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Bombardeios na Síria geram polêmica entre ONU e Rússia

"Os civis são bombardeados pelas forças sírias e russas e quando sobrevivem, morrem de fome", disse o chefe de Operações Humanitárias da ONU

Síria: o embaixador russo, Vitali, acusou O'Brien de fazer uma "declaração desonesta" (Abdalrhman Ismail/Reuters)

Síria: o embaixador russo, Vitali, acusou O'Brien de fazer uma "declaração desonesta" (Abdalrhman Ismail/Reuters)

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AFP

Publicado em 27 de outubro de 2016 às 09h34.

O embaixador russo junto à ONU criticou severamente nesta quarta-feira um alto funcionário das Nações Unidas que denunciou os bombardeios contra a zona leste da cidade síria de Aleppo como uma tática para remover os civis.

Ao citar os ataques aéreos russos sobre o leste de Aleppo no Conselho de Segurança, o chefe de Operações Humanitárias da ONU, Stephen O'Brien, declarou que "suas consequências sobre a população têm sido terrível" e denunciou a tática de expulsar os habitantes do leste da cidade.

"Os civis são bombardeados pelas forças sírias e russas e quando sobrevivem, morrem de fome". "Esta tática é tão evidente como inaceitável", disse O'Brien.

"Os aviões russos e sírios" lançam panfletos nos quais pedem aos habitantes que fujam imediatamente do leste de Aleppo se não quiserem ser exterminados".

O embaixador russo, Vitali Churkin, respondeu acusando O'Brien de fazer uma "declaração desonesta" e de ser "arrogante", acrescentando que deveria "escrever um romance".

Churkin reprovou O'Brien por não mencionar em seu relatório ao Conselho de Segurança os oito dias sem bombardeios em Aleppo, apesar do fim oficial da trégua.

A diplomata americana junto à ONU, Samantha Power, e seus colegas britânico e francês apoiaram O'Brien. "Não se pode esperar cumprimentos quando se permite cometer crimes de guerra durante um dia ou uma semana", ironizou.

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