Exame Logo

Boca de urna aponta vitória conservadora no Reino Unido

O Partido Conservador, do premiê David Cameron, ganhou as eleições britânicas com 316 deputados, bastante à frente dos trabalhistas, segundo boca de urna

O primeiro-ministro britânico David Cameron, líder do Partido Conservador (Paul Ellis/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2015 às 21h59.

Londres - O Partido Conservador, do primeiro-ministro David Cameron, ganhou as eleições britânicas desta quinta-feira, com 316 deputados, a dez da maioria absoluta, bastante à frente dos trabalhistas, que aparecem com 239 - revela uma pesquisa de boca de urna.

Os "tories" poderão repetir sua coalizão com os democratas-liberais, que levaram dez cadeiras, de acordo com os números dessa pesquisa, a qual confirmou ainda a grande onda nacionalista na Escócia. Lá, o SNP teria conseguido 58 das 59 cadeiras em jogo.

Essa ascensão nacionalista comprova o aniquilamento dos trabalhistas em seu antigo feudo da Escócia , que chega depois de sua defesa do "não" no referendo da independência de setembro de 2014.

A líder dos nacionalistas escoceses, Nicola Sturgeon, pediu prudência.

"Trataria a pesquisa de boca de urna com ENORME cautela. Espero uma boa noite, mas acho que é improvável que obtenhamos 58 cadeiras", escreveu no Twitter.

O ex-líder dos democratas-liberais Paddy Ashdown foi além e declarou à rede BBC que a enquete está incorreta.

"Não é o que eu esperava", reconheceu Alastair Campbell, que foi assessor do então primeiro-ministro Tony Blair, refletindo a perplexidade dos trabalhistas com os últimos números.

A maioria absoluta no Parlamento britânico é obtida com 326 deputados, metade mais um dos 650 que compõem a Casa.

Se esses números se confirmarem, os conservadores serão a primeira força do Parlamento (316 deputados), seguidos dos trabalhistas (239), nacionalistas escoceses do SNP (58) e dos democratas-liberais (10).

O Partido da Independência do Reino Unido (Ukip), de Nigel Farage, deve conseguir apenas dois deputados - mesmo número que tem hoje.

Cameron estaria em uma posição única para formar o governo, contrariando todas as pesquisas antes das eleições, que previram o empate com os trabalhistas de Ed Miliband.

Os clientes do pub Draft House Seething, em "The City", deram suas primeiras impressões, após a divulgação da boca de urna.

"Por que a gente iria mudar? A economia vai bem depois de cinco anos com os conservadores", disse Grant, que trabalha no coração financeiro de Londres, com a cerveja na mão.

Ben Woodthorpe, funcionário do mesmo setor, também comemorou. "Os trabalhistas não são competentes em temas financeiros", avaliou.

Encomendada pelas grandes emissoras de televisão - BBC, ITN e Sky -, a boca de urna foi feita com uma ampla amostragem de 20 mil pessoas.

Nas últimas duas eleições, o resultado foi correto. Em 1992, porém, previu que ninguém havia conseguido maioria absoluta, quando, na verdade, os conservadores de John Major venceram com folga.

Pouco depois da pesquisa, saíram os primeiros resultados oficiais, de Houghton e de Sunderland South, que deram o primeiro deputado aos trabalhistas.

As primeiras circunscrições começaram a divulgar seus resultados a partir das 23h (19h em Brasília). Às 7h (3h em Brasília) de sexta-feira, deve-se conhecer o destino de 643 das 650 vagas.

A expectativa é que até as 13h (9h em Brasília) de sexta, quando se comemoram os 70 anos da vitória sobre a Alemanha na Segunda Guerra Mundial, tenha-se a composição total e definitiva do Parlamento.

Escócia e UE olham para Londres

As eleições desta quinta podem acabar levando à saída do país da União Europeia e a um novo referendo de independência na Escócia.

A ascensão dos nacionalistas escoceses de Nicola Sturgeon se tornou o grande tema de campanha, já que podem conseguir as chaves do poder em Londres ao mesmo em que começam a falar da possibilidade de um segundo referendo de independência na Escócia.

"Minha mensagem é que defenderemos a Escócia, mas, ao mesmo tempo, buscaremos formar alianças com gente de todo o Reino Unido para fazer melhor a política no país", disse Sturgeon, após votar em Glasgow.

Já Cameron havia prometido que, se ganhasse, convocaria um referendo sobre o pertencimento do país à UE antes do fim dr 2017. Isso causou nervosismo e levou "The City" a desconfiar tanto de conservadores quanto de trabalhistas.

Nesta quinta, a Bolsa de Londres caiu 0,67%, seu nível mais baixo em um mês, algo incomum.

"Em nove dos últimos 11 dias de eleições, a Bolsa subiu", lembrou o analista Connor Campbell, da Spreadex.

As negociações para a formação de governo não devem se prolongar além de 27 de maio, dia do discurso anual da rainha Elizabeth II no Parlamento. Nele, a soberana apresenta os projetos do primeiro-ministro para o próximo ano.

Veja também

Londres - O Partido Conservador, do primeiro-ministro David Cameron, ganhou as eleições britânicas desta quinta-feira, com 316 deputados, a dez da maioria absoluta, bastante à frente dos trabalhistas, que aparecem com 239 - revela uma pesquisa de boca de urna.

Os "tories" poderão repetir sua coalizão com os democratas-liberais, que levaram dez cadeiras, de acordo com os números dessa pesquisa, a qual confirmou ainda a grande onda nacionalista na Escócia. Lá, o SNP teria conseguido 58 das 59 cadeiras em jogo.

Essa ascensão nacionalista comprova o aniquilamento dos trabalhistas em seu antigo feudo da Escócia , que chega depois de sua defesa do "não" no referendo da independência de setembro de 2014.

A líder dos nacionalistas escoceses, Nicola Sturgeon, pediu prudência.

"Trataria a pesquisa de boca de urna com ENORME cautela. Espero uma boa noite, mas acho que é improvável que obtenhamos 58 cadeiras", escreveu no Twitter.

O ex-líder dos democratas-liberais Paddy Ashdown foi além e declarou à rede BBC que a enquete está incorreta.

"Não é o que eu esperava", reconheceu Alastair Campbell, que foi assessor do então primeiro-ministro Tony Blair, refletindo a perplexidade dos trabalhistas com os últimos números.

A maioria absoluta no Parlamento britânico é obtida com 326 deputados, metade mais um dos 650 que compõem a Casa.

Se esses números se confirmarem, os conservadores serão a primeira força do Parlamento (316 deputados), seguidos dos trabalhistas (239), nacionalistas escoceses do SNP (58) e dos democratas-liberais (10).

O Partido da Independência do Reino Unido (Ukip), de Nigel Farage, deve conseguir apenas dois deputados - mesmo número que tem hoje.

Cameron estaria em uma posição única para formar o governo, contrariando todas as pesquisas antes das eleições, que previram o empate com os trabalhistas de Ed Miliband.

Os clientes do pub Draft House Seething, em "The City", deram suas primeiras impressões, após a divulgação da boca de urna.

"Por que a gente iria mudar? A economia vai bem depois de cinco anos com os conservadores", disse Grant, que trabalha no coração financeiro de Londres, com a cerveja na mão.

Ben Woodthorpe, funcionário do mesmo setor, também comemorou. "Os trabalhistas não são competentes em temas financeiros", avaliou.

Encomendada pelas grandes emissoras de televisão - BBC, ITN e Sky -, a boca de urna foi feita com uma ampla amostragem de 20 mil pessoas.

Nas últimas duas eleições, o resultado foi correto. Em 1992, porém, previu que ninguém havia conseguido maioria absoluta, quando, na verdade, os conservadores de John Major venceram com folga.

Pouco depois da pesquisa, saíram os primeiros resultados oficiais, de Houghton e de Sunderland South, que deram o primeiro deputado aos trabalhistas.

As primeiras circunscrições começaram a divulgar seus resultados a partir das 23h (19h em Brasília). Às 7h (3h em Brasília) de sexta-feira, deve-se conhecer o destino de 643 das 650 vagas.

A expectativa é que até as 13h (9h em Brasília) de sexta, quando se comemoram os 70 anos da vitória sobre a Alemanha na Segunda Guerra Mundial, tenha-se a composição total e definitiva do Parlamento.

Escócia e UE olham para Londres

As eleições desta quinta podem acabar levando à saída do país da União Europeia e a um novo referendo de independência na Escócia.

A ascensão dos nacionalistas escoceses de Nicola Sturgeon se tornou o grande tema de campanha, já que podem conseguir as chaves do poder em Londres ao mesmo em que começam a falar da possibilidade de um segundo referendo de independência na Escócia.

"Minha mensagem é que defenderemos a Escócia, mas, ao mesmo tempo, buscaremos formar alianças com gente de todo o Reino Unido para fazer melhor a política no país", disse Sturgeon, após votar em Glasgow.

Já Cameron havia prometido que, se ganhasse, convocaria um referendo sobre o pertencimento do país à UE antes do fim dr 2017. Isso causou nervosismo e levou "The City" a desconfiar tanto de conservadores quanto de trabalhistas.

Nesta quinta, a Bolsa de Londres caiu 0,67%, seu nível mais baixo em um mês, algo incomum.

"Em nove dos últimos 11 dias de eleições, a Bolsa subiu", lembrou o analista Connor Campbell, da Spreadex.

As negociações para a formação de governo não devem se prolongar além de 27 de maio, dia do discurso anual da rainha Elizabeth II no Parlamento. Nele, a soberana apresenta os projetos do primeiro-ministro para o próximo ano.

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesEuropaPaíses ricosPolíticaReino Unido

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame