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Boko Haram mata 200 pessoas e ainda mantém estudantes reféns

Escalada da violência na Nigéria tem comovidos o país e a comunidade internacional, que ofereceu ajuda ao governo nigeriano para conseguir resgates

Mulher chora após ataque à bomba do grupo islâmico Boko Haram: rapto de Chibok suscitou várias críticas no mundo todo e EUA, China e Reino Unido já ofereceram ajuda à Nigéria para resgatar as garotas (Afolabi Sotunde/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2014 às 17h21.

Lagos - Um novo ataque do Boko Haram na Nigéria matou 200 pessoas, informou nesta quarta-feira a imprensa local, e as 200 meninas sequestradas pelo grupo continuam reféns do grupo armado.

A escalada da violência na Nigéria tem comovidos o país e a comunidade internacional, que condenou energicamente o sequestro das adolescentes e ofereceu ajuda ao governo nigeriano para conseguir seu resgate.

O último ataque da seita radical islamita ocorreu na segunda-feira, embora tenha vazado hoje a informação de que em Gamboru, na fronteira com Camarões, um grupo de homens armados invadiu o povoado à noite, segundo testemunhas citadas pelo jornal local "Daily Truste".

"As pessoas ainda estão contando os cadáveres. Já foram contados mais de 200 e ainda não acabaram", disse o deputado Abdulrahman Terab, que representa a região na Câmara dos Representantes em Abuja.

No ataque, os agressores, que usavam vestimenta militar, destruíram mais de 250 casas e dispararam contra os aldeões, relataram as testemunhas.

Mohammed Abari, de 60 anos e sobrevivente do massacre, disse aos jornalistas que o número de vítimas mortais pode chegar aos 300.

"Quando os pistoleiros chegaram, muita gente estava dormindo. Eu despertei com o barulho dos disparos e os gritos dos baleados ou forçados a sair de suas casas incendiadas. Não recebemos nenhuma ajuda", contou Abari.

A onda de violência coincide com o Fórum Econômico Mundial da África, que começou hoje em Abuja, a capital da Nigéria, com fortes medidas de segurança pela ameaça de Boko Haram.

As autoridades ordenaram o fechamento de escritórios do governo e de escolas durante a realização do evento para garantir a segurança de políticos, economistas e filantropos de todo o mundo que participarão do Fórum.

Embora o massacre em Gamboru não tenha sido reivindicado por nenhum grupo, as autoridades suspeitam de Boko Haram, responsável por vários ataques no nordeste do país, base espiritual e de operações da milícia islamita.

Na segunda-feira o grupo reivindicou, através de um vídeo, o sequestro de mais de 200 meninas em uma escola de Chibok, também em Borno.

No vídeo, o líder dos fundamentalistas, Abubakar Shekau, antecipou que "em breve" haveria mais ataques e ameaçou vender as menores como escravas no mercado.

A polícia admitiu desconhecer onde estão as estudantes e ofereceu hoje uma recompensa de 50 milhões de nairas (cerca de US$ 300 mil) para quem ofereça informação confiável sobre o paradeiro delas.

No domingo, supostos membros da seita sequestraram outras 11 meninas, entre 12 e 15 anos, na cidade de Warabe, também no estado de Borno.

O rapto de Chibok suscitou várias críticas no mundo todo e Estados Unidos, China e Reino Unido já ofereceram ajuda à Nigéria para resgatar as garotas, ofertas que o presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, agradeceu e aceitou.

A União Africana (UA) também reprovou hoje o "inaceitável" sequestro das meninas e pediu que seus países-membros e a comunidade internacional apoiem o governo nigeriano para combater o grupo fundamentalista.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) se uniu à condenação do sequestro e fez um pedido aos sequestradores "para que devolvam imediatamente as meninas, ilesas, às suas comunidades".

Boko Haram, que significa na língua local "a educação não islâmica é pecado", luta por impor a "sharia", lei islâmica na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristã no sul.

Desde que a polícia acabou em 2009 com o líder de Boko Haram, Mohammed Yousef, os radicais mantêm uma sangrenta campanha que já deixou mais de três mil mortos.

A Nigéria é o país mais povoado da África, tem 170 milhões de habitantes distribuídos em mais de 200 grupos tribais, e sofre inúmeras tensões por suas profundas diferenças políticas, religiosas e territoriais.

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Lagos - Um novo ataque do Boko Haram na Nigéria matou 200 pessoas, informou nesta quarta-feira a imprensa local, e as 200 meninas sequestradas pelo grupo continuam reféns do grupo armado.

A escalada da violência na Nigéria tem comovidos o país e a comunidade internacional, que condenou energicamente o sequestro das adolescentes e ofereceu ajuda ao governo nigeriano para conseguir seu resgate.

O último ataque da seita radical islamita ocorreu na segunda-feira, embora tenha vazado hoje a informação de que em Gamboru, na fronteira com Camarões, um grupo de homens armados invadiu o povoado à noite, segundo testemunhas citadas pelo jornal local "Daily Truste".

"As pessoas ainda estão contando os cadáveres. Já foram contados mais de 200 e ainda não acabaram", disse o deputado Abdulrahman Terab, que representa a região na Câmara dos Representantes em Abuja.

No ataque, os agressores, que usavam vestimenta militar, destruíram mais de 250 casas e dispararam contra os aldeões, relataram as testemunhas.

Mohammed Abari, de 60 anos e sobrevivente do massacre, disse aos jornalistas que o número de vítimas mortais pode chegar aos 300.

"Quando os pistoleiros chegaram, muita gente estava dormindo. Eu despertei com o barulho dos disparos e os gritos dos baleados ou forçados a sair de suas casas incendiadas. Não recebemos nenhuma ajuda", contou Abari.

A onda de violência coincide com o Fórum Econômico Mundial da África, que começou hoje em Abuja, a capital da Nigéria, com fortes medidas de segurança pela ameaça de Boko Haram.

As autoridades ordenaram o fechamento de escritórios do governo e de escolas durante a realização do evento para garantir a segurança de políticos, economistas e filantropos de todo o mundo que participarão do Fórum.

Embora o massacre em Gamboru não tenha sido reivindicado por nenhum grupo, as autoridades suspeitam de Boko Haram, responsável por vários ataques no nordeste do país, base espiritual e de operações da milícia islamita.

Na segunda-feira o grupo reivindicou, através de um vídeo, o sequestro de mais de 200 meninas em uma escola de Chibok, também em Borno.

No vídeo, o líder dos fundamentalistas, Abubakar Shekau, antecipou que "em breve" haveria mais ataques e ameaçou vender as menores como escravas no mercado.

A polícia admitiu desconhecer onde estão as estudantes e ofereceu hoje uma recompensa de 50 milhões de nairas (cerca de US$ 300 mil) para quem ofereça informação confiável sobre o paradeiro delas.

No domingo, supostos membros da seita sequestraram outras 11 meninas, entre 12 e 15 anos, na cidade de Warabe, também no estado de Borno.

O rapto de Chibok suscitou várias críticas no mundo todo e Estados Unidos, China e Reino Unido já ofereceram ajuda à Nigéria para resgatar as garotas, ofertas que o presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, agradeceu e aceitou.

A União Africana (UA) também reprovou hoje o "inaceitável" sequestro das meninas e pediu que seus países-membros e a comunidade internacional apoiem o governo nigeriano para combater o grupo fundamentalista.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) se uniu à condenação do sequestro e fez um pedido aos sequestradores "para que devolvam imediatamente as meninas, ilesas, às suas comunidades".

Boko Haram, que significa na língua local "a educação não islâmica é pecado", luta por impor a "sharia", lei islâmica na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristã no sul.

Desde que a polícia acabou em 2009 com o líder de Boko Haram, Mohammed Yousef, os radicais mantêm uma sangrenta campanha que já deixou mais de três mil mortos.

A Nigéria é o país mais povoado da África, tem 170 milhões de habitantes distribuídos em mais de 200 grupos tribais, e sofre inúmeras tensões por suas profundas diferenças políticas, religiosas e territoriais.

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