explodiram simultaneamente”, declarou uma fonte de segurança que não quis se identificar.

“Depois de múltiplas explosões, eles também abriram fogo. Não sei dizer sobre mortos, porque todos nós saímos correndo”, acrescentou um membro da equipe do palácio.

Jovens revoltados bloquearam os portões da mesquita diante da polícia, que teve que dispersá-los com gás lacrimogêneo para ter acesso ao local.

A insurgência forçou mais de um milhão de pessoas a fugirem durante sua campanha, concentrada no nordeste nigeriano, informou a Cruz Vermelha a repórteres nesta sexta-feira, um aumento em relação à estimativa de 700 mil refugiados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) em setembro.

Líderes islâmicos às vezes evitam críticas diretas ao Boko Haram por medo de represálias, mas o emir de Kano, enfurecido com atrocidades como o sequestro de 200 alunas do vilarejo de Chibok em abril, tem sido cada vez mais contundente.

Segundo a imprensa local, ele teria conclamado todos os nigerianos neste mês a se defenderem do Boko Haram.

Durante a transmissão de uma recitação do Alcorão, ele teria dito: "Estas pessoas, quando atacam cidades, matam meninos e escravizam meninas. As pessoas precisam se posicionar de maneira resoluta... deveriam adquirir o que puderem para se defender. As pessoas não devem esperar que os soldados as protejam." (Por Nnekule Ikemfuna, com reportagem adicional de Julia Payne, Isaac Abrak e Abraham Terngu, em Abuja)

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaGuerrasNigériaViolência política

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame