Bispos americanos esperam debate sobre governança da Igreja
Sem digerir os escândalos dos últimos anos, incluindo o "Vatileaks", eles se sentem no direito de cobrar explicações
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2013 às 17h07.
Cidade do Vaticano - Os cardeais americanos lançaram uma ofensiva para exigir que os problemas de governança na igreja sejam esclarecidos e impedir que o pré-conclave e o conclave sejam meras ferramentas para registrar as vontades da Cúria.
Desde o início das congregações, segunda-feira em Roma, os americanos, exibidos por seus poderosos meios de comunicação, dominam claramente os seus pares em termos de comunicação com briefings diários.
Discursando ante o colégio pontificial norte-americano, os cardeais mais destacados, Sean O'Malley (Boston) citado como "papável", Francis George (Chicago), Donald William Wuerl (Washington) e Timothy Dolan (Nova York), conhecido por sua contestação ao programa de saúde da administração Obama, ocupam os holofotes.
Eles se expressam sem jamais violar o juramento de manter segredo sobre as congregações, mas comentando os problemas da Igreja.
Com os Cavaleiros de Colombo e outras organizações de caridade, os católicos americanos estão presentes em vários países, onde têm múltiplos contatos e são os maiores doadores para as obras da Santa Sé.
Sem digerir os escândalos dos últimos anos, incluindo o "Vatileaks", eles se sentem no direito de cobrar explicações, uma abertura da instituição e modernização da comunicação do menor Estado do mundo.
"Há no mundo católico muitas reflexões sobre a governança da Igreja católica e a maneira de melhorar. Eu sei que o Vatileaks ocupou as manchetes por muito tempo, mas não posso prever qual será a importância dessas questões no conclave", declarou Sean O'Malley, cardeal de barba branca e vestido como monge capuchino, popular por ter lutado com determinação contra o flagelo dos padres e religiosos pedófilos em Boston.
"É Alice no país das maravilhas", declarou, em contrapartida, em resposta a uma questão sobre a sua candidatura ao papado.
O cardeal George foi mais longe ao falar sobre a Igreja em Roma: "imagino que a medida que avancemos, haverá questões aos cardeais que estão envolvidos com o governo da Cúria, haverá questões sobre o que eles gostaria mudar", indicou.
Wuerl, arcebispo de Washington citou "a perspectiva americana" que pode ajudar o conjunto da Igreja: "a vitalidade da fé, o número de jovens que frequentam as igrejas, a tentativa de levar uma mensagem espiritual em uma sociedade secularizada".
Os onze cardeais americanos chegam sistematicamente juntos em um micro-ônibus para as congregações no Vaticano. Alguns com a cabeça baixa, como cardeal de Los Angeles, Roger Mahony, acusado de ter acobertado padres pedófilos em sua diocese.
A probabilidade de um Papa americano é pequena, precisamente porque muitos prelados não querem que a primeira potência econômica tenha, além de tudo, um Papa. Mas os americanos podem ter o que dizer em escala continental.
A partir deste ponto de vista, o que tem mais chances é o canadense Marc Ouellet. O cardeal da "Bela província" é um desses prelados do "Novo mundos", importante teólogo, poliglota, com uma vasta experiência da Igreja universal, tendo trabalhado na Cúria e também por muito tempo na América Latina.
E os bispos americanos podem ajudar seu pares da América do Sul, até então discretos, a se posicionar para o conclave. Os laços entre os católicos do sul e do norte, por muito tempo distendidos, estreitaram-se com a imigração em massa de latino-americanos que encheram as igrejas americanas.
Cidade do Vaticano - Os cardeais americanos lançaram uma ofensiva para exigir que os problemas de governança na igreja sejam esclarecidos e impedir que o pré-conclave e o conclave sejam meras ferramentas para registrar as vontades da Cúria.
Desde o início das congregações, segunda-feira em Roma, os americanos, exibidos por seus poderosos meios de comunicação, dominam claramente os seus pares em termos de comunicação com briefings diários.
Discursando ante o colégio pontificial norte-americano, os cardeais mais destacados, Sean O'Malley (Boston) citado como "papável", Francis George (Chicago), Donald William Wuerl (Washington) e Timothy Dolan (Nova York), conhecido por sua contestação ao programa de saúde da administração Obama, ocupam os holofotes.
Eles se expressam sem jamais violar o juramento de manter segredo sobre as congregações, mas comentando os problemas da Igreja.
Com os Cavaleiros de Colombo e outras organizações de caridade, os católicos americanos estão presentes em vários países, onde têm múltiplos contatos e são os maiores doadores para as obras da Santa Sé.
Sem digerir os escândalos dos últimos anos, incluindo o "Vatileaks", eles se sentem no direito de cobrar explicações, uma abertura da instituição e modernização da comunicação do menor Estado do mundo.
"Há no mundo católico muitas reflexões sobre a governança da Igreja católica e a maneira de melhorar. Eu sei que o Vatileaks ocupou as manchetes por muito tempo, mas não posso prever qual será a importância dessas questões no conclave", declarou Sean O'Malley, cardeal de barba branca e vestido como monge capuchino, popular por ter lutado com determinação contra o flagelo dos padres e religiosos pedófilos em Boston.
"É Alice no país das maravilhas", declarou, em contrapartida, em resposta a uma questão sobre a sua candidatura ao papado.
O cardeal George foi mais longe ao falar sobre a Igreja em Roma: "imagino que a medida que avancemos, haverá questões aos cardeais que estão envolvidos com o governo da Cúria, haverá questões sobre o que eles gostaria mudar", indicou.
Wuerl, arcebispo de Washington citou "a perspectiva americana" que pode ajudar o conjunto da Igreja: "a vitalidade da fé, o número de jovens que frequentam as igrejas, a tentativa de levar uma mensagem espiritual em uma sociedade secularizada".
Os onze cardeais americanos chegam sistematicamente juntos em um micro-ônibus para as congregações no Vaticano. Alguns com a cabeça baixa, como cardeal de Los Angeles, Roger Mahony, acusado de ter acobertado padres pedófilos em sua diocese.
A probabilidade de um Papa americano é pequena, precisamente porque muitos prelados não querem que a primeira potência econômica tenha, além de tudo, um Papa. Mas os americanos podem ter o que dizer em escala continental.
A partir deste ponto de vista, o que tem mais chances é o canadense Marc Ouellet. O cardeal da "Bela província" é um desses prelados do "Novo mundos", importante teólogo, poliglota, com uma vasta experiência da Igreja universal, tendo trabalhado na Cúria e também por muito tempo na América Latina.
E os bispos americanos podem ajudar seu pares da América do Sul, até então discretos, a se posicionar para o conclave. Os laços entre os católicos do sul e do norte, por muito tempo distendidos, estreitaram-se com a imigração em massa de latino-americanos que encheram as igrejas americanas.