Mundo

Bombardeio dos EUA deixa dezenas de mortos na Líbia

Segundo um funcionário americano do Departamento de Defesa, o bombardeio matou "provavelmente" um responsável do EI


	Líbia: a casa bombardeada ao amanhecer na localidade de Sabrata, ficou completamente destruída
 (Reuters)

Líbia: a casa bombardeada ao amanhecer na localidade de Sabrata, ficou completamente destruída (Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2016 às 13h53.

Um ataque aéreo dos Estados Unidos contra um campo de treinamento jihadista na Líbia matou dezenas de pessoas nesta sexta-feira, entre as quais, provavelmente, um líder do grupo Estado Islâmico (EI), informaram fontes líbias e americanas.

Segundo um funcionário americano do Departamento de Defesa, o bombardeio matou "provavelmente" um responsável do EI vinculado a dois ataques jihadistas na Tunísia em 2015.

"Os Estados Unidos realizaram um ataque aéreo cedo nesta manhã contra um campo de treinamento do EI perto de Sabrata, Líbia, que provavelmente matou o responsável do EI Noureddine Chouchanne", disse.

A casa bombardeada ao amanhecer na localidade de Sabrata, 70 km a oeste de Trípoli, ficou completamente destruída, disse um responsável local líbio, Hussein al Dawadi.

"O ataque deixou 41 mortos, todas as vítimas estavam no interior da casa", acrescentou. Também informou sobre seis feridos. "A imensa maioria dos mortos eram tunisianos, provavelmente membros do EI", disse a fonte.

Os atentados atribuídos a Chouchanne foram lançado em julho em uma praia perto de Sousse, no qual 38 turistas morreram, e o do museu do Bardo de Túnis, em março, que matou 21 turistas e um policial.

Os dois ataques foram reivindicados pelo EI, que está sendo bombardeado pelo ar no Iraque e na Síria por uma coalizão internacional sob liderança americana.

Advertências de Obama

"O ataque foi muito preciso, só atingiu a casa", afirmou um responsável do governo paralelo instalado em Trípoli.

A Líbia conta com dois governos e Parlamentos, um reconhecido pela comunidade internacional em Tobruk e outro na capital.

A ONU não para de mediar e pressionar para que seja lançado um governo de unidade nacional, que deixe para trás a divisão e permita lutar de forma eficaz contra o EI e os traficantes de todo tipo.

O edifício tinha dois andares e é provável que no momento do ataque estivesse ocorrendo uma reunião de supostos membros do EI, informou um integrante do conselho militar de Sabrata, que pediu o anonimato.

Segundo Dawadi, um dos feridos interrogados pelas forças de segurança "contou ter ido ao local com outras pessoas para treinar combate e que o grupo que os levou a Sabrata vendou seus olhos durante todo o trajeto".

A cidade de Sabrata está controlada pela coalizão de milícias de Fajr Libya, que se apoderou em agosto de 2014 de Trípoli e de outras regiões, obrigando as autoridades reconhecidas pela comunidade internacional a se exilar no leste do país.

O EI se arraigou na Líbia aproveitando o caos no qual o país está afundado desde que uma revolta expulsou do poder em 2011 o ditador Muanmar Kadhafi, com apoio da Otan.

Em junho, os combatentes do EI capturaram a cidade de Sirte, 450 km a leste de Trípoli e cidade natal de Kadhafi.

Na terça-feira, o presidente americano, Barack Obama, advertiu que não permitirá que o Estado Islâmico se instale de forma duradoura na Líbia, onde acredita-se que tenha 5.000 combatentes.

"Estamos trabalhando com nossos sócios da coalizão para garantir que aproveitaremos a chance de impedir que o EI crie raízes na Líbia", disse Obama.

"Seguiremos atuando quando virmos uma operação e um objetivo claros", acrescentou.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaEstado IslâmicoEstados Unidos (EUA)LíbiaPaíses ricos

Mais de Mundo

Exército israelense anuncia pausa diária nas operações em uma região de Gaza

Cúpula pela paz na Suíça reafirma integridade da Ucrânia, mas pede negociações com a Rússia

Brasil é 3º país mais inseguro da América do Sul, diz Global Peace Index

Candidato à presidência denuncia 'prisão arbitrária' de assistentes na Venezuela

Mais na Exame